Análise e interpretação geomorfológica da bacia do córrego Taquara-DF (1999)
- Autores:
- Autor USP: MAMEDE, LINDINALVA - FFLCH
- Unidade: FFLCH
- Sigla do Departamento: FLG
- Assuntos: GEOGRAFIA FÍSICA; BACIA HIDROGRÁFICA (CONSERVAÇÃO;MANEJO); GEOMORFOLOGIA
- Idioma: Português
- Resumo: A presente pesquisa geomorfológica, realizada na escala de detalhe, desenvolveu-se na microbacia do córrego Taquara. Constitui um bom exemplo para o estudo das pequenas bacias hidrográficas situadas nos topos Planalto do Distrito Federal. Objetiva, precipuamente, identificar os indicadores da evolução da paisagem geomorfológica, numa tentativa de se reconhecer os mecanismos pretéritos e atuais desta esculturação. A hipótese norteadora do plano de investigação considerou, principalmente, a possibilidade de aloctonia e autoctonia das formações superficiais, como testemunhas dos processos morfogenéticos atuantes desde o Terciário Médio (Eoceno-Oligoceno). Segundo a literatura, essa processualística teria originado uma superfície de aplanamento que vem sendo sucessivamente reesculturada por episódios climáticos, em condições de relativa estabilidade tectônica. A fundamentação teórico-operacional desta pesquisa considerou que a paisagem geomorfológica é constituída por diferentes componentes bióticos e abióticos que interagem entre si, de modo hierarquizado, produzindo os sistemas geomorfológicos. Para apreensão desses componentes e compreensão de suas relações têmporo-espaciais, desenvolveu-sea investigação em níveis de aproximação sucessivos, partindo de uma compartimentação espacial do meio físico em sistemas geomorfológicos, passando à análise da estrutura superficial destes, onde foi dada grande ênfase aos estudos dos solos em toposseqüência, para sechegar à interpretação sobre a sua dinâmica genético-evolutiva. A pesquisa permitiu a identificação de cinco sistemas geomorfológicos na microbacia: Sistema da Chapada (subdividido em Chapada da Bacia e Altas Vertentes); Patamar Marginal Concrecionado; Rampas Interiores; Blocos, Lombas e Vertentes (do Cristo Redentor - subdivididos em Blocos Soerguidos, Lombas e vertentes do Tapera e Lombas e Vertentes do Taperinha) e Sistema de Agradação (subdividido em ) Agradação Fluvial, Agradação Colúvio-Torrencial e Agradação Localizada). O estudo dos solos revelou a presença de uma sucessão lateral de solos dominantes, constituída de Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo, Latossolo Endopetroplíntico, Petroplíntico, Latossolo Una e Solo Gley. Vistos de montante para jusante, essas classes de solo ordenam-se perpendicularmente aos sistemas geomorfológicos, com os quais estão em íntima relação morfogenética e morfodinâmica. O estudo revelou, ainda, que os dois primeiros solos formam o sistema pedológico de montante - correlativo das chapadas e altas vertentes - e que o Latossolo Una, compõe o sistema pedológico de jusante - correlativo das rampas interiores - ambos separados pelos solos Endo e Petroplínticos - correlativos do patamar concrecionário. Os exames macro e micromorfológico e analítico dos solos de montante e início dos solos de jusante (Una), revelaram filiação genética com o substrato siltítico epimetamórfico encouraçado(couraça litodependente), que corresponde ao sistema mais antigo. No sistema de jusante, sobretudo na baixa vertente, foi constatada a contribuição de materiais remanejados de origem coluvial e evolução sobre condições de maior umidade, proveniente dos fluxos internos e externos demontante. O estudo climático mostrou domínio de clima tropical, com alternância de anos secos e chuvosos. Estas características climáticas, compatíveis com os processos de latossolização dos materiais, de origem dos solos, são também importantes no remanejamento recente de materiais, bem como na definição da fitofisionomia e do regime hidrodinâmico das pequenas bacias de topo das chapadas. A espessura e evolução pedogenética dos materiais sugerem que tais características já viriam atuando a partir do Mioceno. Os sucessivos níveis de abordagem, aliados aos estudos detalhados das formações superficiais (solos) ao longo da toposseqüência, ) mostraram-se uma ferramenta relevante para a compreensão da paisagem geomorfológica
- Imprenta:
- Data da defesa: 16.12.1999
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ABNT
MAMEDE, Lindinalva. Análise e interpretação geomorfológica da bacia do córrego Taquara-DF. 1999. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. . Acesso em: 28 mar. 2024. -
APA
Mamede, L. (1999). Análise e interpretação geomorfológica da bacia do córrego Taquara-DF (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Mamede L. Análise e interpretação geomorfológica da bacia do córrego Taquara-DF. 1999 ;[citado 2024 mar. 28 ] -
Vancouver
Mamede L. Análise e interpretação geomorfológica da bacia do córrego Taquara-DF. 1999 ;[citado 2024 mar. 28 ]
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