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Uso de resíduos da cultura da bananeira (Musa spp.) para alimentação e controle de endoparasitas de ruminantes (2016)

  • Authors:
  • Autor USP: SAMPAIO, PAULO HENRIQUE SELBMANN - FMVZ
  • Unidade: FMVZ
  • Sigla do Departamento: VCM
  • Subjects: DOENÇAS PARASITÁRIAS EM ANIMAIS; HAEMONCHUS; OVINOS
  • Keywords: Musa; Anthelmintic; Anti-helmíntico; Engaços; Sheep; Stalks
  • Language: Português
  • Abstract: A bananeira é cultivada pelo homem há pelo menos 6.500 anos. O início desse processo foi marcado pela manifestação espontânea dos fenômenos de partenocarpia, hibridização, poliploidia e pela sua combinação, gerando diferentes cultivares, cujos clones foram selecionados por agricultores primitivos e se disseminaram pelos trópicos, exclusivamente pela ação humana. A banana é hoje a principal fruta cultivada no mundo, existindo farta documentação sobre a utilização dos resíduos da cultura para alimentação de animais e sobre o uso medicamentoso de diferentes partes da planta. No âmbito da Medicina Veterinária, folhas, inflorescências masculinas, pseudocaules e rizomas já foram testados in vitro e in vivo para avaliação de seu efeito anti-helmíntico. Entretanto, em escala comercial, toda essa biomassa deve permanecer no bananal, para cobertura e fertilização do solo, inviabilizando seu aproveitamento como forragem. Por outro lado, no momento da colheita, os cachos de bananas são levados para unidades de triagem denominadas “packing-houses”, onde as frutas são selecionadas e acondicionadas para expedição, restando os engaços ou pedúnculos dos cachos de bananas disponíveis para o aproveitamento na alimentação animal, com o benefício adicional potencial de controlar infecções verminóticas. O presente trabalho demonstrou que o extrato dos engaços do cultivar “Nanica”, Subgrupo Cavendish AAA, inibiu significativamente a eclosão in vitro de ovos de Haemonchus contortus, da mesma forma que extratos de folhas e pseudocaules. Transpondo esse achado para um modelo in vivo, 24 cordeiros inteiros, ⅞ Dorper, foram experimentalmente infectados com larvas de Haemonchus contortus e alocados em blocos a cada um de quatro tratamentos, de acordo com as contagens de ovos nas fezes. Os ovinos receberam, conforme o grupo, 0% (controle), 10%, 20% ou 30%de engaços frescos de bananeira picados, calculados em matéria seca, sendo a dieta complementada com feno de braquiária ad libitum e sal mineral. Os animais foram tratados durante 14 dias consecutivos. Glucose de milho e melaço de cana de açúcar foram utilizados para melhorar a aceitação dos engaços pelos animais. Verificou-se um aumento significativo da oviposição em todos os grupos tratados na primeira semana de tratamento, fato possivelmente relacionado com um dos efeitos farmacológicos da bananeira, que promove elevação da serotonina e, por consequência, aumenta a taxa de reprodução dos nematódeos. Na segunda semana obteve-se redução significativa das contagens de ovos nas fezes, sem diferença estatística entre os grupos tratados, sugerindo que o uso continuado dos engaços de bananeira na alimentação pode promover um controle das infecções helmínticas em ruminantes. Demonstrou-se ainda que os taninos condensados exercem papel marginal quando a bananeira é testada in vitro, pois, nesse caso, a adição de polivinilpolipirrolidona, substância capaz de precipitar e suprimir a atividade desses taninos, proporcionou o mesmo grau de inibição da eclosão de ovos de Haemonchus contortus que os extratos puros. Embora relatos recentes tenham sugerido a presença de alcalóides e saponinas na bananeira, tais compostos não foram identificados nas amostras estudadas. Observou-se, todavia, a presença de siringina, um fenilpropanóide, cuja via metabólica engloba as defesas bioquímicas dos cultivares de bananas contra infecções por nematódeos parasitos de plantas. Não obstante, a presença de catecolaminas e ação antiparasitária de esteróis e triterpenos sugerem fortemente que a bananeira atua como um fitocomplexo quando fornecida aos ruminantes como alimento e tratamento contra endoparasitos
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 30.08.2016
  • Acesso à fonte
    How to cite
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    • ABNT

      SAMPAIO, Paulo Henrique Selbmann. Uso de resíduos da cultura da bananeira (Musa spp.) para alimentação e controle de endoparasitas de ruminantes. 2016. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-16112016-142143/. Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Sampaio, P. H. S. (2016). Uso de resíduos da cultura da bananeira (Musa spp.) para alimentação e controle de endoparasitas de ruminantes (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-16112016-142143/
    • NLM

      Sampaio PHS. Uso de resíduos da cultura da bananeira (Musa spp.) para alimentação e controle de endoparasitas de ruminantes [Internet]. 2016 ;[citado 2024 abr. 23 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-16112016-142143/
    • Vancouver

      Sampaio PHS. Uso de resíduos da cultura da bananeira (Musa spp.) para alimentação e controle de endoparasitas de ruminantes [Internet]. 2016 ;[citado 2024 abr. 23 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-16112016-142143/

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