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História natural, biologia alimentar, repartição espacial, densidades populacionais e ecomorfologia dos gobióides e blenióides (Perciformes) do arquipélago de Fernando de Noronha, PE (2000)

  • Authors:
  • Autor USP: MENDES, LIANA DE FIGUEIREDO - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIZ
  • Assunto: HISTÓRIA NATURAL
  • Language: Português
  • Abstract: No presente trabalho, o estudo da ecologia dos gobióides e blenióides de Fernando de Noronha teve como tópicos a abordagem de aspectos da história natural (Capítulo 1), da biologia alimentar (Capítulo 2), do uso do espaço e densidade populacional (Capítulo 3) e da ecomorfologia (Capítulo 4). A família Gobiidae apresenta seis espécies no arquipélago, seguida pela Bleniidae, com três (possivelmente quatro) espécies; a Labrisomidae é responsável por mais quatro e, por fim, a Tripterygiidae completa o quadro com mais uma espécie. Dentre elas, 11 ocorrem na região litorânea, ou seja, na região compreendida entre a baixa e a preamar, das quais sete também ocorrem no sublitoral, em costões, e três ocorrem apenas neste último. Em 1988, foi criado o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha para a proteção da fauna e flora, e até o momento, são poucos os trabalhos enfocando ecologia de peixes no arquipélago de Fernando de Noronha, de modo que quaisquer informações sobre a biologia desses animais tornam-se valiosas. Foram efetuadas sete viagens ao arquipélago para o estudo de campo. O estudo da distribuição e história natural dos gobióides e blenióides de Fernando de Noronha foi desenvolvido por meio de observações diretas por mergulhos-livres e SCUBA. Os globióides e blenióides de Fernando de Noronha são, em geral, de distribuição litorânea e sublitorânea, gregários, com áreas domiciliares relativamente pequenas, em torno de 2x2 metros quadrados. Trata-se de peixes poucoagressivos, tendo sido ocasionalmente registradas curtas perseguições intra e interespecíficas. No geral, exibem coloração críptica, associada à evitação dos predadores; entretanto, em alguns blenióides os machos apresentam colorações chamativas na época de reprodução. Apenas nestas ocasiões, foi observado comportamento territorial, com agressiva defesa de território incluindo mordidas e perseguições. Quanto à biologia alimentar, cinco diferentes ) táticas de alimentação foram registradas para as espécies estudadas: poda para os herbívoros (bleniídeos), especulação de substrato, espreita e cata de itens na coluna d'água para os carnívoros e microcarnívoros (gobiídeos, labrisomídeos e tripterigídeo), além de limpeza para uma espécie de neon (gobiídeo). Os resultados da razão CTD/CP estão de acordo com o esperado, tendo sido obtidos altos valores para as espécies herbíboras, intermediários para as onívoras e baixos valores para as carnívoras. Os carnívoros e microcarnívoros exibiram dietas generalistas (alta variedade de itens), sugerindo um comportamento oportunista que foi associado à diminuição do tempo de forrageio com consequente redução da exposição a predadores. Um terço dos pares de espécies analisadas apresentou sobreposição alimentar significativa quanto à dieta. Entretanto, muitas vezes observou-se a segregação de micro-hábitats, um certo grau de especialização alimentar, o que seria esperado entre espécies sintópicas e com hábitos semelhantes(bentônicos). Uma vez que a escolha de hábitats é considerada como um dos fatores mais importantes no tipo de estruturação das comunidadesde peixes recifais, foi realizado o estudo da distribuição e densidade das espécies de gobióides e blenióides no Arquipélago de Fernando de Noronha, por meio de censos visuais. Obteve-se um alto grau de fidelidade das espécies estudadas em relação a determinados tipos de fundo. Esta especificidade de hábitat é esperada para espécies de peixes pequenos, bentônicos, com hábitos criptobióticos e que derivam de seu alimento do substrato, como é o caso dos gobióides e blenióides. A distribuição de algumas espécies associada a áreas mais abrigadas pode ser relacionada à menos eficiente capacidade de natação destes peixes, onde a vida em locais correntosos seria energeticamente desgastante. As maiores densidades populacionais de gobióides e blenióides foram ) verificadas nas populações litorâneas (piscinas-de-maré e margens), quando comparadas às sublitorâneas (costões). Tal resultado pode estar refletindo a aparente falta de predadores na região entre-marés, uma vez que os peixes predadores potenciais do sublitoral raramente foram avisados nessas regiões, mesmo durante a preamar. Na região sublitorânea, observou-se uma menor densidade no Mar de Fora, quando comparado ao Mar de Dentro, e a ocorrência de fortes correntes e a turbulência no Mar de Fora podem ser a causa desta diferença, uma vez que, provavelmente, ocarreamento de nutrientes é menor no Mar de Dentro e a ocorrência de águas mais tranquilas favorece o estabelecimento destas populações. O estudo ecomorfológico permitiu ordenar as espécies, considerando a proximidade ecológica e não necessariamente a filogenética, por meio da verificação da existência de padrões corporais distintos entre as 14 espécies estudadas. Embora este estudo tenha sido realizado com espécies morfologicamente semelhantes, as análises matemáticas discriminaram, aparentemente, grupos ecomorfológicos válidos. As espécies, muitas vezes ocupavam hábitats semelhantes e assim, a similaridade morfológica pode ser considerada uma possível evidência de convergência
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 21.12.2000

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    • ABNT

      MENDES, Liana de Figueiredo. História natural, biologia alimentar, repartição espacial, densidades populacionais e ecomorfologia dos gobióides e blenióides (Perciformes) do arquipélago de Fernando de Noronha, PE. 2000. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. . Acesso em: 23 maio 2024.
    • APA

      Mendes, L. de F. (2000). História natural, biologia alimentar, repartição espacial, densidades populacionais e ecomorfologia dos gobióides e blenióides (Perciformes) do arquipélago de Fernando de Noronha, PE (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Mendes L de F. História natural, biologia alimentar, repartição espacial, densidades populacionais e ecomorfologia dos gobióides e blenióides (Perciformes) do arquipélago de Fernando de Noronha, PE. 2000 ;[citado 2024 maio 23 ]
    • Vancouver

      Mendes L de F. História natural, biologia alimentar, repartição espacial, densidades populacionais e ecomorfologia dos gobióides e blenióides (Perciformes) do arquipélago de Fernando de Noronha, PE. 2000 ;[citado 2024 maio 23 ]


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