Qualidade de vida de crianças na fase pré-escolar: efeitos do nascimento prematuro e gênero (2016)
- Authors:
- Autor USP: FERRO, MARTINA ESTEVAM BROM VIEIRA - FMRP
- Unidade: FMRP
- Sigla do Departamento: RNP
- Subjects: SAÚDE MENTAL; QUALIDADE DE VIDA; BEBÊ PREMATURO; DESENVOLVIMENTO INFANTIL; CRIANÇAS
- Agências de fomento:
- Language: Português
- Abstract: Qualidade de vida é um construto multidimensional que engloba percepções objetivas e subjetivas da funcionalidade, estado de saúde e satisfação pessoal. A avaliação desse construto na criança pequena ainda é um desafio para os pesquisadores. A fonte de informação, a prematuridade ao nascer e o gênero da criança podem influenciar os relatos de qualidade de vida. As relações entre essas variáveis e a qualidade de vida de crianças em idade pré-escolar ainda precisam ser esclarecidas. Os objetivos do presente estudo foram: 1) examinar a associação entre as percepções dos principais cuidadores (heterorrelato) e das crianças (autorrelato) sobre a qualidade de vida destas na fase pré-escolar, 2) examinar o efeito do nascimento prematuro e do gênero na qualidade de vida dos pré-escolares. A fim de atingir esses objetivos foram realizados dois estudos. Participaram do primeiro estudo 83 crianças saudáveis com média de idade de cinco anos e seus principais cuidadores. Essas crianças frequentavam a educação infantil pública da cidade de Goiânia-GO. O Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé (AUQEI) foi utilizado para avaliar a qualidade de vida autorrelatada e o Child Health Questionnaire-50 Parent Form (CHQ-PF50) para avaliar a qualidade de vida por meio de heterorrelato, nas versões brasileiras. O desenvolvimento psicomotor das crianças foi avaliado por meio do teste Denver II e indicadores de saúde e sociodemográficos foram coletados. Procedeu-se o teste de correlação entre os escores da AUQEI e CHQ-PF50 e a análise multivariada para identificar os modelos de predição da qualidade de vida heterorrelatada e autorrelatada. O segundo estudo foi realizado com 31 crianças (55% meninos) nascidas pré-termo de uma coorte acompanhada desde o nascimento e 74 crianças (49% meninos) nascidas a termo que frequentavam a educação infantil pública de Goiânia-GOA qualidade de vida das crianças nesse segundo estudo foi avaliada somente por meio do CHQ-PF50. Os indicadores de desenvolvimento (teste Denver II), de saúde e sociodemográficos foram levantados. O efeito interativo ou principal da prematuridade e do gênero nos escores do CHQ-PF50 foi analisado por meio da ANOVA fatorial 2X2. Análises multivariadas foram realizadas considerando os indicadores de saúde, sociodemográficos e de desenvolvimentos como preditores da qualidade de vida, juntamente com a prematuridade e o gênero. Quanto aos resultados do primeiro estudo, constatou-se que a maioria das crianças e dos principais cuidadores referiu qualidade de vida satisfatória nos pré-escolares. As correlações entre os escores obtidas na AUQEI e no CHQ-PF foram fracas. A análise multivariada não revelou nenhum modelo de predição significativo da qualidade de vida autorrelatada. Contudo, piores níveis qualidade de vida heterorrelatada foram preditos pelo gênero feminino, maior número de vezes que foi hospitalizada, uso de medicamentos, risco no comportamento pessoal-social do teste Denver II e dificuldades na escola. Os achados do segundo estudo mostraram que os meninos nascidos pré-termo apresentaram piores condições de saúde ao nascer e na idade pré-escolar; todos eles foram classificados com risco de atraso no desenvolvimento global segundo o teste Denver II. Apesar disso, não foram verificados efeitos interativos entre a prematuridade ao nascer e o gênero na qualidade de vida dos pré-escolares. Foi observado o efeito principal da variável prematuridade ao nascer na qualidade de vida das crianças. As crianças nascidas pré-termo independentemente do gênero apresentaram piores relatos de qualidade vida em 5/15 domínios e no índice sumário psicossocial do CHQ-PF50, em comparação às crianças nascidas a termo. Os indicadores que predisseram pior qualidade de vida dascrianças foram os seguintes: prematuridade ao nascer, uso de medicamentos na idade pré-escolar, história de acidente grave e cirurgia, mães mais jovens, com baixa escolaridade e que não possuem emprego e presença de risco no pessoal-social do teste Denver II. Conclui-se que não houve associação significativa entre a percepção dos principais cuidadores e das crianças sobre qualidade de vida dos pré-escolares. O gênero não apresentou efeitos sobre a qualidade de vida das crianças, nem quando analisado em combinação com a prematuridade ao nascer. Por outro lado, a prematuridade ao nascimento exerceu um efeito de risco importante sobre a qualidade de vida das crianças, segundo a percepção dos seus cuidadores. O heterorrelato de qualidade de vida das crianças é influenciado principalmente pelo seu desempenho na área pessoal-social do desenvolvimento
- Imprenta:
- Publisher place: Ribeirão Preto
- Date published: 2016
- Data da defesa: 30.11.2016
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ABNT
FERRO, Martina Estevam Brom Vieira. Qualidade de vida de crianças na fase pré-escolar: efeitos do nascimento prematuro e gênero. 2016. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2016. . Acesso em: 27 abr. 2024. -
APA
Ferro, M. E. B. V. (2016). Qualidade de vida de crianças na fase pré-escolar: efeitos do nascimento prematuro e gênero (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. -
NLM
Ferro MEBV. Qualidade de vida de crianças na fase pré-escolar: efeitos do nascimento prematuro e gênero. 2016 ;[citado 2024 abr. 27 ] -
Vancouver
Ferro MEBV. Qualidade de vida de crianças na fase pré-escolar: efeitos do nascimento prematuro e gênero. 2016 ;[citado 2024 abr. 27 ]
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