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Consequências da vasectomia entre homens submetidos à cirurgia em Campinas, São Paulo (2006)

  • Autores:
  • Autor USP: MARCHI, NÁDIA MARIA - FSP
  • Unidade: FSP
  • Sigla do Departamento: HSM
  • DOI: 10.11606/T.6.2006.tde-26092011-141136
  • Assuntos: VASECTOMIA; PLANEJAMENTO FAMILIAR (SERVICOS); ANTICONCEPÇÃO (MÉTODOS;MASCULINO); SEXUALIDADE; IDENTIDADE SEXUAL; RELAÇÕES FAMILIARES
  • Idioma: Português
  • Resumo: Objetivo: descrever as características dos homens submetidos à vasectomia na rede pública do Município de Campinas, SP, e investigar a sua percepção quanto às conseqüências da esterilização em algumas áreas de sua vida e as relações entre as circunstâncias da cirurgia e essas conseqüências. Procedimentos metodológicos: estudo descritivo, com um componente qualitativo e outro quantitativo. Após a identificação dos sujeitos, eles foram contatados via telefone ou correio. Para a etapa qualitativa, se realizaram 10 entrevistas semi-estruturadas com homens selecionados de acordo com critérios propositais de escolaridade e número de filhos. Em seguida, foi aplicado um formulário estruturado a 202 homens, sorteados a partir da lista completa daqueles que haviam sido vasectomizados entre 1998 e 2004. As entrevistas semi-estruturadas foram transcritas e inseridas no programa The Ethnograph para desvelar as unidades de significado ou temas identificados. Os dados obtidos através dos formulários estruturados foram digitados através do módulo data entry do programa computacional SPSS. A análise dos dados quantitativos foi, inicialmente , descritiva, preparando-se tabelas com a distribuição de freqüências das principais variáveis estudas, de acordo com os objetivos definidos. Em seguida, foi avaliada a associação entre possíveis conseqüências da vasectomia e caracterísitcas dos homens e circunstâncias de vida em que a cirurgia foi realizada utilizando-se o teste qui-quadrado. Resultados: os resultados evidenciaram algumas mudanças no perfil dos homens que se submeteram à vasectomia com crescimento na porcentagem dos que tinham renda per capita até R$ 300,00: 47,6 por cento no período entre 1998-1999 e 61,3 por cento entre 2003 e 2004.Esse crescimento foi mais significativo entre os homens com menos de 35 anos de idade e que tinham dois ou mais filhos vivos na ocasião da cirurgia. A análise dos dados qualitativos revelou que os homens, em geral, consideravam que a decisão de submeter-se à vasectomia havia sido deles próprios e não admitiam influência de outras pessoas. Porém, ficou evidente que a decisão de operar-se só foi tomada diante do exemplo de pessoas significativas outros homens que testemunhavam da inocuidade do procedimento sobre a vida sexual. Essa decisão também, em geral, só foi tomada quando a esposa/companheira não podia mais usar outro método contraceptivo. Observou-se que 97 por cento estavam satisfeitos por terem feito a cirurgia e pouca referência a efeitos indesejados em distintas áreas de sua vida. Pouco mais da metade dos entrevistados atribuiu à vasectomia mudanças para melhor sobre sua saúde, corpo, relacionamento em geral com a família e situação econômica. Quase dois terços referiram-se a esse tipo de mudanças na vida sexual e no relacionamento em geral com a esposa. Prevaleceu a idéia de que a vasectomia só trouxera benefícios, principalmente maior tranqüilidade nas relações sexuais, sem medo de engravidar. Nas entrevistas semi-dirigidas a possibilidade de arrependimento foi mencionada como um potencial aspecto negativo da vasectomia, para a qual não havia solução na opinião dos entrevistados. Entre os poucos homens insatisfeitos com a vasectomia, apenas um havia feito a reversão da cirurgia porque vivia com uma nova companheira e queria ter filhos; entre os demais a insatisfação devia-se à dor provocada pelo procedimento cirúrgico.Conclusões: no contexto da regulamentação legal, o acesso à vasectomia parece facilitado aos homens com menor renda, mais jovens e com maior número de filhos, que optam pela cirurgia quando não vêem outra opção para regular a fecundidade do casal. Os homens tendem a intervir, na medida em que se percebem incapazes de cumprir seu papel de provedor da família. A possibilidade de fazer a vasectomia fica condicionada pelo acesso ao método e pelas informações sobre o mesmo, especialmente aquelas providas por pessoas significativas. O crescimento na busca pela vasectomia deve ser visto também de forma crítica: não apenas porque, necessariamente, não indica maior eqüidade nas relações de gênero, mas também porque segue testemunhando as deficiências de acesso ao planejamento familiar em nosso meio.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 18.08.2006
  • Acesso à fonteDOI
    Informações sobre o DOI: 10.11606/T.6.2006.tde-26092011-141136 (Fonte: oaDOI API)
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    • Este artigo é de acesso aberto
    • URL de acesso aberto
    • Cor do Acesso Aberto: gold
    • Licença: cc-by-nc-sa

    Como citar
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    • ABNT

      MARCHI, Nádia Maria. Consequências da vasectomia entre homens submetidos à cirurgia em Campinas, São Paulo. 2006. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em: https://doi.org/10.11606/T.6.2006.tde-26092011-141136. Acesso em: 12 maio 2024.
    • APA

      Marchi, N. M. (2006). Consequências da vasectomia entre homens submetidos à cirurgia em Campinas, São Paulo (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://doi.org/10.11606/T.6.2006.tde-26092011-141136
    • NLM

      Marchi NM. Consequências da vasectomia entre homens submetidos à cirurgia em Campinas, São Paulo [Internet]. 2006 ;[citado 2024 maio 12 ] Available from: https://doi.org/10.11606/T.6.2006.tde-26092011-141136
    • Vancouver

      Marchi NM. Consequências da vasectomia entre homens submetidos à cirurgia em Campinas, São Paulo [Internet]. 2006 ;[citado 2024 maio 12 ] Available from: https://doi.org/10.11606/T.6.2006.tde-26092011-141136

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