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Estrutura da comunidade de abelhas que nidificam em cavidades preexistentes e variação temporal na dieta e nas redes de interações com plantas em um fragmento de floresta higrófila neotropical (2014)

  • Authors:
  • Autor USP: CASTRO, MAURÍCIO MEIRELLES DO NASCIMENTO - FFCLRP
  • Unidade: FFCLRP
  • Sigla do Departamento: 592
  • Subjects: DIETA; NINHOS; CONSERVAÇÃO BIOLÓGICA; POLINIZAÇÃO
  • Language: Português
  • Abstract: O reconhecimento das plantas que compõem a dieta das abelhas e a intensidade com que elas são utilizadas tem papel fundamental na compreensão da estruturação das comunidades de abelhas. Além disso é importante para a elaboração de diretrizes que permitam a conservação destes importantes polinizadores e a exploração racional de ambientes agrícolas e naturais. Com o intuito de compreender a estrutura da comunidade de abelhas que nidificarn em cavidades preexistentes em floresta higrófila neotropical e as interações estabelecidas com as plantas desse formação vegetal, os objetivos específicos do presente estudo foram: 1 ) identificar as síndromes de polinização zoófilas e avaliar a distribuição espaço-temporal de recursos florais; 2) avaliar a estrutura da comunidade de abelhas que nidificarn em cavidades preexistentes e; 3) analisar a variação temporal na dieta e nas redes de interações entre abelhas e plantas em um fragmento de floresta higrófila. O estudo sobre a florística foi feito em uma transeção de 1000 m x 10 m de cada lado, totalizando 2 ha. Nessa transeção as espécies de plantas em floração foram identificadas e avaliadas quanto ao seu hábito ou forma de vida, síndrome de polinização e recursos florais disponibilizados. Além disso, foi contado o número de indivíduos por espécie em floração para estimar quantitativamente a distribuição espaço-temporal dos recursos florais. Para amestrar as abelhas foram instalados dois tipos de ninhos-armadilha (NAs) e esses foram acompanhados mensalmente para detectar a ocupação. Os NAs ocupados e fechados no campo foram levados para o laboratório onde permaneceram até a emergência dos indivíduos. Concomitantemente aos estudos sobre florística, fonologia de floração e amostragem das abelhas nos NAs foram também amestrados no campo botões em pré-antese das espécies de plantas em floração. Desses foramretiradas as anteras e essas foram submetidas ao processo de acetólise para posteriormente preparar as laminas que compuseram a Palinoteca de referência da área estudada. Isso foi feito para analisar o material polínico amestrado nos ninhos das abelhas após a emergência e por meio de comparação identificar as plantas utilizadas na dieta dessas abelhas. Para cada espécie que ocupou os NAs foram sorteados no mínimo uma e no máximo cinco amostras (laminas) por mês para a análise do material polínico residual. O estudo mostrou que a melitofilia é a síndrome mais bem representada na floresta higrófila, sendo os estratos, herbáceo e arbóreo os mais representativos para essa síndrome de polinização. Os recursos pólen e néctar estiveram disponíveis ao longo de todo o período estudado, porém esses recursos florais apresentaram dois picos de disponibilidade, um na estação seca Julho), e outro na chuvosa (Dezembro). A comunidade de abelhas que nidificaram nos NAs foi composta por oito espécies. Houve uma variação na diversidade entre os dois anos de estudo, contudo não foi significativa (‘H' IND. anol’=1,103 e ‘H' IND.anol’=0,994; t (p=0,339)). A maioria das espécies de abelhas apresentou suas atividades de nidificação num curto período do ano. Mesmo Centris analis Fabricius e Tetrapedia diversipes Klug que foram abundantes, nidificando durante a maior parte do ano, também apresentaram um período com maior concentração na atividade, sendo esse durante a estação chuvosa. O período de maior concentração nas atividades de nidificação, de maneira geral, não se sobrepôs com o período de maior disponibilidade de recursos florais na área estudada. Houve uma variação na razão sexual com desvio para machos. A mortalidade nas abelhas ocorreu por ataques de cleptoparasitas, principalmente Anthrax sp. e Leucospis sp., contudo a maior porcentagem de mortalidade foiatribuída à causas desconhecidas. Com relação à dieta das abelhas, houve uma variação na amplitude do nicho tráfico das espécies que ocorreram nos dois anos de estudo. De maneira geral, as abelhas apresentaram um ‘S IND.aparente’ relativamente baixo, sendo que a maioria das dietas foi constituída por uma ou no máximo três espécies de plantas intensivamente exploradas pelas abelhas, ou seja, espécies de plantas que corresponderam a mais de 45% da dieta total anual. Algumas espécies como Epanthidium sp., no primeiro ano de estudo e T. diversipes, no segundo tiveram 90% de suas dietas compostas por apenas uma espécie de planta. Isso mostra que de maneira geral as interações entre as abelhas e a maioria das espécies de plantas são fracas. O grau médio de interação das plantas foi mais baixo (‘k IND.p’=1,814) do que das abelhas (‘k IND. α ‘=13,375). As redes de interações formadas apresentaram um baixo e não significativo aninhamento, mostrando que as espécies de abelhas mais especialistas não concentram suas interações apenas com espécies de plantas mais generalistas, conferindo pouca assimetria às redes. Isso indica que as espécies de abelha que nidificarn em cavidades preexistentes apresentam um mutualismo menos facultativo em relação às plantas usadas em sua dieta. O índice ‘H IND. 2'’ mostrou uma especialização na comunidade, sendo os valores desse índice conservado entre os dois anos de estudo (‘H IND.2 anol’= 0,783; ‘H IND. 2 anol’=0,749). De fato as abelhas que ocuparam os NAs na floresta higrófila são mais especializadas. As espécies da família Megachilidae e das tribos Centridini, Tetrapediini e Euglossini, apresentam relações mais estreitas com plantas poliníferas. As abelhas filogenéticarnente próximas compartilham mais fontes de recursos entre si. A morfologia e o comportamento das fêmeas das abelhas podeexplicar, ao menos em parte, essa especialização na comunidade. As espécies da tribo Centridini podem vibrar para coletar o pólen e assim como Tetrapediini, possuem escapas no último par de pernas e, coletam óleos florais. As fêmeas de Euglossini apresentam corbículas e também vibram durante a coleta de pólen nas anteras. Mesmo a modularidade não sendo significativa, os grafos ilustraram, mais evidentemente no segundo ano, que há formação de três grupos nas redes representados por: Megachilidae, abelhas coletoras de óleos e Euglossini. Um outro aspecto que interferiu na especialização da comunidade está relacionado às espécies sazonais que não se sobrepõem com as espécies mais frequentes ao longo do ano. Isso impede que certas interações ocorram na comunidade (interações proibidas) em razão do desajuste fenológico entre espécies de abelhas e de plantas. A abundância também foi um fator determinante nas variações das redes de interações. Isso foi bem ilustrado pela espécie T. diversipes que no segundo ano foi representada por apenas um ninho, em contrapartida com o primeiro ano, onde foram fundados 28. Essa abelha interagiu com 31 espécies de plantas no primeiro ano e em virtude do decréscimo na sua abundância, no segundo foram registradas interações com apenas sete espécies de plantas. De maneira geral, as espécies de plantas mais importantes na manutenção da estrutura da comunidade das abelhas foram Byrsonima sp., Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld, Malpighia emarginata DC. e Miconia chamissois Naudin. O presente estudo ampliou as informações sobre a flora, a comunidade de abelhas que nidificam em cavidades preexistentes e as interações traficas estabelecidas entre as espécies de abelhas e plantas na floresta higrófila, uma formação vegetal ainda pouco estudada
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 23.01.2014

  • How to cite
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    • ABNT

      CASTRO, Maurício Meirelles do Nascimento. Estrutura da comunidade de abelhas que nidificam em cavidades preexistentes e variação temporal na dieta e nas redes de interações com plantas em um fragmento de floresta higrófila neotropical. 2014. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2014. . Acesso em: 08 maio 2024.
    • APA

      Castro, M. M. do N. (2014). Estrutura da comunidade de abelhas que nidificam em cavidades preexistentes e variação temporal na dieta e nas redes de interações com plantas em um fragmento de floresta higrófila neotropical (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Castro MM do N. Estrutura da comunidade de abelhas que nidificam em cavidades preexistentes e variação temporal na dieta e nas redes de interações com plantas em um fragmento de floresta higrófila neotropical. 2014 ;[citado 2024 maio 08 ]
    • Vancouver

      Castro MM do N. Estrutura da comunidade de abelhas que nidificam em cavidades preexistentes e variação temporal na dieta e nas redes de interações com plantas em um fragmento de floresta higrófila neotropical. 2014 ;[citado 2024 maio 08 ]

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