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Avaliação da dor e do estresse em crianças hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (2018)

  • Authors:
  • Autor USP: OLIVEIRA, NÁTALI CASTRO ANTUNES CAPRINI - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RNP
  • Subjects: SAÚDE MENTAL; ESTRESSE; DESENVOLVIMENTO INFANTIL; CUIDADOS INTENSIVOS
  • Keywords: Child development; Distress; Dor; Intensive care; Pain
  • Agências de fomento:
  • Language: Português
  • Abstract: O presente estudo de corte transversal teve por objetivo avaliar a intensidade de dor aguda e o comportamento de estresse em crianças de um a sete anos de idade, hospitalizadas em unidade pediátrica de cuidados intensivos, e comparar grupos diferenciados, respectivamente por: tipo de doença (aguda vs. crônica), tipo de tratamento (cirúrgico vs. clínico), fase de desenvolvimento (1-3 anos vs. 4-7 anos) e sexo (meninos vs. meninas). O estudo teve como objetivo secundário comparar duas avaliações de dor e estresse realizadas durante dois procedimentos dolorosos em dias diferentes para verificar a reatividade comportamental das crianças durante a internação. A amostra do estudo foi composta por 44 crianças (59% de meninos) com idade entre um e sete anos (média= 38 meses; ± 23,2), que estavam internadas no Centro de Terapia Intensiva Pediátrico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Os motivos da internação referiam-se a tratamento pós-cirúrgico (n = 30; 68%) ou clínico (n = 12; 32%), havendo uma prevalência de pacientes com doenças crónicas (n = 25; 57%). Foram realizadas duas avaliações de dor aguda e de estresse comportamental (Avaliação 1 e Avaliação 2) no decorrer de procedimento doloroso envolvendo inserção de agulha (tipo punção para coleta de sangue). Para avaliação do indicador de intensidade de dor aguda foi aplicada a escala Face, Legs, Activity, Cry and Consolability (FLACC) e para avaliação do indicador de estresse comportamental foi utilizada a escala Observational Scale of Behavioral Distress (OBSD). O comportamento das crianças foi filmado durante os procedimentos, incluindo as fases de Linha de base, Procedural e de Recuperação, para posterior aplicação das escalas de dor e de estresse. Para obtenção dos indicadores da história dos procedimentos de dor e estresse do contexto foiaplicada a escala Neonatal Infant Stressor Scale (NISS), analisando-se os dados de prontuários médicos das crianças. No tratamento dos dados, foram realizadas análises estatísticas do tipo descritivo, de comparação intragrupo (testes de Wilcoxon e McNemar), ANOVA de medidas repetidas, de comparação entre grupos (teste de Mann-Whitney), de correlação entre duas variáveis numéricas (teste de Pearson) e de associação entre duas variáveis categóricas (teste do Qui-quadrado). Os dados foram analisados por meio do SPSS (versão 25.0, Chicago, II, USA). O nível de significância de 5% (p ≤ 0,05) foi adotado em todos os testes do estudo. Os resultados mostraram que as crianças internadas na unidade de lamento intensivo enfrentaram uma média de 17 eventos estressores por dia e de 47 eventos dolorosos durante a internação até o dia em que foram avaliadas. As crianças apresentaram imensidade de dor classificada como moderada nas duas avaliações (média= 5; ± 2,7 na Avaliação 1, e média = 6; ± 2,7 na Avaliação 2, na fase Procedural). Observou-se uma intensificação estatisticamente significativa da dor do primeiro para o segundo procedimento doloroso na fase Procedural (p = 0,03). Notou-se que na avaliação 2, os meninos apresentaram maior reatividade à dor na fase de Recuperação após o procedimento doloroso (p = 0,02), em comparação às meninas. Em relação ao estresse comportamental das crianças, houve também uma maior sensibilizarão das crianças para os comportamentos de estresse na segunda avaliação em comparação à primeira, especialmente na Linha de base (média = 3; ± 2,9 na Avaliação 1, e média = 5; ± 3,6 na Avaliação 2; p < 0,001). Na avaliação 1, as crianças que tinham doenças agudas, em comparação às crianças com doenças crônicas, apresentaram maior reatividade à dor e ao estresse nas fases Procedural (p = 0,02, na avaliaçãode dor, e p = 0,03, na avaliação de estresse) e de Recuperação (p = 0,04, nas avaliações de dor e estresse). Na avaliação 2, as crianças que foram submetidas a cirurgias apresentaram maior reatividade à dor e ao estresse na Linha de base (p = 0,02, na avaliação de dor, e p < 0,001, na avaliação de estresse) e na fase Procedural (p = 0,01, na avaliação de dor, e p < 0,001 na avaliação de estresse), em comparação às crianças que receberam tratamento clínico. Adicionalmente, encontrou-se associação significativa entre os indicadores de dor e estresse comportamental experimentados pelas crianças; quanto maior a intensidade de dor durante o procedimento de inserção de agulha, maior reação de estresse apresentado pelas crianças (r = 0,84; p < 0,001, na Avaliação 1, e r = 0,84; p < 0,001, na Avaliação 2). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de idade das crianças analisadas. Conclui-se que as crianças apresentaram altos níveis de exposição a eventos estressores no contexto de cuidados intensivos e níveis moderados de intensidade de dor e estresse comportamental. A reatividade à dor foi mais intensa nos pacientes cirúrgicos e com doenças agudas. Houve uma alta associação entre reatividade à dor e comportamentos de estresse, sendo que ambos se intensificaram durante o tratamento das crianças. Cuidados de manejo não farmacológico à dor aguda devem ser implementados como medida preventiva e de alívio de dor
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 21.11.2018
  • Acesso à fonte
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    • ABNT

      OLIVEIRA, Nátali Castro Antunes Caprini. Avaliação da dor e do estresse em crianças hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. 2018. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2018. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-27052019-153142/. Acesso em: 27 abr. 2024.
    • APA

      Oliveira, N. C. A. C. (2018). Avaliação da dor e do estresse em crianças hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-27052019-153142/
    • NLM

      Oliveira NCAC. Avaliação da dor e do estresse em crianças hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica [Internet]. 2018 ;[citado 2024 abr. 27 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-27052019-153142/
    • Vancouver

      Oliveira NCAC. Avaliação da dor e do estresse em crianças hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica [Internet]. 2018 ;[citado 2024 abr. 27 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-27052019-153142/

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