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Nos maretórios da Amazônia: os desafios da gestão compartilhada nas reservas extrativistas marinhas do nordeste do estado do Pará (2021)

  • Authors:
  • Autor USP: NASCIMENTO, JOSINALDO REIS DO - FFLCH
  • Unidade: FFLCH
  • Sigla do Departamento: FLG
  • DOI: 10.11606/T.8.2021.tde-20072022-165622
  • Subjects: LITORAL; POPULAÇÃO; MARINHAS; RESERVAS NATURAIS
  • Keywords: CONFREM; litoral amazônico; maretório; populações tradicionais; RESEX marinhas
  • Agências de fomento:
  • Language: Português
  • Abstract: A presente investigação científica objetivou compreender as maneiras que as ideias acerca da cogestão chegaram até o litoral amazônico, seus desafios e perspectivas nas RESEX Marinhas, sobretudo as de Tracuateua, Caeté-Taperaçu, Araí-Peroba e Gurupi-Piriá, bem como discutir as formas que esses processos de cogestão têm contribuído para mudanças nos modos de representação política e organizacional dos pescadores e pescadoras artesanais. Também buscou elaborar o conceito de Maretório, a partir da percepção desses trabalhadores e trabalhadoras. Para isso, entre 2015 e 2019, utilizando métodos de pesquisa qualitativa e análises documentais, foram colhidos depoimentos de 50 pessoas. Após uma série de conflitos socioambientais entre tiradores de caranguejo de S. Caetano de Odivelas e de Soure, no Marajó, desencadearam-se várias ações sociais engendradas por pescadores artesanais ao longo do litoral paraense, e suas organizações aliaram-se a outras, formando verdadeiras unidades de mobilização. Após sucessivos embates com as forças hegemônicas de reprodução do capital, desde o início do ano 2000, foram institucionalizadas 12 RESEX Marinhas, chegando à fronteira com o Maranhão. Nesses arranjos societários emergiram fortes lideranças comunitárias, muitas delas forjadas em valores da Teologia da Libertação, que desde então tem contribuído para as transformações políticas e sociais no litoral. No entanto, outras lideranças, frágeis ideologicamente, foram/são facilmente cooptadas pelopoder político local, que se reorganiza sempre que sente sua hegemonia ameaçada. A institucionalização dos maretórios em RESEX Marinhas proporcionou a essas populações tradicionais novos mecanismos democráticos de gestão de seus espaços e deu-lhes acesso a vários direitos via políticas públicas. Porém, desde 2019 a reprodução social dessas populações tradicionais pesqueiras do litoral amazônico encontra-se em risco, assim como outras para além do litoral amazônico. Nesse sentido, é imprescindível destacar a importância da formação de novas lideranças, capazes de compreender essas dificuldades e obstáculos na incansável luta em defesa dos seus modos de vida majoritariamente ligados à pesca. Suas organizações precisam ser cada vez mais fortes, e a CONFREM vem se configurando como uma instituição capaz de liderar esse processo. Nesse contexto, o elaboração do Maretório, como um conceito endógeno, mostra-se relevante para ajudar na compreensão e discussão sobre os processos de produção/reprodução dos espaços costeiros/estuarinos no Brasil, onde suas populações vivem muito tempo de sua existência física sob as águas, sofrendo influências diretas dos regimes das marés, dos ciclos lunares, dos ventos e suas dinâmicas costeiras. O Maretório traz elementos que podem ajudar no aperfeiçoamento dos processos de cogestão da pesca e suas peculiaridades, bem como contribuir nas resoluções de demandas sociais e políticas dessas populações tradicionais, ampliando as perspectivas deinterpretações e compreensões de suas realidades e identidades
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 21.05.2021
  • Acesso à fonteAcesso à fonteDOI
    Informações sobre o DOI: 10.11606/T.8.2021.tde-20072022-165622 (Fonte: oaDOI API)
    • Este periódico é de acesso aberto
    • Este artigo é de acesso aberto
    • URL de acesso aberto
    • Cor do Acesso Aberto: gold
    • Licença: cc-by-nc-sa

    How to cite
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    • ABNT

      NASCIMENTO, Josinaldo Reis do. Nos maretórios da Amazônia: os desafios da gestão compartilhada nas reservas extrativistas marinhas do nordeste do estado do Pará. 2021. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-20072022-165622/. Acesso em: 16 maio 2024.
    • APA

      Nascimento, J. R. do. (2021). Nos maretórios da Amazônia: os desafios da gestão compartilhada nas reservas extrativistas marinhas do nordeste do estado do Pará (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-20072022-165622/
    • NLM

      Nascimento JR do. Nos maretórios da Amazônia: os desafios da gestão compartilhada nas reservas extrativistas marinhas do nordeste do estado do Pará [Internet]. 2021 ;[citado 2024 maio 16 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-20072022-165622/
    • Vancouver

      Nascimento JR do. Nos maretórios da Amazônia: os desafios da gestão compartilhada nas reservas extrativistas marinhas do nordeste do estado do Pará [Internet]. 2021 ;[citado 2024 maio 16 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-20072022-165622/

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