Exportar registro bibliográfico

Medidas acústica e perceptiva de soprosidade em homens e mulheres cis e transgênero (2023)

  • Authors:
  • USP affiliated authors: WOLF, ALINE EPIPHANIO - FMRP ; SILVERIO, KELLY CRISTINA ALVES - FOB ; BRASOLOTTO, ALCIONE GHEDINI - FOB ; CANAL, MARINA FIUZA - FOB ; SANTOS, ALINE OLIVEIRA - FOB
  • Unidades: FMRP; FOB
  • Subjects: QUALIDADE DA VOZ; ACÚSTICA; PESSOAS TRANSGÊNERO
  • Language: Português
  • Abstract: INTRODUÇÃO: A maioria das pessoas transgênero recorre aos serviços de saúde em busca de uma congruência entre corpo e identidade. A identificação do gênero pela voz pode ser uma dificuldade enfrentada por estes indivíduos durante o processo de hormonização ou transição. Uma das características vocais típicas da voz feminina é a soprosidade e existem poucas informações na literatura sobre esta característica em vozes de homens e mulheres transgênero. Portanto, há a hipótese de que a soprosidade pode ser diferente em pessoas cis e transgênero e pode ser relacionada à percepção de gênero. A soprosidade é identificada de forma perceptivo-auditiva, porém recentemente foi desenvolvido um índice promissor para identificação deste parâmetro, o Índice Acústico de Soprosidade (ABI). OBJETIVO: Comparar os valores dos indicadores acústicos e perceptivos da presença de soprosidade em homens e mulheres cis e transgênero, bem como entre as vozes destas pessoas julgadas como femininas ou masculinas. METODOLOGIA: Este estudo retrospectivo e transversal, aprovado pelo CEP (4.937.140), analisou gravações de vogal /a/ sustentada de 115 pessoas, 21 homens cis (HCIS), 31 homens trans (HT), 31 mulheres cis (MCIS) e 32 mulheres trans (MT), maiores de 18 anos de idade. Uma juíza especialista em voz realizou a avaliação perceptivo-auditiva das amostras aleatoriamente, a qual consistiu na classificação de gênero (feminina ou masculina) e determinação do grau de soprosidade, por meio da escala analógica visual de 100mm, sendo a extrema à esquerda correspondente à ausência e na extrema à direita, sua presença em grau máximo. Extraiu-se o ABI, por meio do software PRAAT (6.1.16). Os resultados foram comparados entre os quatro grupos e entre as pessoas cujas vozes foram identificadas como feminina ou masculina.Foram utilizados os testes ANOVA, Tukey e t de Student (p<0,05). RESULTADOS: As médias de soprosidade para os distintos grupos foi HCIS=10,0; MCIS=11,4; HT=14,7; MT=11,5, sem diferença significativa (p=0,114). O ABI médio dos HCIS (0,97) foi menor do que para as MCIS (1,95; p=0,044) e do que para os HT (1,78; p=0.009). HCIS e MCIS foram identificados pelo gênero que se identificam em 100% das amostras apresentadas. O mesmo não ocorreu para homens e mulheres transgênero: 45,2% HT tiveram a voz percebida como feminina e 59,4% MT como masculinas. Ao considerar apenas os HT+MT, o ABI foi mais elevado para as pessoas que foram percebidas como mulheres (2,43) do que como homens (1,34) com p=0,024. O valor da soprosidade não apresentou diferença significativa entre as pessoas percebidas como homens ou mulheres (p=0,711). CONCLUSÃO: A hipótese do estudo foi confirmada, uma vez que a soprosidade ocorre de maneira distinta entre homens e mulheres cis e transgênero e entre pessoas julgadas como homens e mulheres. Ressalta-se que a soprosidade pode ser melhor compreendida usando índices acústicos multiparamétricos. Os resultados indicam que, mesmo quando homens trans são submetidos ao uso da testosterona e passam por modificações vocais, ainda permanecem com a passagem de ar transglótica característica feminina à fonação. Tais conhecimentos contribuem para abordagens de aprimoramento vocal desta população e, consequentemente, maior satisfação e efetividade da comunicação.
  • Imprenta:
  • Source:
  • Conference titles: COFAB - Congresso Fonoaudiológico de Bauru "Profa Dra Luciana Paula Maximino"

  • Download do texto completo

    Tipo Nome Link
    Versão Publicada3137590.pdfDirect link
    How to cite
    A citação é gerada automaticamente e pode não estar totalmente de acordo com as normas

    • ABNT

      CANAL, Marina Fiuza et al. Medidas acústica e perceptiva de soprosidade em homens e mulheres cis e transgênero. 2023, Anais.. Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, 2023. Disponível em: https://repositorio.usp.br/directbitstream/74d731fc-8d8d-45e4-b29e-e872a3dadfe1/3137590.pdf. Acesso em: 30 abr. 2024.
    • APA

      Canal, M. F., Wolf, A. E., Silvério, K. C. A., Santos, A. O., & Brasolotto, A. G. (2023). Medidas acústica e perceptiva de soprosidade em homens e mulheres cis e transgênero. In Anais. Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Recuperado de https://repositorio.usp.br/directbitstream/74d731fc-8d8d-45e4-b29e-e872a3dadfe1/3137590.pdf
    • NLM

      Canal MF, Wolf AE, Silvério KCA, Santos AO, Brasolotto AG. Medidas acústica e perceptiva de soprosidade em homens e mulheres cis e transgênero [Internet]. Anais. 2023 ;[citado 2024 abr. 30 ] Available from: https://repositorio.usp.br/directbitstream/74d731fc-8d8d-45e4-b29e-e872a3dadfe1/3137590.pdf
    • Vancouver

      Canal MF, Wolf AE, Silvério KCA, Santos AO, Brasolotto AG. Medidas acústica e perceptiva de soprosidade em homens e mulheres cis e transgênero [Internet]. Anais. 2023 ;[citado 2024 abr. 30 ] Available from: https://repositorio.usp.br/directbitstream/74d731fc-8d8d-45e4-b29e-e872a3dadfe1/3137590.pdf


Digital Library of Intellectual Production of Universidade de São Paulo     2012 - 2024