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Gestão territorial e dos recursos naturais na praia do Cambury, Ubatuba, SP (2014)

  • Authors:
  • Autor USP: GALLO, DOMINIQUE CHAHINE - IO
  • Unidade: IO
  • Sigla do Departamento: IOB
  • Subjects: RECURSOS NATURAIS; GESTÃO AMBIENTAL; ÁREAS DE CONSERVAÇÃO; POLÍTICA AMBIENTAL
  • Language: Português
  • Abstract: A criação de Unidades de Conservação pode ser considerada como uma das principais formas de se buscar a conservação da biodiversidade. A legislação brasileira institui dois grupos principais de unidades de conservação (UC): Proteção Integral e Uso Sustentável. Os Parques Nacionais e Estaduais fazem parte do primeiro grupo, no qual a presença de moradores no interior de Parques é proibida, embora a maioria das UC dessa categoria situadas no Bioma Mata Atlântica contava com ocupações anteriores à sua definição. De acordo com a legislação federal, os Parques devem ser de posse e domínio públicos, ou seja, as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas. Populações específicas, culturalmente diferenciadas, e que possuem formas próprias de organização social, como os caiçaras e remanescentes de quilombos, entram neste cenário de maneira especial. Tais grupos ocupam e utilizam territórios e recursos naturais tradicionalmente, além de possuírem cultura, dinâmica social e formas de gestão do ambiente diferenciadas. Sendo assim, passa a ser necessário compreender como se dá a permanência dessas populações dentro das UC de proteção integral, enquanto ocorre a definição do futuro de tais comunidades. A partir das ações do poder público, pressupondo a existência de relação de causalidade para a emergência das controvérsias no território, analisamos os conflitos de uso do território e dos recursos naturais no bairro do Cambury, inserido dentro do Parque Estadual da Serra do Mar e do Parque Nacional da Serra da Bocaina. A apreensão das "lógicas de ação" dos atores e a investigação dos processos que os põem em relação, formando "redes sócio-técnicas", fundamentaram-se, respectivamente, em referenciais teóricos como as "Economias de Grandeza" e a "Sociologia da Inovação". Além disso, foi usado o conceito de (Continua)(Continuação) resiliência sócio-ecológica de maneira a complementar a análise. Foi realizada uma avaliação ex-post das ações do poder público, baseada na metodologia contida no "Petit guide de l'évaluation des politiques publiques", desenvolvido pelo "Conseil Scientifique de L´Evaluation" na França. Os resultados das análises quantitativas e qualitativas foram cruzados para a elaboração de um quadro temporal compreendendo os períodos a serem determinados, suas respectivas características, eventos marcantes, atuação dos atores-chave, atribuindo-lhes os fatores causais, como auxílio à compreensão da evolução organizacional da área de estudo. Os resultados primeiramente indicam a emergência de conflitos, provocados pelo poder público, e que inicialmente trouxeram desestabilização dos modos de vida tradicionais e inseriram outros atores no território, cujas lógicas de ação eram bastante distintas daquelas exibidas pelos moradores tradicionais. A gestão do território se deu de forma truncada, ora ocorrendo de forma impositiva, ora sendo feita a partir de acordos e negociações. A evolução organizacional da área de estudo aponta que o processo de definição do território tradicional vem se desenvolvendo por um longo tempo. A construção da Rodovia e a criação do PESM provocaram inúmeras modificações sobre o sistema social, econômico e político do lugar, e a formação do Quilombo e do PUT contribuíram para a mitigação dos conflitos e a construção de uma nova coletividade. As análises demonstram que as políticas participativas (Criação do Quilombo; e estabelecimento do Plano de Uso Tradicional) foram mais eficazes e pertinentes do que aquelas consideradas como "verticais descendentes", nas quais os sujeitos sociais foram pouco ou nada consultados (como por exemplo, a implantação da Rodovia BR-101 e a criação dos parques (continua)(Continuação) no local, especialmente o Parque Estadual da Serra do Mar). Apesar de todas as dificuldades relatadas pelos atores entrevistados, em alguns momentos observados eles foram capazes de se organizar e convergir para cenas de concertação, a partir das traduções ocorridas dentro das redes sócio-técnicas. Isso significa que quanto mais eles conseguiram se organizar e dialogar, tanto mais eles avançaram na construção de acordos rumo à estabilização dos conflitos e a uma gestão integrada do território, de modo a buscar melhor qualidade de vida para os moradores, conciliada com a conservação do ambiente e dos aspectos culturais
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 03.12.2014
  • Acesso à fonte
    How to cite
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    • ABNT

      GALLO, Dominique Chahine. Gestão territorial e dos recursos naturais na praia do Cambury, Ubatuba, SP. 2014. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21134/tde-30032015-120419/. Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Gallo, D. C. (2014). Gestão territorial e dos recursos naturais na praia do Cambury, Ubatuba, SP (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21134/tde-30032015-120419/
    • NLM

      Gallo DC. Gestão territorial e dos recursos naturais na praia do Cambury, Ubatuba, SP [Internet]. 2014 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21134/tde-30032015-120419/
    • Vancouver

      Gallo DC. Gestão territorial e dos recursos naturais na praia do Cambury, Ubatuba, SP [Internet]. 2014 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21134/tde-30032015-120419/

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