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A reforma psiquiátrica e as associações de familiares: unidade e oposição (2002)

  • Autores:
  • Autor USP: VIANNA, PAULA CAMBRAIA MENDONÇA - EE
  • Unidade: EE
  • Sigla do Departamento: ENP
  • Assuntos: FAMÍLIA; SAÚDE MENTAL; ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
  • Idioma: Português
  • Resumo: Este estudo tem como objetivos conhecer a história de Associações de familiares dos serviços de saúde mental, compreendendo o que motiva as famílias a participarem de uma determinada associação; identificar as concepções do familiar sobre o processo de cuidar; conhecer os determinantes que levam os familiares a cuidar do doente mental ou delegar a outrem e contribuir para a formulação de diretrizes que orientem a atenção à família nos serviços de saúde mental. Está fundamentado no referencial teórico-metodológico do materialismo histórico dialético, pois o mesmo apresenta adequação à análise da realidade social, a partir de uma determinada visão de mundo dos sujeitos sociais envolvidos, considerando a historicidade dos fenômenos e permitindo, portanto, (re) olharmos a organização dos familiares nas Associações de familiares dos serviços de saúde mental. Foram estabelecidas, como balizas para o conhecimento do objeto, as categorias analíticas, ideologia e família. Para a construção das categorias empíricas foi utilizada a técnica de análise de discursos, a partir da depreensão dos temas contidos nos discursos dos entrevistados. Os cenários utilizados para o estudo foram a Associação Franco Basaglia (SP), que se posiciona favoravelmente às propostas preconizadas pela reforma psiquiátrica, e a Associação de Amigos, Familiares e Doentes Mentais do Brasil (RJ), que luta pela manutenção do modelo hospitalocêntrico de atendimento. A coleta de dados constou deconsulta aos documentos relativos à criação e organização das duas associações e entrevistas semi-estruturadas. Foram realizadas dez entrevistas com familiares que ocupam cargos de direção nas Associações, visto que os mesmos detêm a história oral das mesmas, seus objetivos e organização. Temas fundamentais como a luta pelo reconhecimento da cidadania do doente mental e sua reabilitação psicossocial, a inserção da família no movimento pela reforma psiquiátrica ) e a discussão sobre o modelo assistencial em saúde mental nortearam as discussões. A investigação revelou que, para os familiares da AFDM, a dificuldade na convivência com a doença, a descrença no atendimento prestado pelos novos serviços, a certeza de que o Estado não vem desempenhando o seu papel na assistência à saúde da população são exacerbadas pela possibilidade de fechamento dos hospitais psiquiátricos. Para os familiares da AFB, a sobrecarga do cuidado é amainada pela certeza da parceria com os serviços e profissionais na assistência prestada ao doente mental. As associações representam para os familiares da AFB e da AFDM uma rede de apoio, solidariedade e troca de experiências. Em um país, ainda pobre em recursos assistenciais para a área da saúde mental e sem tradição de assistência sistematizada às famílias nos serviços existentes, é dentro das associações que os familiares encontram a cooperação e o apoio necessários na convivência e assistência à doença mental. A superação dar-se-á apartir da construção e desenvolvimento de um trabalho, realizado pelo Estado, pelos serviços, instituições formadoras e profissionais de saúde, voltado para a realidade social e histórica vivida pelas famílias na assistência prestada ao doente mental
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 14.10.2002

  • Como citar
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    • ABNT

      VIANNA, Paula Cambraia de Mendonça. A reforma psiquiátrica e as associações de familiares: unidade e oposição. 2002. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. . Acesso em: 26 abr. 2024.
    • APA

      Vianna, P. C. de M. (2002). A reforma psiquiátrica e as associações de familiares: unidade e oposição (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Vianna PC de M. A reforma psiquiátrica e as associações de familiares: unidade e oposição. 2002 ;[citado 2024 abr. 26 ]
    • Vancouver

      Vianna PC de M. A reforma psiquiátrica e as associações de familiares: unidade e oposição. 2002 ;[citado 2024 abr. 26 ]

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