História natural e performance larval de Oospila pallidaria (Schaus, 1897) (Lepidoptera, Geometridae, Geometrinae): uma mariposa esmeralda do Cerrado (2016)
- Authors:
- Autor USP: LOPES, BRUNO DE SOUSA - FFCLRP
- Unidade: FFCLRP
- Sigla do Departamento: 592
- Subjects: INTERAÇÃO PLANTA-INSETO; FENOLOGIA; DIETA
- Keywords: Diet; Estágios imaturos; Herbivoria; Herbivory; Immature stages; Insect-plant interaction; Phenology
- Language: Português
- Abstract: São estimadas 90 mil espécies de insetos para o Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, com enorme heterogeneidade de habitats e rica fauna. Dentre esses insetos, os Lepidoptera representam cerca de 10% do total de espécies. Entretanto, estudos sobre seus imaturos (ovo, larva e pupa) ainda são incipientes para o bioma, principalmente sobre as mariposas, cujas histórias naturais de muitas espécies ainda são desconhecidas. A falta desses estudos faz com que sejam ignoradas as interações multitróficas em que esses organismos estão envolvidos e, portanto, inviabiliza futuros estudos relacionados ao seu papel em comunidades e redes ecológicas. Esse é o caso de muitas espécies da família Geometridae, incluindo Oospila pallidaria, que é uma mariposa esmeralda (devido à coloração verde esmeralda das suas asas). Oospila pallidaria é uma espécie herbívora que não possuía até o momento nenhuma informação publicada sobre a sua biologia e fatores que condicionam sua ocorrência, tais como: a fenologia da planta hospedeira, que pode determinar o período de melhores condições para crescimento e reprodução; a qualidade nutricional dos recursos alimentares (e. g. quantidade de água e nitrogênio), que pode determinar quais recursos conferem melhor desenvolvimento/performance a um herbívoro; os inimigos naturais, que podem restringir a ocorrência dos herbívoros e a temperatura e pluviosidade, que podem alterar a qualidade e a distribuição geográfica dos recursos alimentares utilizados pelosherbívoros. Nesse sentido, o objetivo principal deste estudo foi descrever, pela primeira vez, aspectos da biologia e história natural de O. pallidaria (Capítulo 1) e avaliar a sua performance larval, a partir de diferentes dietas (Capítulo 2). Os resultados apresentados no Capítulo 1 mostraram que os ovos de O. pallidaria, verdes e com duração média de sete dias, foram solitários e ovipostos principalmente nos tricomas das folhas maduras. As larvas se alimentaram de folhas maduras predominantemente, mas utilizaram folhas jovens e botões florais oportunisticamente. As larvas tiveram coloração críptica, se camuflaram em meio às folhas de Mimosa setosa (Leguminosae: Mimosoideae), sua única hospedeira, e desenvolveram o comportamento de auto-limpeza. Há cinco ínstares larvais, com coloração que variou de amarelo a verde. As larvas apresentaram também um par de projeções no protórax e linha mediana marrom na região dorsal. O comprimento máximo do corpo das larvas foi de 28 mm. As pupas foram predominantemente verdes, com no máximo 10 mm de comprimento. O desenvolvimento do ovo ao adulto durou cerca de 50 dias ( = 42; S = 6; n = 11). Seu único inimigo natural registrado foi o microhimenóptero Cotesia sp. (Braconidae, Microgastrinae). Fêmeas de O. pallidaria produziram 65 ovos em média (S = 7,07; n = 2). A ocorrência de O. pallidaria foi sazonal e sobreposta ao pico de presença de folhas maduras. Larvas foram negativamente relacionadas à temperatura e pluviosidade, comsignificância estatística somente para a primeira (r = - 0.5889, P < 0.05). No Capítulo 2, foi mostrado que as folhas maduras de M. setosa foram o único recurso alimentar disponível durante todo o ano. Os botões florais foram o recurso com maior qualidade nutricional (conteúdo relativo de água e nitrogênio total), seguidos por folhas jovens e maduras respectivamente. Entretanto, a sobrevivência de O. pallidaria foi maior com folhas maduras. Os resultados indicam que para o herbívoro especialista O. pallidaria, a fenologia da planta hospedeira é crucial para sua sobrevivência, em especial a presença de folhas maduras de M. setosa. Por outro lado, os botões florais são recursos efêmeros, porém importantes para a sobrevivência das larvas de últimos ínstares no final da estação seca, quando as folhas maduras estão ressecadas e/ou senescentes
- Imprenta:
- Publisher place: Ribeirão Preto
- Date published: 2016
- Data da defesa: 23.05.2016
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ABNT
LOPES, Bruno de Sousa. História natural e performance larval de Oospila pallidaria (Schaus, 1897) (Lepidoptera, Geometridae, Geometrinae): uma mariposa esmeralda do Cerrado. 2016. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2016. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59131/tde-20072016-181713/. Acesso em: 28 mar. 2024. -
APA
Lopes, B. de S. (2016). História natural e performance larval de Oospila pallidaria (Schaus, 1897) (Lepidoptera, Geometridae, Geometrinae): uma mariposa esmeralda do Cerrado (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59131/tde-20072016-181713/ -
NLM
Lopes B de S. História natural e performance larval de Oospila pallidaria (Schaus, 1897) (Lepidoptera, Geometridae, Geometrinae): uma mariposa esmeralda do Cerrado [Internet]. 2016 ;[citado 2024 mar. 28 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59131/tde-20072016-181713/ -
Vancouver
Lopes B de S. História natural e performance larval de Oospila pallidaria (Schaus, 1897) (Lepidoptera, Geometridae, Geometrinae): uma mariposa esmeralda do Cerrado [Internet]. 2016 ;[citado 2024 mar. 28 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59131/tde-20072016-181713/
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