Reconstituição da pluviosidade da Chapada Diamantina (BA) durante o Quaternário tardio através de registros isotópicos (O e C) em estalagmites (2010)
- Authors:
- Autor USP: BARRETO, ELINE ALVES DE SOUZA - IGC
- Unidade: IGC
- Sigla do Departamento: GSA
- Subjects: ESPELEOTEMAS; PALEOCLIMATOLOGIA; QUATERNÁRIO; PLUVIOMETRIA; GEOQUÍMICA ISOTÓPICA
- Language: Português
- Abstract: Registros das razões isotópicas do oxigênio (\2018delta POT.18\2019O) e do carbono (\2018delta POT 13\2019C), juntamente com as taxas de crescimento de espeleotemas, precisamente datados pelo método U/Th, foram utilizados para reconstituição das variações de pluviosidade dos últimos 93 mil anos A.P. na região da Chapada Diamantina, porção central do Estado da Bahia. A reconstituição paleoclimática foi apoiada por estudo de calibração realizado em duas cavernas da região estudada, através do qual se obteve boa relação entre a assinatura isotópica da chuva e do \2018delta POT.18\2019O dos gotejamentos e evidências de condições ambientais propícias para deposição de espeleotemas em equilíbrio isotópico com a água de gotejamento. A interpretação climática dos dados de \2018delta POT.18\2019O dos espeleotemas considera também a análise da composição isotópica da água da chuva em face da pluviometria, a partir de dados de estações do IAEA-GNIP no Brasil e de simulações das variações do \2018delta POT.18\2019O da chuva através do modelo climático ECHAM-4. Esses dados indicam o fator \201Camount effect\201D, como relação preponderante na discussão de pluviosidade através dos registros de espeleotemas, a qual é caracterizada pela diminuição dos valores de \2018delta POT.18\2019O com o aumento do volume de chuvas. A partir dos registros de \2018delta POT.18\2019O dos espeleotemas foi possível reconstituir os padrões regionais de pluviosidade segundo o ciclode insolação, como também identificar eventos de mudança abrupta de pluviosidade em escala milenar ocorridos durante o último período glacial e Holoceno. Em escala orbital, foi observado aumento (diminuição) da paleoprecipitação na Bahia durante fases de baixa (alta) insolação de verão (10°S). Essa relação é evidente na maior parte do registro baiano com exceção do período entre 40 e 20 ky A.P., ) quando houve predomínio de clima seco, mesmo em fases de insolação baixa. No entanto, tal é relação inversa a que foi descrita em estudos paleoclimáticos do Sul/Sudeste do Brasil e dos Andes. Além disso, variações de paleopluviosidade da Chapada Diamantina estão em fase com as registradas nos trópicos do Hemisfério Norte, na China e Venezuela. Esses resultados indicam influência direta do sistema de Monções Sul-americana (MSA) sobre o regime de chuvas do Nordeste em longa escala de tempo, a qual é primariamente modulada pela intensidade de insolação de verão. Aumentos abruptos da paleopluviosidade em escala milenar, indicados por baixos valores de \2018delta POT.18\2019O e \2018delta POT.13\2019O, como pelas altas taxas de crescimento de espeleotemas, ocorreram durante predomínio de condições frias no Atlântico Norte, em períodos de grandes mudanças nas condições oceânicas, e são concomitantes com os eventos Heinrich e Younger Dryas. Já fortes diminuições foram observadas durante alguns eventos Dansgaard-Oeschger e Bolling-Allerod. Ao contrário do que foi observadodurante os ciclos orbitais, o impacto no clima da Bahia atribuído a esses eventos é semelhante em todo país e também nos Andes, de acordo com estudo comparativo entre testemunhos marinhos/lacustres e espeleotemas. Esses eventos produz efeito na pluviosidade de regiões (sub)tropicais do Hemisfério Norte, assim como registrados em arquivos paleoclimáticos da China e Venezuela. O mecanismo mais provável para geração desses eventos está relacionado com mudanças na Atlantic Meridional Overturning Circulation (AMOC). Com a AMOC desintensificada durante eventos Heinrich no Hemisfério Norte, existe predomínio de um gradiente da temperatura da superfície do Atlântico tropical que favorece posicionamento da Zona de Convergência Intertropical mais a sul durante os eventos (c0ntinuação) úmidos na Bahia
- Imprenta:
- Data da defesa: 14.05.2010
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ABNT
BARRETO, Eline Alves de Souza. Reconstituição da pluviosidade da Chapada Diamantina (BA) durante o Quaternário tardio através de registros isotópicos (O e C) em estalagmites. 2010. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44142/tde-24052010-183923/. Acesso em: 12 jun. 2024. -
APA
Barreto, E. A. de S. (2010). Reconstituição da pluviosidade da Chapada Diamantina (BA) durante o Quaternário tardio através de registros isotópicos (O e C) em estalagmites (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44142/tde-24052010-183923/ -
NLM
Barreto EA de S. Reconstituição da pluviosidade da Chapada Diamantina (BA) durante o Quaternário tardio através de registros isotópicos (O e C) em estalagmites [Internet]. 2010 ;[citado 2024 jun. 12 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44142/tde-24052010-183923/ -
Vancouver
Barreto EA de S. Reconstituição da pluviosidade da Chapada Diamantina (BA) durante o Quaternário tardio através de registros isotópicos (O e C) em estalagmites [Internet]. 2010 ;[citado 2024 jun. 12 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44142/tde-24052010-183923/ - Reconstituição da paleoprecipitação no sul do Nordeste Brasileiro durante os dois últimos ciclos glaciais a partir da aplicação de registros isotópicos de oxigênio de estalagmites da Chapada Diamantina, Bahia
- Forçantes climáticas das variações de paleopluviosidade durante o quaternário tardio no nordeste do Brasil
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