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Sistemas subterrâneos: um ensaio teórico e estudo morfo-anatômico em três gêneros de Umbelliferae da Serra do Cipó, MG (2004)

  • Authors:
  • Autor USP: YOSHITAKE, ANA MARIA AKEMI DE FARIA - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIB
  • Subjects: UMBELLALES; ANATOMIA VEGETAL; PROPAGAÇÃO VEGETAL
  • Language: Português
  • Abstract: Foi feito um levantamento das descrições e definições de diversos tipos de sistemas subterrâneos realizados por autores brasileiros e alguns autores do exterior. A partir desses dados, fez-se uma análise das dificuldades inerentes à pesquisa dos sistemas subterrâneos e das diversificações utilizadas por esses autores. Dada a dificuldade que o estudo dos sistemas subterrâneos apresenta, buscou-se neste trabalho abordar este tema a partir de diferentes bases teóricas, com o intuito de cotextualizar a problemática e apresentar algumas propostas para contribuir para as pesquisas relacionadas ao tema. Desta forma, partindo da compreensão das formas-de-vida segundo a concepção de Raunkiaer e de conhecimentos sobre: a fisiologia do estresse, o processo organogenético e a plasticidade fenotípica foram exploradas as concepções de "forma" e "forma-de-vida" nas quais o vegetal é percebido como um ser vivo, dinâmico e responsivo. A partir deste outro ponto de vista, foram propostos diferentes tratamentos de dados de modo a torná-los mais acessíveis para os estudos morfológicos, ecológicos e fisiológicos, ou para os filogenéticos. Acredita-se que a padronização da nomenclatura entre os diversos países seja de primeira necessidadem, assim como a utilização de um mínimo de caracteres para a descrição dos sistemas, e também, que a disponibilização de informações para os estudos filogenéticos deva ser feita de maneira a evidenciar caracteres e estados de caráter,tendo em mente as dificuldades em delimitar estas entidades devido ao alto grau de plasticidade fenotípica apresentado pelos vegetais e a possibilidade de evolução convergente dos sistemas subterrâneos. Os sistemas subterrâneos de espécies de mono e icotiledôneas brasileira têm sido estudados por muitos pesquisadores, em diferentes tipos de vegetação, nos cerrados, campos limpos, campos rupestres e florestas tropicais. Estes órgãos são estuturas de resistência a vários tipos de estresses, dentre eles a seca ou o frio, devido às suas funções de reserva e/ou proteção das gemas. Dentre as famílias ocorrentes nos campos rupestres da Serra do Cipó (MG), e possuidoras de sistemas subterrâneos, citam-se as Umbelliferae. Este trabalho teve como objetivo caracterizar os tipos de sistemas subterrâneos de três espécies de Eryngium da Serrá do Cipó. Verificou-se que todas as espécies são hemicriptófitas, formadas por uma unidade caulinar espessada e de entrenós muito reduzidos, de crescimento vertical monopodial, a qual foi denominada módulo caulinar. E. ebracteatum e E. horridum podem apresentar variações da estrutura caulinar que possui também porções com entrnós alongados. Além disso, E. horridum possui duas estratégias diferentes de programação vegetativa que lhe conferem hábito rizomatoso ou estolonífero. Não foram encontrados indivíduos de E. juncifolium com variações da estrutura caulinar. As espécies possuem raízes adventícias. O caule subterrâneodas espécies apresenta abundância de parênquima medular, cotical, e ocorre parênquima axial do tipo paratraqueal. E. horridum possui ainda faixas largas de parênquima axial de origem do câmbio fascicular dispostas de modo semelhante aos raios parenquimáticos. Tanto nos caules quanto nas raízes adventícias, além da epiderme, ocorre um tipo diferenciado de tecido de revestimento que não se origina de um felogênio. Os escapos de E. horridum e E. juncifolium apresentam estruturas semelhantes no que diz respeito à grande quantidade de traços foliares em todo o seu comprimento. Já em E. ebracteatum não se observam traços foliares na estrutura do entrenó. Discute-se também a classificação destes sistemas subterrâneos. As plantas do gênero Eryngium possuem hábito monocotiledôneo com folhas paralelódromas dispostas em roseta, sistema radicular adventício e a porção apical caulinar dos indivíduos adultos fica posicionada próxima da superfície do solo. A imitação do hábito das monocotiledôneas, em Eryngium horridum, chega até mesmo à morfologia do caule subterrâneo que se assemelha a um cormo ou a um rizoma vertical (unidade monopodial), com inflorescência terminal, porém, capaz de apresentar crescimento simpodial através do desenvolvimento de gemas laterais (após a degeneração do escapo), que resulta em dois tipos de propagação vegetativa, que variam entre rizomatoso ou estolonífero. Neste trabalho buscou-se investigar se os diferentestipos de propagação vegetativa seriam resultantes de tipos diferentes de estruturas, as quais apresentariam diferentes organizações da anatomia, ou se seriam decorrentes de alguma variação no desenvolvimento, apresentando a mesma organização anatômica. Verificou-se a ocorrência do mesmo tipo de variação estrutural, bastante incomum, na vascularização dos ramos laterias, tanto no caso do hábito rizomatoso quanto estolonífero. Observou-se, também, que os diferentes tipos de propagação vegetativa eram resultantes de variação do momento de espessamento do caule para formação de nova unidade monopodial, denominada módulo caulinar, neste trabalho. Discute-se as possíveis influências ambientais na formação destes tipos de propagação vegetativa e, também, o possível caráter adaptativo da plasticidade arquitetural de Eryngium horridum. Os sistemas subterrâneos são estruturas de resiståencia a vários tipos de estresses e garantem a sobrevivência do vegetal à estação desfavorável, devido principalmente a características de reserva e gemífera. O ambiente de campos rupestres apresenta diversas condições ambientais estressantes tais como: alta densidade luminosa, seca e amplas variações de temperatura diárias. Neste ambiente da Serra do Cipó, occorem duas espécies de Klotzschia, gênero endêmico da Cadeia do Espinhaço, os quais apresentam uma possível proximidade de Araliaceae. Ocorrem, também, duas variedades de Hydrocotyle, gênero que tem sidoconsiderado mais próximo da família Araliaceae, grupo irmão de Apiaceae. Estes dois gêneros são, poranto, importantes para a compreensão das relações filogenéticas entre as famílias Apiaceae e Araliaceae e dentro de Apiaceae. O objetivo deste trabalho foi investigar a morfologia e a anatomia dos sistemas subterrâneos de espécies destes dois gêneros de Apiaceae. Buscou-se também compreender sua relação com o ambiente. Foi verificado que ambas espécies de Klotzschia apresentam espessamento do eixo hipocótiloradicular, dando origem a um órgão dauciforme cujo hipocótilo espessado tem caráter gemífero. Já as variedades de Hydrocotyle possuem estolões com porções aéreas ou subterrâneas, sendo que as últimas possibilitam sua sobrevivência até mesmo à passagem do fogo. Foram observados canais secretores medulares do caule de Hydrocotyle somente nas plantas da variedade glabra. Os escapos das espécies de Klotzschia são similares na anatomia. Os escapos de todas as espécies apresentam canais secretores primários pericíclicos
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 07.10.2004

  • How to cite
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    • ABNT

      YOSHITAKE, Ana Maria Akemi de Faria. Sistemas subterrâneos: um ensaio teórico e estudo morfo-anatômico em três gêneros de Umbelliferae da Serra do Cipó, MG. 2004. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. . Acesso em: 21 maio 2024.
    • APA

      Yoshitake, A. M. A. de F. (2004). Sistemas subterrâneos: um ensaio teórico e estudo morfo-anatômico em três gêneros de Umbelliferae da Serra do Cipó, MG (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Yoshitake AMA de F. Sistemas subterrâneos: um ensaio teórico e estudo morfo-anatômico em três gêneros de Umbelliferae da Serra do Cipó, MG. 2004 ;[citado 2024 maio 21 ]
    • Vancouver

      Yoshitake AMA de F. Sistemas subterrâneos: um ensaio teórico e estudo morfo-anatômico em três gêneros de Umbelliferae da Serra do Cipó, MG. 2004 ;[citado 2024 maio 21 ]

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