Fístula traqueoesofágica: rara complicação após feto (fetal endoscopic tracheal occlusion): relato de caso (2021)
- Authors:
- USP affiliated authors: SBRAGIA NETO, LOURENÇO - FMRP ; VOLPE, FABIO ANTONIO PERECIM - FMRP ; OLIOZE, CARLOS EDUARDO DIAS - FOB
- Unidades: FMRP; FOB
- Subjects: ventilatórios e diminuição importante do murmúrio vesicular em hemitórax esquerdo. RX de tórax que evidenciou velamento de todo hemitórax esquerdo com desvio do mediastino para a direita. Realizado toracocentese com drenagem de líquido pleural esquerdo de aspecto amarelo citrino que foi confirmado laboratorialmente como quilotorax. No 8º PO, o RN manteve quadro de instabilidade hemodinâmica, necessidade de aumento nos parâmetros respiratórios, acidose metabólica e retenção de CO2. Foi submetido à ventilação mecânica com ventilador de alta frequência, reiniciado drogas vasoativas (dopamina e dobutamina) e óxido nítrico. Apresentou sangramento gástrico e dificuldade manutenção dos parâmetros ventilatórios e de pressão inspiratória. Ainda no 8º PO apresentou labilidade extrema, com queda importante da saturação de oxigênio (60%) e com pouca resposta ao aumento de parâmetros respiratórios e aumento do NO, além de distensão abdominal. Realizado radiografia de tórax evidenciando imagem sugestiva de FTE e derrame pleural pequeno (residual) em hemitórax esquerdo, pois durante a ventilação a sonda nasogástrica “soprava”. No 9º PO manteve-se hemodinamicamente instável, sem melhora dos parâmetros ventilatórios, com baixa saturação de oxigênio apesar das medidas clínicas de ressuscitação. Submetido RN a radiografia contrastada, no leito, que evidenciou FTE. Evoluiu com hipotensão arterial, baixa saturação de oxigênio e déficit de perfusão tecidual periférica, cianose, acidose persistente e óbito. Resultado da necropsia encontrou hipoplasia pulmonar, pneumonia e uma FTE. CONCLUSÃO FETO pode aumentar a sobrevivência dos fetos com HDC de mal prognóstico com dados nacionais que confirmam estes resultados 4 . Lesão traqueal é rara, mas em longo prazo pode haver traqueomalácia sem repercussão clínica 5 . Não encontramos relato similar na; ESOFAGOPATIAS; FÍSTULA GÁSTRICA; RECÉM-NASCIDO; DOENÇAS FETAIS
- Language: Português
- Abstract: INTRODUÇÃO A mortalidade da hérnia diafragmática congênita (HDC) varia de 32 a 62%. No entanto, estima-se que aproximadamente 1 em 2.000 concepções não chegam a termo por complicações associadas e que, apesar dos recentes avanços na terapêutica da HDC e de suas complicações, a mortalidade permanece alta como decorrência da hipoplasia e hipertensão pulmonares (HP) 1 . As possibilidades terapêuticas para a HDC consistem em tratamentos pré, peri e pós-natais e envolvem o ato cirúrgico seguido de prévio tratamento clínico, que nos casos graves podem utilizar surfactante pulmonar, ventiladores de alta frequência e oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) para tentar minimizar a gravidade da HP associada. Novas técnicas vêm sendo desenvolvidas com o intuito de promover o crescimento do pulmão intraútero e diminuir a mortalidade neonatal da HDC; dentre elas, encontra-se a oclusão da traqueia fetal (OT) 2 . A indicação de FETO (Fetal Endoscopic Tracheal Occlusion), realizado entre a 26a e a 28a semanas e retirado com 34 semanas, é restrito a relação pulmão cabeça (LHR - lung to head ratio) menor que 1,0, associado à presença do fígado dentro do tórax (liver up). Esses critérios aumentam a sobrevivência dos fetos com HDC em 50%3 . No entanto, os relatos das complicações traqueias são escassos na literatura. OBJETIVO Relatar um caso raro de fístula traqueoesofágica (FTE) após FETO. RELATO DE CASO Antecedentes Obstétricos: Gestante, G1P0A0, 26 anos, casada, do lar, foi encaminhada da cidade de Salvador-BA para o ambulatório de medicina fetal da FMRP-USP com diagnóstico pré-natal de hérnia diafragmática congênita esquerda de 27 semanas que foi confirmado em nossa instituição sem outros defeitos associados. A gestante não apresentava outras doenças, todos os exames de pré-natal eram adequados e negativos para doenças infecciosas.Devido a hipoplasia pulmonar da HDC, possuía indicação de intervenção fetal por possuir a LHR=0,96 com a presença do fígado dentro do tórax. Com 27 semanas e 2 dias foi submetida a colocação de balão fetal com boa evolução e alta em 4 dias. Com 32 semanas o LHR de 1,36 foi submetida a novo procedimento de FETO para retirada do balão e teve alta em 5 dias tomando Betametasona para previr membrana hialina. Evoluiu no 7º PO do segundo procedimento com infecção urinária tratada com Cefalosporina e boa resolução. Com 34 semanas apresentou amniorexe prematura de membrana e foi submetida a parto cesareana. Antecedentes Neonatal: RN masculino, peso de 2060g foi imediatamente entubado, sedado e levado para UTINEO onde foi confirmado radiologicamente a presença de HDC. Evoluiu com sinais de hipertensão pulmonar e instabilidade hemodinâmica. Iniciado óxido nítrico inalatório, dobutamina e dopamina com melhora da pressão arterial e perfusão tecidual. Após medicação evoluiu com melhora progressiva, com redução progressiva das medicações (drogas vasoativas e óxido nítrico). No 6º dia de vida estava sem medicações e sem óxido nítrico, hemodinamicamente estável e sem distúrbios hídricos eletrolíticos e ácido-básico quando foi submetido a cirurgia. Cirurgia e Evolução: Confirmado HDC com defeito diafragmático amplo com correção de defeito necessitando de uma prótese de pericárdio bovino. Evoluiu favoravelmente no pós-operatório imediato. Manteve-se hemodinamicamente estável permitindo redução progressiva da dopamina e do óxido nítrico com suspensão das medicações 48 horas após a cirurgia. No 5º PO, iniciado redução da sedação do RN para desmame progressivo da ventilação mecânica considerando os parâmetros favoráveis. No 7º PO evoluiu com piora apresentando queda da saturação de oxigênio, necessidade de aumento dos parâmetrosliteratura. CONCLUSÃO: FTE pode ser uma rara complicação da parte membranosa da traqueia após FETO e ter desfecho fatal.
- Imprenta:
- Publisher: CONGRESSE.ME
- Publisher place: Macaé
- Date published: 2021
- Source:
- Título do periódico: Anais
- Conference titles: JORMED - Jornada da Medicina USP Bauru
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ABNT
OLIOZE, Carlos Eduardo Dias e SBRAGIA, Lourenço. Fístula traqueoesofágica: rara complicação após feto (fetal endoscopic tracheal occlusion): relato de caso. 2021, Anais.. Macaé: CONGRESSE.ME, 2021. Disponível em: https://repositorio.usp.br/directbitstream/30649e68-41eb-454e-a41c-526bc01b5171/3124932.pdf. Acesso em: 12 maio 2024. -
APA
Olioze, C. E. D., & Sbragia, L. (2021). Fístula traqueoesofágica: rara complicação após feto (fetal endoscopic tracheal occlusion): relato de caso. In Anais. Macaé: CONGRESSE.ME. Recuperado de https://repositorio.usp.br/directbitstream/30649e68-41eb-454e-a41c-526bc01b5171/3124932.pdf -
NLM
Olioze CED, Sbragia L. Fístula traqueoesofágica: rara complicação após feto (fetal endoscopic tracheal occlusion): relato de caso [Internet]. Anais. 2021 ;[citado 2024 maio 12 ] Available from: https://repositorio.usp.br/directbitstream/30649e68-41eb-454e-a41c-526bc01b5171/3124932.pdf -
Vancouver
Olioze CED, Sbragia L. Fístula traqueoesofágica: rara complicação após feto (fetal endoscopic tracheal occlusion): relato de caso [Internet]. Anais. 2021 ;[citado 2024 maio 12 ] Available from: https://repositorio.usp.br/directbitstream/30649e68-41eb-454e-a41c-526bc01b5171/3124932.pdf - Estudo da ação de neurotransmissores na motilidade do cólon distal normal e amado. Modelo experimental, em ratos
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