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Potencial cognitivo P300 realizado em campo livre (2004)

  • Authors:
  • USP affiliated authors: ALVARENGA, KATIA DE FREITAS - FOB ; COSTA FILHO, OROZIMBO ALVES - FOB
  • Unidade: FOB
  • Assunto: ELETROENCEFALOGRAFIA
  • Language: Português
  • Abstract: Dentre os fenômenos elétricos cerebrais, existem aqueles que são espontâneos, medidos por meio de eletroencefalografia, e os provocados por estímulos, que são também chamados de potenciais evocados. Estes potenciais evocados se classificam de acordo com o tipo (Potenciais Evocados Visuais, Potenciais Evocados Auditivos, Potenciais Evocados Somatossensoriais), tempo (curto, médios ou longos), distância (Nearfield ou Farfield) e local onde são gerados (órgão sensorial, subcórtex ou córtex). O P300 é um potencial evocado auditivo de longa latência, gerado a partir da discriminação de um estímulo auditivo raro, dentre outro freqüente, de mesma modalidade e características físicas diferentes, também chamado de “Oddball Paradigm”.É considerado como um potencial cognitivo, ou event-related response, pois depende da atenção e discriminação do paciente ao estímulo raro que ocorre em intervalos aleatórios. Ocorre a 300 mseg após a apresentação do estímulo, com voltagem positiva e amplitude de 5-20 mvolt. Os primeiros relatos deste potencial cognitivo data de 1965. Desde então, diversos estudos vem sendo realizados. No Brasil, são escassas as pesquisas que mostram os valores de normalidade em diferentes faixas etárias, comparação do P300 com outros procedimentos diagnósticos (exames por imagem), distúrbios hormonais e psíquicos, e principalmente, variação dos estímulos apresentados, da distribuição dos eletrodos e da fonte sonora.Considerando a reabilitação deindivíduos deficientes auditivos, a possibilidade de avaliar as habilidades auditivas em usuários de dispositivos eletrônicos aplicados a surdez (aparelho de amplificação sonora individual, implante coclear, etc.), é de extrema importância, pois permite analisar como o indivíduo está processando o sinal acústico (sons ambientais e fala). Nestes indivíduos, o teste deve ser realizado em campo livre. Entretanto, na literatura brasileira, não existem trabalhos ) publicados mostrando a padronização da normalidade para o P300 nestas circunstâncias.Objetivo - O objetivo deste trabalho foi caracterizar a normalidade do potencial cognitivo P300, considerando a latência e amplitude, em campo livre.Material e método - Participaram deste estudo 33 indivíduos, sendo 19 do gênero feminino e 14 do gênero masculino com idade variado entre 7 a 34 anos. Foram descartados os indivíduos com histórico de fatores de risco para deficiência auditiva e problemas neurológicos, assim como, indivíduos com perda auditiva confirmada nos teste de audiometria tonal limiar, medida da imitância acústica e reflexos acústicos ipsilateral e contralateral.O exame foi realizado em sala silenciosa com o uso de fones de inserção 3A e caixa acústica (campo livre).Foram utilizados eletrodos descartáveis para ECG AG/AGCL com gel e fio com garras tipo pinça, a fim de possibilitar o uso deste tipo de eletrodo. Para iniciar a avaliação eletrofisiológica, foi necessário que os eletrodos apresentassemimpedância individual menor que 5KW e impedância entre eles menor que 2KW. O exame foi realizado com o indivíduo sentado confortavelmente e de olhos fechados (eliminação do artefato causado pela movimentação ocular), sendo que a caixa de som foi colocada a 1 metro do indivíduo, em duas posições: 0º Azimute e 45º Azimute da orelha direita.Os eletrodos ativos foram colocados em Cz e Fz e conectados na entrada 1 dos canais 1 e 2, respectivamente, do pré-amplificador. O eletrodo de referência foi posicionado na mastóide direita, na entrada 2 do canal 1 interligado ao canal 2 pelo jumper, do pré-amplificador e o eletrodo terra foi colocado na posição Fpz. Foi utilizado estímulo tone burst raro na freqüência de 2000Hz, com apresentação não freqüente (oddball paradigm), de forma imprevisível e aleatória, na probabilidade de 20% da apresentação de outro estímulo tone burst freqüente na freqüência 1000Hz, ) que foi apresentado na probabilidade de 80%, com intensidade moderada de 70dB e velocidade de 1 estímulo por segundo, com a utilização de filtro passa-banda de 1 a 125Hz. O registro inicial foi filtrado por um filtro digital passa-baixo com freqüência de corte de 25Hz.Foi solicitado que o indivíduo identificasse o estímulo raro, contando-o em voz alta. Dos achados obtidos, interessaram especificamente à proposta do presente estudo a latência absoluta dos componentes N2 e P300 e amplitude (amp) do P300 pesquisado com o uso de fone de inserção e em campo livre com acaixa de som posicionada na angulação de 0º Azimute e 45º Azimute, registrados em Fz e Cz. Foi considerada presença da onda P300 quando a mesma foi registrada simultaneamente em Fz e Cz.Para o procedimento descrito acima, foi utilizado o equipamento Biologic’s Evoked Potential System (EP).Os resultados foram analisados por meio da análise descritiva para calcular média e desvio padrão, teste t Student para comparação entre sexos e análise de variância com medidas repetidas considerando o modo de realização do teste (fone de inserção, campo 0º e 45º Azimute) e registro em Fz-Cz. ) e a amplitude do P300 foi de 228±31 ms e 230±31 ms; 341±23 ms e 339±20 ms; e, 2,12±1,07 ms e 1,81±1,06 ms. Em campo livre com a caixa de som posicionada a 0o Azimute, foi de 235±28 ms e 237±27 ms; 346±22 ms e 347±22 ms; e, 2,47±2,05mV e 2,08±1,41mV. Quando a caixa de som foi posicionada em 45 o zimute estes valores foram de 230±26 ms e 230±26 ms; 346±21 ms e 346±21 ms; e, 1,96±1,10mV e 1,76±0,96mV, registrados em Cz e Fz respectivamente. De acordo com os valores de média e desvio padrão obtidos, pode-se perceber que os valores de latência dos componentes N2 e P300 e amplitude do P300, para o registro em Fz e Cz, nos três modos de realização do teste (fone, 0º e 45º Azimute) foram próximos, e que a dispersão dos valores de latência e amplitude destes componentes dentro de cada grupo foi parecida para todas as condições analisadas, de acordo com os valores de desvio padrão. Não houve indíciode diferença para o modo de apresentação da fonte sonora para a latência do N2 (p = 0,23), latência do P300 (p = 0,16) e a amplitude do P300 (p = 0,30), de acordo com a análise estatística. No entanto, a amplitude mostrou ser estatisticamente diferente quando medida em Fz e Cz, sendo que em Cz é sempre maior (p = 0,001). Também não houve diferença estatisticamente significante entre sexo, ao comparar a latência de N2 e P300 e a amplitude do P300, registrados em Fz e Cz. Pode-se perceber que a pesquisa do potencial de longa latência P300 em campo livre com a caixa de som posicionada a 0o Azimute e 45o Azimute é viável de ser realizada. Pois, todos os indivíduos avaliados apresentaram o registro dos componentes N2 e P300, em Fz e Cz respectivamente. Assim, os resultados demonstraram que o padrão de normalidade determinado na calibração biológica realizada com fones para cada equipamento, pode ser referência de análise para quando o teste for realizado em campo livre nestas ) condições. Outro dado importante constatado foi que pequenas variações no posicionamento da caixa de som que possam ocorrer na angulação entre 0o e 45o Azimute, não interferem na confiabilidade do procedimento intra e inter-examinadores. Conclusão - O presente estudo permitiu concluir que a pesquisa do potencial evocado auditivo de longa latência P300 em campo livre é um procedimento viável de ser realizado em indivíduos deficientes auditivos permitindo analisar o processamento do sinal acústicopor meio do dispositivo eletrônico utilizado; e, os valores de latência dos componentes N2 e P300 e amplitude do P300 não diferem de acordo com o modo de realização do teste, fone e campo livre (caixa de som a 0o e 45o Azimute)
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  • Conference titles: Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia

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    • ABNT

      DUARTE, Josilene Luciene et al. Potencial cognitivo P300 realizado em campo livre. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. São Paulo: SBFa. . Acesso em: 02 maio 2024. , 2004
    • APA

      Duarte, J. L., Alvarenga, K. de F., Banhara, M. R., & Costa Filho, O. A. (2004). Potencial cognitivo P300 realizado em campo livre. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. São Paulo: SBFa.
    • NLM

      Duarte JL, Alvarenga K de F, Banhara MR, Costa Filho OA. Potencial cognitivo P300 realizado em campo livre. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 2004 ; 9[citado 2024 maio 02 ]
    • Vancouver

      Duarte JL, Alvarenga K de F, Banhara MR, Costa Filho OA. Potencial cognitivo P300 realizado em campo livre. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 2004 ; 9[citado 2024 maio 02 ]


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