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Prática docente e leitura de textos literários no fundamental II: uma incursão pelo programa hora da leitura (2008)

  • Authors:
  • Autor USP: FEITOSA, MARCIA SOARES DE ARAUJO - FE
  • Unidade: FE
  • Sigla do Departamento: EDM
  • Subjects: LEITURA; LITERATURA (TEXTOS GERAIS); HORA DO CONTO; SALA DE AULA; BIBLIOTECA ESCOLAR; PRÁTICA DE ENSINO; FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR; ENSINO FUNDAMENTAL
  • Language: Português
  • Abstract: Esta pesquisa tem como objetivo empreender algumas reflexões concernentes às práticas de leitura de textos literários no ensino fundamental, no âmbito de um programa de enriquecimento curricular da SEE -SP, a HORA DA LEITURA. Visamos compreender o por que o professor de Língua Portuguesa sente dificuldade em realizar uma prática de leitura de textos literários sob uma perspectiva mais lúdica e prazerosa. A justificativa para esse trabalho repousa na constatação de que as práticas de leitura delineadas em sala de aula têm sido apontadas como co-responsáveis pelos déficits diagnosticados nos exames de avaliações oficiais, como o SAEB e o PISA, e pelo afastamento da criança da literatura. A escola, instituição privilegiada para o desenvolvimento do gosto pela leitura literária, acaba, paradoxalmente, inviabilizando uma formação leitora compatível com as competências que é preciso desenvolver para fruir satisfatoriamente o texto literário, por meio de práticas descontextualizadas, não-estimulantes, que não buscam a fruição textual. Como fundamentação, discutimos a especificidade do texto literário e a importância da literatura na formação integral do homem e no desenvolvimento de um comportamento leitor (Cândido, 1972, 1995; Coelho, 2000; Eco, 2003). Em função disto, destacamos, também, no âmbito escolar, a necessidade de se abordar o texto literário sob uma perspectiva diferenciada, segundo a qual a ludicidade e o prazer se façam presentes(Geraldi, 2006; Semeghini- Siqueira, 1994, 2006), e o papel do professor-mediador na elaboração de práticas significativas de leitura (Lajolo, 1993; Zilberman, 2003). Da mesma forma, ressaltamos a relevância da constituição adequada de espaços de leitura, como a biblioteca escolar, para um trabalho significativo com a leitura. Para tanto, empreendemos estudos baseados em Macedo (2005), Silva (1993) e Soares (2001). Participaram desta ) pesquisa 34 professores da HORA DA LEITURA que faziam parte de uma mesma Diretoria de Ensino, e aos quais foram aplicados questionários. Entre esses professores, foi escolhida uma professora, em cuja sala realizamos uma pesquisa de cunho etnográfico, observando de forma sistemática como eram realizadas as práticas de leitura de textos literários na sala de aula e na biblioteca escolar. Os resultados obtidos indicam que a dificuldade do professor de Língua Portuguesa, em implementar uma prática diferenciada advém de uma série de fatores intrínsecos e extrínsecos à escola, a saber: o educador está habituado a cultivar crenças já arraigadas em nossa sociedade, segundo as quais as crianças não gostam de ler, especialmente os clássicos; limitado por uma formação inicial e contínua deficiente, e, também, por uma vivência insuficiente com a leitura, o professor tem demonstrado, em sua prática pedagógica, as implicações metodológicas das suas concepções, por meio da escolha das obras trabalhadas, do ambiente criado para leitura e da abordagemrealizada, que não possibilitam à criança criar uma intimidade maior com os livros e a leitura. Além disso, consideramos que um entrave encontrado no interior das escolas é já endêmico em nosso país: a falta de recursos físicos e humanos, principalmente nos espaços propícios para a leitura, como a biblioteca escolar, dificulta, sobremaneira, um trabalho de cunho lúdico-artístico com o texto literário. Ademais, observamos que o professor enfrenta uma resistência velada dos alunos ao abordar a obra literária, já que os educandos do século XXI, face às grandes transformações sociais, tecnológicas e culturais, têm construído uma nova relação com a leitura e a literatura. Detectamos, ainda, no que se refere à formação continuada dos professores, os complexos caminhos percorridos entre a idealização dos projetos criados pelas políticas ) públicas e sua efetivação em sala de aula. Em decorrência disto, destacamos a descontinuidade dos cursos de formação continuada e os entraves vivenciados pelos professores em suas escolas, como a falta de espaço e tempo para uma reflexão sobre suas práticas.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 14.04.2008
  • Acesso à fonte
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    • ABNT

      FEITOSA, Márcia Soares de Araujo. Prática docente e leitura de textos literários no fundamental II: uma incursão pelo programa hora da leitura. 2008. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-12062008-160929/. Acesso em: 03 jun. 2024.
    • APA

      Feitosa, M. S. de A. (2008). Prática docente e leitura de textos literários no fundamental II: uma incursão pelo programa hora da leitura (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-12062008-160929/
    • NLM

      Feitosa MS de A. Prática docente e leitura de textos literários no fundamental II: uma incursão pelo programa hora da leitura [Internet]. 2008 ;[citado 2024 jun. 03 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-12062008-160929/
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