Exportar registro bibliográfico

Correlatos neuroquímicos, eletrofisiológicos e sensoriais do comportamento defensivo eleborado no colículo inferior (2004)

  • Authors:
  • Autor USP: SANTO, MANOEL JORGE NOBRE DO ESPÍRITO - FFCLRP
  • Unidade: FFCLRP
  • Sigla do Departamento: 594
  • Subjects: PSICOFARMACOLOGIA; PSICOBIOLOGIA; PSICOLOGIA FISIOLÓGICA
  • Language: Português
  • Abstract: A resposta de congelamento é uma resposta defensiva que comumente ocorre na presença de estímulos aversivos distais. Foi relatado que a estimulação ultrasônica na freqüência de aproximadamente 20-kHz induz o congelamento em ratos Wistar. Dessa forma, o primeiro experimento deste estudo foi projetado para determinar a especificidade acústica da estimulação ultrasônica em faixa de freqüência aversiva sobre a emissão de vocalizações ultrasônicas (Vus) e da resposta de congelamento em ratos Wistar. Examinamos também se estas respostas são moduladas por mecanismos GABA-benzodiazepínicos, que, sabidamente, estão envolvidos na modulação da ansiedade induzida pela apresentação de estímulos aversivos. Nossos resultados mostraram que a estimulação ultrasônica induz o surgimento do congelamento, sem o acompanhamento, no entanto, de Vus. A administração sistêmica de ambos, midazolam ou o muscimol, reduz, de forma severa o tempo de congelamento sugerindo que esta resposta está sob controle inibitório tônico GABAérgico. Em nosso segundo experimento, testamos os efeitos do midazolam e do muscimol sobre a resposta de congelamento eliciada pela aplicação de choque nas patas. Nossos resultados mostraram que ratos Wistar exibem o congelamento quando expostos a aplicação de choques nas patas da mesma forma que durante a exposição à estimulação ultrasônica. No entanto, este congelamento é acompanhado de um grande número de Vus na freqüência de 22 kHz e 24 kHz. Estas respostasforam reduzidas significativamente pela administração sistêmica de midazolam ou muscimol. No terceiro experimento, testamos os efeitos da administração sistêmica de muscimol sobre as respostas aversivas induzidas pela estimulação elétrica do colículo inferior (Ci). Investigamos também os efeitos do muscimol i.p. e da microinjeção dos antagonistas e aminoácidos excitatórios GDEE e AP-7 sobre as respostas induzidas por esta estimulação. A estimulação ... elétrica do Ci causou uma ativação comportamental, acompanhada de respostas autonômicas, similares às observadas durante à expressão de medo induzido por estímulos aversivos. De forma paradoxal, no entanto, a administração sistêmica de muscimol gerou um aumento na aversividade produzida pela estimulação elétrica desta estrutura. A microinjeção local de GDEE-antagonista de receptores AMPA/kainato - inibiu, enquanto que o AP-7 - antagonista de receptores NMDA - não influenciou estas respostas. É possível, então, que injeções sistêmicas de muscimol inibam os "inputs" GABAérgicos para o Ci. A remoção destas influências reduzem o já conhecido controle inibitório tônico exercido por estes mecanismos sobre os substratos neurais da aversão nesta estrutura. A ativação destes substratos por receptores AMPA/kainato seria a possível responsável pelos passos iniciais da reação de defesa eliciada no Ci. Microinjeções locais de semicarbazida, um bloqueador da descarboxilase do ácido glutâmico, causam ocomportamento de congelamento sem emissão de Vus. Desta forma, tem sido sugerido que os substratos neurais da aversão no Ci estão sob o controle inibitório tônico de mecanismos GABAérgicos, diferentes daqueles responsáveis pela resposta aversiva induzida por choques nas patas. A reação de sobressalto a um ruído súbito e intenso tem sido utilizada como uma medida segura da reatividade motora de ratos a estímulos aversivos. Neste quarto experimento, nós examinamos o processamento da informação sensorial (através do registro dos potenciais evocados auditivos) e comportamental (avaliada pelas resposta de congelamento e sobressalto) durante a redução da inibição GABAérgica causada por microinjeções locais de semicarbazida(6 ug/0,2 ul) no Ci. Estes resultados foram comparados com os efeitos da ativação comportamental generalizada eliciada pela administração i.p. de apomorfina (05, mg/kg). Nossos resultados ... Nossos resultados mostraram que as redes neurais do Ci, implicadas na geração do comportamento defensivo a um estímulo acústico aversivo (clique), estão sob controle inibitório tônico GABAérgico. A dopamina parece também ter um papel modulador sobre estes circuitos. Não está claro, no entanto, como tais mudanças na transmissão da informação acústica influenciam a expressão motora do comportamento defensivo. Microinjeções de semicarbazida no Ci induzem a resposta de congelamento, aumentam a amplitude dos potenciais evocados auditivos e deprimema amplitude da resposta de sobressalto, induzidos por um estímulo sonoro. De outra forma, a apomorfina não alterou nenhum destes parâmetros, nas mesmas condições experimentais. Estes resultados sugerem que o bloqueio do controle GABAérgico dos substratos neurais da aversão no Ci resulta num aumento do processamento da informação auditiva com uma conseqüente inibição das funções motoras responsáveis pela expressão da resposta de sobressalto. Considerando que os circuitos neurais mediados por aminoácidos excitatórios no Ci podem ser responsáveis pela integração dos estados aversivos nesta estrutura, neste quinto experimento examinamos se a resposta defensiva induzida por microinjeções locais de NMDA no Ci é influenciada pelo tratamento sistêmico com muscimol e se este controle poderia ser exercido por fibras GABAérgicas que se projetam da substância negra pars reticulata (SNpr) em direção ao Ci. Ratos foram implantados com uma cânula-guia direcionada ao Ci, através da qual as microinjeções foram feitas. Uma semana após a cirurgia os animais receberam a microinjeção de NMDA (7 nmoles/0,2 ul) ou salina no Ci, sendo colocados em uma arena circular para avaliação das respostas de levantamentos, cruzamentos, auto-limpeza, saltos, rotações e tempo de congelamento, que foram tomadas como um indicativo de um estado de medo incondicionado. Estes animais foram ... pré-tratados com salina ou muscimol (0,5 mg/kg), ou com microinjeçõeslocais de salina ou muscimol na SNpr (1 nmol/0,2 ul). A administração local de NMDA no Ci produziu uma ativação comportamental, com um aumento significativo nas medidas avaliadas. Microinjeções de muscimol na SNpr facilitaram a reação defensiva causada por microinjeções de NMDA no Ci. Estes resultados dão suporte a idéia de que a resposta defensiva incondicionada gerada no Ci pode ser mediada por receptores NMDA. Adicionalmente, uma redução no controle inibitório exercido por neurônios GABAérgicos da SNpr parece ser a responsável pelos efeitos pró-aversivos verificados, após a injeção sistêmica de muscimol
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 31.08.2004

  • How to cite
    A citação é gerada automaticamente e pode não estar totalmente de acordo com as normas

    • ABNT

      SANTO, Manoel Jorge Nobre do Espírito. Correlatos neuroquímicos, eletrofisiológicos e sensoriais do comportamento defensivo eleborado no colículo inferior. 2004. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2004. . Acesso em: 25 maio 2024.
    • APA

      Santo, M. J. N. do E. (2004). Correlatos neuroquímicos, eletrofisiológicos e sensoriais do comportamento defensivo eleborado no colículo inferior (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Santo MJN do E. Correlatos neuroquímicos, eletrofisiológicos e sensoriais do comportamento defensivo eleborado no colículo inferior. 2004 ;[citado 2024 maio 25 ]
    • Vancouver

      Santo MJN do E. Correlatos neuroquímicos, eletrofisiológicos e sensoriais do comportamento defensivo eleborado no colículo inferior. 2004 ;[citado 2024 maio 25 ]


Digital Library of Intellectual Production of Universidade de São Paulo     2012 - 2024