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Detecção de disfagia na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico. Proposição de conduta baseada na caracterização dos fatores de risco (2008)

  • Authors:
  • Autor USP: OKUBO, PAULA DE CARVALHO MACEDO ISSA - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RNP
  • Subjects: ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL; TRANSTORNOS DE DEGLUTIÇÃO
  • Language: Português
  • Abstract: A disfagia orofaríngea é uma manifestação comum apresentada na fase aguda do acidente vascular cerebral (AVC). A aspiração decorrente das dificuldades de deglutição é um sintoma que deve ser considerado devido à freqüente presença de pneumonias aspirativas que podem influenciar na recuperação do paciente trazendo complicações ao seu quadro clínico em geral e até mesmo risco de morte. A caracterização clínica precoce das alterações de deglutição pode auxiliar na definição de condutas e evitar a administração de dieta por via oral oferecendo riscos ao paciente. O presente estudo teve por objetivo, propor a via mais segura de alimentação na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) com o intuito de minimizar complicações, utilizando a escala de AVC proposta pelo "National Institutes of Health", o NIHSS e considerando alguns fatores de risco para disfagia na clínica apresentada por estes pacientes, com a formulação de um algoritmo. Para tanto, foram avaliados 50 pacientes internados na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo com diagnóstico de AVCI confirmado, clinicamente, por um médico neurologista, dentro de, no máximo, 48 horas entre o início dos sintomas e a avaliação. Os pacientes foram avaliados desde que se enquadrassem nos critérios propostos, sendo 25 do gênero feminino e 25 do masculino, com idade média de 64,90 anos (variação de 26 a 91 anos). Umaanamnese foi realizada antes da participação do paciente no estudo, para que fosse assegurada a ausência de história de dificuldades de deglutição anteriores ao quadro atual. A avaliação clínica fonoaudiológica foi realizada à beira do leito através de um protocolo constituído por dados de identificação do paciente, data do início dos sintomas, data de entrada no hospital, escore da escala de coma de Glasgow (ECG) e do NIHSS obtidos na avaliação neurológica ) inicial e no dia da avaliação, fatores de risco para AVC, achados clínicos obtidos na avaliação neurológica do paciente, resultado do exame de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância magnética). A segunda parte foi destinada à escala do NIHSS e, por fim, a terceira parte constou da avaliação da deglutição, sendo subdividida em estrutural e funcional. Para a avaliação funcional da deglutição foram utilizadas as consistências alimentares pastosa, líquida e sólida (quando possível, dependendo das condições apresentadas pelo paciente). O volume da oferta também dependeu das possibilidades apresentadas: aqueles pacientes que não ofereciam condições clínicas para a realização da avaliação, como os que se encontravam com intubação orotraqueal, estado de sonolência profunda ou em estado de coma, esta foi contra-indicada. Após a avaliação clínica, com a obtenção dos dados estruturais e funcionais, concluiu-se se a avaliação clínica da deglutição apresentava-se normal ou alterada. A partir de então, era concluídosobre a possibilidade de introdução de dieta por via oral. Para a análise estatística foi utilizado o teste exato de Fisher, verificando a associação entre as variáveis. Para avaliar se o escore do NIHSS caracterizaria um indicador de fator de risco para a disfagia, foi construída a curva ROC visando obter características quanto à sensibilidade e especificidade da escala para este propósito. Os resultados demonstraram que a disfagia é uma manifestação freqüente na fase aguda do AVCI, presente em 32% dos pacientes analisados. A avaliação clínica da deglutição é um método confiável de detecção das dificuldades de deglutição. Entretanto, os fatores preditivos de risco para a função devem ser ponderados, devendo ser considerada a gravidade do quadro, o nível de consciência e a presença de comorbidades pré-existentes. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) demonstrou ser o principal fator de ) risco para o AVC apresentada por 72% dos pacientes, seguida do tabagismo (36%), etilismo (20%) e diabete melito (20%). Gênero e hemisfério cerebral acometido não tiveram associação estatisticamente significante com a presença de disfagia. Idade, NIHSS, ECG, alterações de fala e linguagem e topografia da lesão são fatores preditivos de disfagia apresentando diferenças estatisticamente significantes. Pacientes com lesões em território carotídeo apresentaram maior prevalência quanto à presença de disfagia (58,88%). O NIHSS apresenta alta sensibilidade (88%) e especificidade (85%)para detecção de disfagia considerando 12 como valor de corte para sua existência. A formulação de um algoritmo para detecção de disfagia na fase aguda do AVCI poderá auxiliar na definição de condutas quanto à melhor via de administração da dieta enquanto se aguarda uma avaliação fonoaudiológica especializada
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 03.04.2008
  • Acesso à fonte
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    • ABNT

      OKUBO, Paula de Carvalho Macedo Issa. Detecção de disfagia na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico. Proposição de conduta baseada na caracterização dos fatores de risco. 2008. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-11092008-145314/. Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Okubo, P. de C. M. I. (2008). Detecção de disfagia na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico. Proposição de conduta baseada na caracterização dos fatores de risco (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-11092008-145314/
    • NLM

      Okubo P de CMI. Detecção de disfagia na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico. Proposição de conduta baseada na caracterização dos fatores de risco [Internet]. 2008 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-11092008-145314/
    • Vancouver

      Okubo P de CMI. Detecção de disfagia na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico. Proposição de conduta baseada na caracterização dos fatores de risco [Internet]. 2008 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-11092008-145314/


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