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Concentrações de triglicérides e incretinas e percepção de fome-saciedade em obesas após refeição rica em gordura (2013)

  • Authors:
  • Autor USP: PENAFORTE, FERNANDA RODRIGUES DE OLIVEIRA - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RCM
  • Subjects: OBESIDADE; POLIPEPTÍDEO INIBIDOR GÁSTRICO; INSULINA; FOME; CONSUMO DE ALIMENTOS; GORDURAS NA DIETA
  • Language: Português
  • Abstract: A regulação da ingestão alimentar é uma atividade complexa e dependente da atuação equilibrada do sistema homeostático, responsável pelo controle fisiológico, e do sistema hedônico, relacionado ao comportamento alimentar. As incretinas gastrointestinais (GIP e GLP-1) são peptídeos que apresentam, além do seu conhecido efeito insulinotrópico, ações relacionadas a esta regulação. O GLP-1 age como um mediador da saciedade induzindo a interrupção da refeição, e esta ação parece estar atenuada na obesidade. Já o papel do GIP na regulação da saciedade e da ingestão alimentar em humanos, especialmente em indivíduos com obesidade, permanece pouco esclarecido, ao contrário de sua ação na patogênese da obesidade (secundário ao consumo de dietas hiperlipídicas), bem demonstrada em estudos animais. Desta forma, o objetivo geral do estudo foi comparar a resposta pós-prandial do GIP, GLP-1 e da insulina, a sensação de fome-saciedade e o consumo alimentar ad libitum subsequente entre mulheres com obesidade, classificadas segundo a mediana da variação dos triacilgliceróis (Grupo ≤ TG x > TG), após a ingestão de uma refeição rica em gordura. O estudo experimental (ingestão do desjejum rico em gordura e consumo alimentar ad libitum na refeição subsequente, associados às percepções de fome e saciedade) foi aplicado em 33 mulheres, com idade e IMC médios de 35 ± 6 anos e 35,0 ± 3,2kg.’m POT.-2’ respectivamente. Para caracterização da amostra, foram realizadas avaliações antropométrica/composição corporal (peso, altura, massa gorda, massa livre de gordura e circunferências do abdómen, quadril, tronco e pescoço) e de consumo alimentar habitual (registro alimentar de 3 dias). A avaliação bioquímica incluiu as dosagens de glicose, triacilgliceróis, e dos hormônios insulina, GIP e GLP1, e foi realizada nos tempos 0 (jejum), 30min, 60min, 90min, 120min, 150min e 180minos tempos 0 (jejum), 30min, 60min, 90min, 120min, 150min e 180min após a ingestão do desjejum. Nestes mesmos tempos, as participantes preencheram as escalas visuais analógicas de 100mm para avaliação da fome e da saciedade. O consumo alimentar ad libitum foi quantificado pela pesagem da panela com o alimento oferecido antes e após a refeição. Para comparar as diferenças entre os grupos em cada tempo, e entre os tempos no mesmo grupo, foi utilizado o modelo de regressão linear de efeitos mistos. Já a comparação entre os grupos para as variáveis de caracterização (antropometria, consumo alimentar habitual e ad libitum e variáveis bioquímicas e do apetite no basal) foi feita por meio do teste não paramétrico de Mann-Whitney. Foi observado que no grupo ≤ TG (n= 17), o GIP foi maior aos 150min (16,4 ± 6,4pmol.’L POT.-1’ x 12,1 ± 7,3 pmol. ’L POT.-1’, p = 0,03) e aos 180min (13,8 ± 4,7 pmol. ’L POT.-1’ x 9,2 ± 6,3 pmol. ’L POT.-1’, p < 0,01) do que o grupo > TG (n= 16), comportamento similar ao da saciedade, que neste mesmo grupo foi maior aos 120min (≤ TG: 67,0 ± 25,2mm x > TG: 46,4±32,3mm, p=0,03) e aos 150min (≤ TG: 62,3 26,0mm x > TG: 30,2±24,4mm, p < 0,01), e com tendência para este mesmo comportamento aos 180min (≤ TG: 44,5±27,6mm x > TG: 27,6±29,9mm, respectivamente, p=0,08). Ainda, a área sob a curva (AUC) do GIP também apresentou tendência de ser mais elevada no grupo ≤ TG x > TG (3775,6±1061,9pmol. ’L POT.-1’.180min x 3539,3±2300,4pmol. ’L POT.-1’.180min, p= 0,09). Para os demais parâmetros avaliados, não foram verificadas diferenças entre os grupos. Também para o grupo ≤ TG observou-se que o GIP e o GLP-1 (jejum) se correlacionaram positivamente com a saciedade (r= 0,47, p= 0,05 e r= 0,70, p= 0,01, respectivamente), e o consumo ad libitum se correlacionou negativamente com a AUC do GLP-1 (r= -0,69, p= 0,01). Classificando-se asmulheres de acordo com a resistência à insulina (RI), foi visto que aquelas com RI apresentaram maiores valores de peso, IMC, TG (jejum) e de insulina (jejum e AUC), além de maior consumo habitual de carboidratos (%) do que as sem RI. Já a AUC do GIP foi menor neste grupo (com RI: 3326,2 ± 965,7pmol. ’L POT.-1’.180min x sem RI: 3976,2 ± 2241,8pmol. ’L POT.-1’.180min x, p= 0,04). Os achados do presente estudo mostraram que as mulheres com menor variação nos níveis de TG apresentam diferenças pontuais na saciedade, todavía não se diferiram em termos de fome e de consumo alimentar (ad libitum e habitual) em relação aquelas com maior variação. Os grupos também não diferiam em relação ao GLP-1 e a insulina, hormónios relacionados a modulação do apetite. Já para o GIP, o grupo < TG apresentou maior secreção no período pós-prandial, o que vai ao encontro com as ações no metabolismo lipídico vinculadas a este hormónio. A ausência de influência dos fatores fisiológicos avaliados neste estudo no consumo alimentar é consistente com a importância dos fatores psico-emocionais, ambientais e culturais como determinantes importantes deste consumo, especialmente em indivíduos com obesidade. Além disso, pode-se também especular que outros fatores fisiológicos, não abordados no estudo atuai, possam ter uma participação mais relevante na regulação da ingestão alimentar do que as incretinas
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 29.11.2013

  • How to cite
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    • ABNT

      PENAFORTE, Fernanda Rodrigues de Oliveira. Concentrações de triglicérides e incretinas e percepção de fome-saciedade em obesas após refeição rica em gordura. 2013. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2013. . Acesso em: 13 maio 2024.
    • APA

      Penaforte, F. R. de O. (2013). Concentrações de triglicérides e incretinas e percepção de fome-saciedade em obesas após refeição rica em gordura (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Penaforte FR de O. Concentrações de triglicérides e incretinas e percepção de fome-saciedade em obesas após refeição rica em gordura. 2013 ;[citado 2024 maio 13 ]
    • Vancouver

      Penaforte FR de O. Concentrações de triglicérides e incretinas e percepção de fome-saciedade em obesas após refeição rica em gordura. 2013 ;[citado 2024 maio 13 ]


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