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Cuidadoras negras do Brasil: a fotografia como testemunha (2007)

  • Authors:
  • USP affiliated authors: OGUISSO, TAKA - EE ; FREITAS, GENIVAL FERNANDES DE - EE ; REZENDE, MAGDA ANDRADE - EE
  • Unidade: EE
  • Subjects: HISTÓRIA DA ENFERMAGEM; NEGROS
  • Language: Português
  • Abstract: As representações da história da enfermagem invariavelmente projetam imagens que imprimem significados estanques ao passado da profissão e às origens culturais que lhe confere especificidade. De modo geral, revelam o cuidado como resultado direto do exercício oficial, normalizado por políticas, instituições e cânones acadêmicos. Ainda que estes tenham possibilitado ascensão e status profissional, o resultado das projeções imagético-discursivas cristalizou a história da enfermagem como produto da profissionalização. No Brasil, em particular, a partir da adoção do modelo de ensino identificado como padrão para efeito de equiparação à formação profissional, conhecido como "annanerismo". Movimentos anteriores (ou cujo ensino não refletisse o padrão proposto como oficial) foram relegados pela historiografia dominante e postos à margem da história. Contrariando as análises fundadas na história oficial, esta comunicação tem como objetivo recuar no longo tempo da história e balizar antecedentes culturais referentes ao cuidado, exercidos nos períodos da História do Brasil caracterizados como Colônia e Império, portanto, anteriores ao contexto da profissionalização da enfermagem brasileira. Acentuadamente marcados pelo sistema escravocrata, os períodos identificados permitem caracterizar que a ação de cuidar era, em larga medida, realizada por mulheres negras que atuavam como parteiras, amas, amas de leite, babás e mães pretas, cuidando de enfermos e crianças. A análiserevela que a manutenção de cuidadoras identificava o lugar social das famílias na sociedade tradicional, bem como condições de vida e trabalho de mulheres negras, mesmo que destacadas, impedidas de ingressar em escolas de enfermagem nas primeiras décadas da República - ato caracterizado, no período, como estratégia política. Por intermédio do material fotográfico produzido por Militão Augusto de Azevedo, um dos mais destacados fotógrafos brasileiros, esta comunicação pretende interpretar a experiência de mulheres anônimas, negras escravizadas que exerceram o cuidado em território brasileiro nos períodos anteriores à profissionalização da enfermagem. A proposição do debate, no âmbito da história da enfermagem, pretende, deste modo, explorar aspectos que evidenciam não somente práticas antecessoras e modos de cuidar, mas história de mulheres cuja memória raramente é mencionada, contribuindo para a ampliação das reflexões em torno da cultura dos cuidados no Brasil, e da presença negra na enfermagem brasileira
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    • Título do periódico: Anais
  • Conference titles: Simpósio Ibero-Americano de História da Enfermagem

  • How to cite
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    • ABNT

      CAMPOS, Paulo Fernando de Souza et al. Cuidadoras negras do Brasil: a fotografia como testemunha. 2007, Anais.. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, 2007. . Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Campos, P. F. de S., Oguisso, T., Freitas, G. F. de, & Rezende, M. A. (2007). Cuidadoras negras do Brasil: a fotografia como testemunha. In Anais. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo.
    • NLM

      Campos PF de S, Oguisso T, Freitas GF de, Rezende MA. Cuidadoras negras do Brasil: a fotografia como testemunha. Anais. 2007 ;[citado 2024 abr. 24 ]
    • Vancouver

      Campos PF de S, Oguisso T, Freitas GF de, Rezende MA. Cuidadoras negras do Brasil: a fotografia como testemunha. Anais. 2007 ;[citado 2024 abr. 24 ]


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