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Revisão taxonômica e análise filogenética do gênero Hylomyrma Forel, 1912 (Formicidae: Myrmicinae: Pogonomyrmecini), com base em dados morfológicos (2017)

  • Authors:
  • Autor USP: ULYSSéA, MôNICA ANTUNES - MZ
  • Unidade: MZ
  • Subjects: HYMENOPTERA; FORMICIDAE
  • Language: Português
  • Abstract: A subfamília Myrmicinae é um grande desafio à sistemática de formigas por ser a maior e mais diversa subfamília de Formicidae, abrangendo cerca de seis mil espécies distribuídas mundialmente. As relações filogenéticas internas desta subfamília são fonte de discussão e incerteza na literatura. Os estudos moleculares desenvolvidos em Attini e Myrmicini (sensu Bolton) representaram os primeiros passos para a compreensão dos clados existentes em Myrmicinae. Recentemente, as 25 tribos estabelecidas para esta subfamília foram reorganizadas em apenas seis Attini, Crematogastrini, Myrmicini, Pogonomyrmecini, Solenopsidini e Stenammini. Hylomyrma Forel, 1912 o grupo objeto deste estudo atualmente pertence à tribo Pogonomyrmecini junto com outros dois gêneros, Patagonomyrmex Johnson & Moreau, 2016 e Pogonomyrmex Mayr, 1868. Hylomyrma é um gênero exclusivamente Neotropical cujas espécies habitam a serapilheira. Em decorrência do hábito críptico das espécies, a diversidade e a história natural do grupo são pouco conhecidas. Desde a revisão realizada por Kempf (1973), que reconheceu 12 espécies para o gênero, poucas foram as espécies incluídas em estudos filogenéticos e apenas uma espécie foi descrita posteriormente. O presente estudo teve por objetivo realizar um estudo de revisão taxonômica a partir da análise de uma quantidade extensa de material e investigar pela primeira vez as relações filogenéticas internas do gênero com base em caracteres morfológicos externos de operárias.Praticamente todos os espécimes-tipo designados para as espécies de Hylomyrma (com exceção do holótipo de H. reginae Kutter, 1977) foram examinados, além de 2.757 exemplares provenientes de 29 instituições. Quinze espécies novas foram reconhecidas, sendo 10 descritas com base tanto em operárias quanto em gines. Novos dados de distribuição foram registrados para as 13 espécies já conhecidas, bem como a descrição de cinco gines e seis machos. Além disso, o estudo taxonômico indica que a presença de espécimes cuja morfologia externa representa um mosaico entre gine e operária (intercastas) não é incomum no grupo, sendo observada para 11 espécies. O estudo filogenético foi realizado a partir de uma matriz composta por 88 caracteres e 31 terminais, sendo três espécies do grupo-externo. As análises de máxima parcimônia (MP) foram realizadas no programa TNT através de buscas tradicionais empregando o algorítmo de rearranjo de ramos TBR com 3.000 réplicas, 10 árvores salvas por réplica, random seed=0 e colapse trees=ON, sob esquemas de pesagem igual e implícitos. Os valores de concavidade (k) utilizados variaram entre 1-25. O suporte dos ramos foi calculado através do índice de Bremer. A análise com pesagem igual resultou em uma árvore com 269.274 passos (IC=0,379 e RI=0,59). Quatro diferentes árvores foram obtidas a partir das análises com pesagem implícita, k1, k3-9, k15 e k20-25. O resultado da análise filogenética corrobora a monofilia de Hylomyrma, com pelo menos novesinapomorfias sustentando esta hipótese de agrupamento. Três grandes linhagens podem ser reconhecidas em Hylomyrma: A, espécies com tamanho corporal relativamente grande (car. 52, variando de 0,534 a 0,785); B, espécies com face posterior do pró-fêmur lisa (car. 45 1), estriação do primeiro tergito gastral restrita à base do segmento (car. 79 0) e presença de pelos ramificados no primeiro tergito do gáster (car. 85 1), condição posteriormente perdida por Hylomyrma sp. T; e C, caracterizado por espécies cujos pelos apresentam ramificações de tamanho igual (car. 15 0) e superfície dorsal do mesonoto com estriação irregular (car. 19 4). O conhecimento sobre a biologia das espécies de Hylomyrma é ainda bastante incipiente e grande parte das informações é proveniente de dados de rótulo e de raras observações em campo. As espécies deste grupo são comumente coletadas em amostras de serapilheira em florestas úmidas e secas, e plantações em locais ao nível do mar até elevações de 3.600 m. Aparentemente, as colônias de Hylomyrma são bastante pequenas, os ninhos são feitos em pequenos galhos caídos na serapilheira, os indivíduos são capazes de se fingir de mortos (tanatose) (observações pessoais) e as espécies apresentam dieta generalista. Como etapas futuras para a melhor compreensão deste grupo, sugere-se uma análise das relações internas dos gêneros através de ferramentas moleculares e a utilização de caracteres morfológicos de gines, bem como o estudo dos padrõesbiogeográficos e o estudo mais detalhado das intercastas para o entendimento da evolução de novidades morfológicas
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 14.07.2017
  • Acesso à fonte
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    • ABNT

      ULYSSÉA, Mônica Antunes. Revisão taxonômica e análise filogenética do gênero Hylomyrma Forel, 1912 (Formicidae: Myrmicinae. 2017. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/38/38131/tde-04102017-145517/. Acesso em: 16 abr. 2024.
    • APA

      Ulysséa, M. A. (2017). Revisão taxonômica e análise filogenética do gênero Hylomyrma Forel, 1912 (Formicidae: Myrmicinae: Pogonomyrmecini), com base em dados morfológicos (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/38/38131/tde-04102017-145517/
    • NLM

      Ulysséa MA. Revisão taxonômica e análise filogenética do gênero Hylomyrma Forel, 1912 (Formicidae: Myrmicinae: Pogonomyrmecini), com base em dados morfológicos [Internet]. 2017 ;[citado 2024 abr. 16 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/38/38131/tde-04102017-145517/
    • Vancouver

      Ulysséa MA. Revisão taxonômica e análise filogenética do gênero Hylomyrma Forel, 1912 (Formicidae: Myrmicinae: Pogonomyrmecini), com base em dados morfológicos [Internet]. 2017 ;[citado 2024 abr. 16 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/38/38131/tde-04102017-145517/

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