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Evolução tectono-sedimentar da Formação Santa Bárbara na sub-bacia Camaquã Ocidental, RS (2001)

  • Autores:
  • Autor USP: ALMEIDA, RENATO PAES DE - IGC
  • Unidade: IGC
  • Sigla do Departamento: GGG
  • Assuntos: ESTRATIGRAFIA; GEOTECTÔNICA
  • Idioma: Português
  • Resumo: Na região centro-sul do Rio Grande do Sul, sobre rochas metamórficas e ígneas do Escudo Gaúcho, ocorrem coberturas não metamorfizadas de idade neoproterozóica a cambriana, agrupadas sob a denominação de Grupo Camaquã. De acordo com a proposta de Fragoso Cesar et al. '(2000 POT.b)', esse grupo é composto por três formações: Maricá (siliciclástica basal), Crespos (vulcânicas andesíticas e riolíticas, piroclásticas e rochas sedimentares associadas), e Santa Bárbara (siliciclástica superior). A Formação Santa Bárbara é caracterizada por uma espessa sucessão (mais de 4000 metros) de conglomerados e arenitos, com siltitos subordinados, de ambientes aluviais e marinhos costeiros. Essa unidade aflora em três sub-bacias contíguas limitadas por falhas de direção NNE, denominadas Camaquã Ocidental, Central e Oriental, compreendendo diversas ocorrências isoladas por coberturas mais recentes (formações Pedra Pintada e Guaritas da Bacia do Paraná) em uma faixa de aproximadamente 70 km de largura por 150 km de extensão. Na sub-bacia Camaquã Ocidental, a Formação Santa Bárbara aflora continuamente em uma área de mais de 500 'km POT.2' na região dos Arroios do Seival, Lanceiros e Santa Bárbara que constituia área-tipo da formação. Essa exposição foi estudada através da aplicação de diversas técnicas da geologia sedimentar visando a caracterização dos ambientes deposicionais, da evolução paleogeográfica e da estratigrafia de seqüências. A Formação Santa Bárbara na sub-bacia CamaquãOcidental é composta por cinco unidades litoestratigráficas, incluindo conglomerados, arenitos e ritmitos arenosos e sílticos. A petrografia sedimentar revela o caráter imaturo desses sedimentos, como predomínio de litoarenitos feldspáticos nas unidades de arenitos e na matriz dos conglomerados. Três seqüências deposicionais sensu Vail et al. (1977) foram identificadas com base no reconhecimento das principais superfícies erosivas que limitam ) pacotes com afinidade genética e no reconhecimento dos tratos de sistemas deposicionais. Os padrões de empilhamento e as variações de espessura dos tratos de sistemas sugerem um aumento gradual das taxas de subsidência da primeira para a segunda seqüência. A terceira seqüência apresenta evidências de um controle tectônico na arquitetura deposicional, condicionada pelo soerguimento de um alto interno à bacia. Os ambientes deposicionais da formação podem ser agrupados em dois grandes conjuntos: ambientes aluviais com abundantes fácies de rios entrelaçados rasos e amplos e de leques aluviais com predomínio de processos de enchentes em lençol; e ambientes marinhos rasos e transicionais, com fácies estuarinas com ação de marés, além de fácies lagunares e costeiras com ação de ondas. As análises de paleocorrentes indicam dois padrões de transporte sedimentar aluvial: um transversal à estruturação da bacia, associado aos leques aluviais; e outro paralelo ao eixo da bacia, com transporte axial para norte emplanícies de rios entrelaçados. As paleocorrentes das fácies marinhas costeiras indicam bimodalidade de correntes de maré, com predomínio das correntes de vazante para norte e com correntes de enchente subordinadas para sul, além da presença, no trato transgressivo da terceira seqüência, de correntes de deriva litorânea para sudoeste, associadas à ação de ondas. A integração das análises de proveniência de clastos com as interpretações dos ambientes deposicionais e as análises de paleocorrentes levaram a duas conclusões. Primeiramente observou-se que há grande correlação entre os litoclastos presentes na bacia e os litotipos do embasamento hoje adjacente, indicando ausência de grandes movimentações transcorrentes nas falhas de borda. Além disso, identificou-se que a contribuição detrítica do alto de Caçapava do Sul, constituída de filitos, metabasitos e diversas fácies do Granito de Caçapava do Sul, ) passa a ocorrer apenas na terceira seqüência deposicional, fato interpretado como indício de que o isolamento entre as bacias Camaquã Ocidental e Camaquã Central ocorreu apenas em um período tardio de evolução da Formação Santa Bárbara. A integração de todas as informações obtidas sugere que a Formação Santa Bárbara depositou-se em uma bacia extensional tipo rift, com falhas limitantes de rejeito normal ou oblíquo, porém sem grandes rejeitos direcionais, com preenchimento sedimentar controlado principalmente pela subsidência tectônica, aporte clástico epadrões de transporte sedimentar, que modifiam as respostas à variações eustáticas
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 09.03.2001
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    • ABNT

      ALMEIDA, Renato Paes de. Evolução tectono-sedimentar da Formação Santa Bárbara na sub-bacia Camaquã Ocidental, RS. 2001. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-16082013-140926/. Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Almeida, R. P. de. (2001). Evolução tectono-sedimentar da Formação Santa Bárbara na sub-bacia Camaquã Ocidental, RS (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-16082013-140926/
    • NLM

      Almeida RP de. Evolução tectono-sedimentar da Formação Santa Bárbara na sub-bacia Camaquã Ocidental, RS [Internet]. 2001 ;[citado 2024 abr. 23 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-16082013-140926/
    • Vancouver

      Almeida RP de. Evolução tectono-sedimentar da Formação Santa Bárbara na sub-bacia Camaquã Ocidental, RS [Internet]. 2001 ;[citado 2024 abr. 23 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-16082013-140926/


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