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Composição química das ceras cuticulares em espécies de Bryophyta (musgos) e Marchantiophyta (hepáticas) (2020)

  • Authors:
  • Autor USP: MATOS, TAMARA MACHADO - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIB
  • Subjects: BRIÓFITAS; EVOLUÇÃO VEGETAL; COMPOSIÇÃO QUÍMICA; FISIOLOGIA VEGETAL; ÁCIDOS GRAXOS
  • Keywords: Bryophytes; Cuticle; Cutícula vegetal; Evolução; Evolution; Lipídios de superfície; Surface lipids
  • Agências de fomento:
  • Language: Português
  • Abstract: A transição das primeiras plantas para o ambiente terrestre ocorreu aproximadamente há 450 milhões de anos. O surgimento de uma camada extracelular lipofílica contínua recobrindo as partes aéreas das plantas, a cutícula vegetal, foi crucial para o sucesso evolutivo desse grupo, garantindo a relativa independência do habitat aquático. A cutícula é composta pela cutina a qual é envolvida pelas ceras cuticulares e desempenha um papel multifuncional nas plantas, sobretudo evitando a dessecação. As "briófitas" são consideradas as pioneiras na transição do ambiente aquático para o terrestre. Esse termo é utilizado para designar três divisões de plantas avasculares, criptógamas, com a geração gametofítica dominante: Marchantiophyta (hepáticas), Bryophyta (musgos) e Anthocerotophyta (antóceros). Elas compõem o segundo maior grupo de plantas terrestres com aproximadamente 20.000 espécies. No Brasil são descritas cerca de 1.524, sendo a Mata Atlântica do Sudeste o centro de diversidade dessas plantas. Embora vários trabalhos já tenham sido publicados desde os anos de 1940, ainda há controversas sobre a presença de uma camada cuticular nas briófitas. Neste estudo, foram analisadas um total de 34 espécies pertencentes às divisões Marchantiophyta e Bryophyta descrevendo a morfologia da cera epicuticular, o teor e a composição química da cera cuticular para os gametófitos, alguns esporófitos e também para a caliptra, quando disponíveis. A micromorfologia das ceras na superfície dessasestruturas é bastante variável, sendo possível verificar a presença de filmes e cristais de cera. Entre as espécies de musgos e hepáticas, o teor de cera dos gametófitos variou de 0,02 μg/cm2 à 0,6 μg/cm2 e 0,1 μg/cm2 à 0,4 μg/cm2, respectivamente. A composição química das ceras cuticulares foi bastante diversificada, sendo identificadas 10 classes de componentes de cera: ácidos graxos, alcanos, alcenos, álcoois primários e secundários, aldeídos, cetonas, diácidos, ésteres e triterpenos. No geral, ácidos graxos e alcanos foram as classes mais comuns tanto nas espécies de Bryophyta como nas de Marchantiophyta. Três espécies de Polytrichaceae tiveram a cera do gametófito, esporófito (cápsula e seta) e caliptra analisadas separadamente. No gametófito e na caliptra o teor de cera obtido foi semelhante, variando de 0,2 μg/cm2 à 0,3 μg/cm2. No esporófito, observou-se uma distribuição não homogênea no conteúdo de cera, sendo, no geral, cerca de duas vezes maior na cápsula em relação a seta. Ésteres e aldeídos foram detectados apenas no esporófito e o álcool secundário nonacosan-10-ol foi encontrado em maiores porcentagens na cápsula e na caliptra. Para Lejeunea flava (Lejeuneaceae - Marchantiophyta) foi iniciada uma investigação sobre possível variação intraespecífica das ceras. Ainda que seja necessário investigações mais detalhadas, a amostra coletada em região urbanizada apresentou a maior diferença, considerando o teor total de ceras e das classescomponentes, quando comparada as amostras de regiões menos antropizadas. Entretanto, essa diferença não foi observada considerando-se a composição dos homólogos. No geral, não foram detectadas substâncias nunca antes descritas como componentes de ceras em embriófitas. Entretanto, algumas das substâncias estão sendo relatadas pela primeira vez em briófitas. Com isso, acreditamos que os resultados deste trabalho podem ampliar o nosso entendimento sobre a evolução da estrutura e das vias biossintéticas dos componentes da cutícula nas embriófitas, já presentes tanto no gametófito como no esporófito das linhagens basais de plantas terrestres. Por fim, esperamos que este estudo estimule mais trabalhos investigativos de diversidade química desse grupo, especialmente envolvendo espécies brasileiras
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 03.04.2020
  • Acesso à fonte
    How to cite
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    • ABNT

      MATOS, Tamara Machado. Composição química das ceras cuticulares em espécies de Bryophyta (musgos) e Marchantiophyta (hepáticas). 2020. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-22062020-091350/. Acesso em: 28 abr. 2024.
    • APA

      Matos, T. M. (2020). Composição química das ceras cuticulares em espécies de Bryophyta (musgos) e Marchantiophyta (hepáticas) (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-22062020-091350/
    • NLM

      Matos TM. Composição química das ceras cuticulares em espécies de Bryophyta (musgos) e Marchantiophyta (hepáticas) [Internet]. 2020 ;[citado 2024 abr. 28 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-22062020-091350/
    • Vancouver

      Matos TM. Composição química das ceras cuticulares em espécies de Bryophyta (musgos) e Marchantiophyta (hepáticas) [Internet]. 2020 ;[citado 2024 abr. 28 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-22062020-091350/

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