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Trajetória dos maus-tratos infantis: um estudo na perspectiva da Psicopatologia do Desenvolvimento (2011)

  • Authors:
  • Autor USP: BERGAMO, LILIAN PAULA DEGOBBI - FFCLRP
  • Unidade: FFCLRP
  • Sigla do Departamento: 594
  • Subjects: ABUSO DA CRIANÇA; PESQUISA QUALITATIVA; FATORES DE RISCO; PSICOPATOLOGIA
  • Keywords: Abuso infantil; Estudo qualitativo; Psicopatologia Desenvolvimental; Child abuse; Developmental Psychopathology; Qualitative study; Risk factors
  • Language: Português
  • Abstract: Esta pesquisa teve por objeto de estudo o fenômeno dos maus-tratos contra crianças, norteando-se pela hipótese da existência de uma trajetória dessa problemática, caracterizada por sua continuidade no tempo, baseando-se numa articulação entre fase desenvolvimental - tipo de maltrato - tipo de conseqüência para a criança. Adotou-se como referencial a Psicopatologia Desenvolvimental, onde fenómeno ocorreria por problemas no sistema cuidador(es)-criança-ambiente, associados a fatores de risco nos contextos "desenvolvimental" (características do cuidador e da criança), "interacional" (características da relação cuidador-criança e na família) e o "mais amplo" (características do entorno e percepção do apoio social). O objetivo geral foi verificar a existência de uma trajetória dos maus-tratos, buscando compreender sua constituição e manutenção no tempo. Especificamente, objetivou-se conhecer como os maustratos se manifestam em diferentes fases do desenvolvimento infantil e identificar as variáveis associadas, funcionando como risco ou proteção, nos três contextos. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, com delineamento transversal. Três grupos de participantes/mães foram constituídos, cujos casos foram notificados aos Conselhos Tutelares de Ribeirão Preto/SP, considerando as seguintes faixas etárias: 0-3, 4-6 ou 7-11 anos. Realizou-se um levantamento nos prontuários dos Conselhos, seguindo o critério de amostragem utilizado em estudos de casos múltiplos. Na coleta de dados, utilizou-se: (a) Questionário de Caracterização Sócio-Demográfica, visando caracterizar o cuidador, a criança, a família e o contexto em que se encontram; (b) Roteiros de Entrevista sobre o Desenvolvimento Infantil e da Interação Cuidador-Criança, visando informações sobre o desenvolvimento infantil, a interação mãe-criança e as práticas parentais adotadas, assim como sobre as situações de maus-tratos;(c) Child Behavior Checklist CBCL, visando a obtenção de dados sobre o comportamento da criança. Referente à análise dos dados, o conjunto de informações concernente a cada caso foi estudado e analisado, observando-se padrões de repetição no interior de cada um, de modo a compreender sua dinâmica e, dentro disso, os maus-tratos. Numa segunda etapa, procedeu-se à comparação dos "casos", visualizando-se convergências e divergências, possibilitando a constituição de três agrupamentos, por meio dos quais chegou-se a diferentes categorias analíticas sobre o fenômeno. Uma das categorias descreve uma Trajetória persistente de dificuldades no sistema mãe-criança-ambiente – maus tratos recorrentes, refletindo a continuidade dos maus-tratos no tempo e dos elementos associados à sua manutenção. Nesse sentido, encontrou-se fatores de risco estáveis nos três contextos analisados, além das crianças apresentarem problemas comportamentais significativos. A outra categoria a que se chegou é Dificuldades no sistema mãe-criança-ambiente condicionadas a determinadas circunstâncias / circunscritas no tempo - maus-tratos ocasionais, na qual os maus-tratos se manifestam devido a fatores no contexto interacional, além das crianças apresentarem alguns problemas comportamentais, geralmente internalizantes. A última categoria - Ausência de dificuldades significativas no sistema mãe-criança-ambiente - ausência de maus-tratos - sintetiza as características de um grupo no qual não se identificou fatores de risco específicos, mas sim, diversos fatores de proteção. Assim, pode-se dizer que a hipótese estabelecida para o estudo foi comprovada. Os resultados, entretanto, trouxeram informações adicionais, indicando haver situações de maus-tratos que parecem mais circunscritas no tempo. Ainda, apresenta-se um modelo descritivo envolvendo os elementos associados à manutenção do fenômeno no tempo, bem como dascaracterísticas mais preeminentes em cada faixa etária, dando pistas sobre as variaveis que estão atreladas à origem dos maus-tratos e das que podem mantê-lo no tempo
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 22.12.2011
  • Acesso à fonte
    How to cite
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    • ABNT

      BÉRGAMO, Lílian Paula Degobbi. Trajetória dos maus-tratos infantis: um estudo na perspectiva da Psicopatologia do Desenvolvimento. 2011. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2011. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-22102013-160020/. Acesso em: 28 abr. 2024.
    • APA

      Bérgamo, L. P. D. (2011). Trajetória dos maus-tratos infantis: um estudo na perspectiva da Psicopatologia do Desenvolvimento (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-22102013-160020/
    • NLM

      Bérgamo LPD. Trajetória dos maus-tratos infantis: um estudo na perspectiva da Psicopatologia do Desenvolvimento [Internet]. 2011 ;[citado 2024 abr. 28 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-22102013-160020/
    • Vancouver

      Bérgamo LPD. Trajetória dos maus-tratos infantis: um estudo na perspectiva da Psicopatologia do Desenvolvimento [Internet]. 2011 ;[citado 2024 abr. 28 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-22102013-160020/

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