Distribuição espacial e temporal dos nutrientes dissolvidos e da clorofila no estuário do Jaguaribe, Ceará - Brasil. (2008)
- Authors:
- Autor USP: SARAIVA, ELISABETE DE SANTIS BRAGA DA GRACA - IO
- Unidade: IO
- Assunto: ECOSSISTEMAS ESTUARINOS
- Language: Português
- Abstract: A bacia hidrográfica do Jaguaribe é intensamente barrada e drena uma área total de 72.043 km2 com 633 km de extensão (Morais et al., 2002). O barramento do rio Jaguaribe pode alterar a disponibilidade de nutrientes para o estuário, pois o seqüestro de sedimentos pelas barragens afeta a descarga sólida dos rios, conseqüentemente diminuindo a entrada de nutrientes (Marins et al., 2002). Por outro lado, a presença de atividades de carcinicultura e a urbanização ao longo desta bacia são fatores que contribuem para o aporte antrópico de nutrientes para o sistema estuarino (Lacerda & Sena, 2005). Assim, este trabalho teve como objetivo determinar a distribuição espacial e temporal dos nutrientes dissolvidos (silicato, fosfato, nitrato, nitrito, amônio e uréia) e da clorofila-a nas águas estuarinas do Jaguaribe. A amostragem foi realizada em Junho de 2007, sendo feitas estações distribuídas espacialmente e também duas estações fixas (13h), uma no estuário médio (A) e outra no estuário superior (B). Emcampo foi determinado o oxigênio dissolvido (OD), com auxílio da Sonda YSI 85; e a filtração das amostras de água para nutrientes e cl-a. A cl-a foi estimada para fitoplâncton misto por Jeffrey & Humphrey (1975). Os nutrientes foram determinados pelo método descrito em Grasshoff et al. (1999). Na distribuição espacial, as águas estuarinas semostraram bem oxigenadas, com valores de OD > 5,00 mg L-1, indicando que o ambiente é produtivo. Quanto aos nutrientes, osilicato mostrou a influência dos aportes terrestres com uma faixa de variação bem ampla (13,55 a 272,75 µM). A concentração de fosfato não foi alto, estando dentro da faixa normal (0,10 a 2,25 µM), pois grande parte do fósforo fica retida no sistema na fase particulada. Valores significativos de N-amoniacal atingindo até 20,90 µM revelam a influência antrópica e a carga de matéria orgânica presente no sistema. O nitrato (0,35 a 4,54 µM) e o nitrito (0,08 a 2,46 µM) apresentaram valores naturais aos sistemas estuarinos. Os processos de nitrificação estão ocorrendo de forma bem equilibrada, pois o sistema se mostra bem oxigenado. A uréia mostrou uma baixa concentração ou próxima ao natural em sistemas costeiros (0,60 a 1,31 µM). A cl-a teve uma grande faixa de variação (1,83 a 37,59 mg m-3), com os maiores valores na porção mais interior do estuário. Com relação às variações temporais nas estações fixas, os teores de oxigênio foram bem menores no estuário médio (2,52 a 5,16 mg L-1) do que no estuário superior (5,25 a 7,60 mg L-1), mostrando dados próximos à hipoxia, o que não foi observado na distribuição espacial. Os altos valores de silicato (87 a 140 µM, ponto A e 191 a 220 µM, ponto B) podem estar relacionados com o aporte de elemento pela drenagem continental e com os processos de ressuspensão dos sedimentos. O fosfato esteve numa mesma faixa de variação em A e B (média de 1,72 e 1,75 µM, respectivamente), mostrando uma estabilidade do P na forma dissolvida aqual se relaciona com a sua dinâmica neste sistema. Os compostos nitrogenados mostraram um aporte diferenciado de nitrato e nitrito entre as duas áreas, com concentrações médias, respectivamente, de 3,88 e 2,05 µM no estuário médio e de 0,36 e 0,06 µM no estuário superior. O N-amoniacal variou de 13,95 a 23,08 µM no ponto A e de 8,02 a 13,41 µM no ponto B, e a uréia de 0,95 a 1,63 µM no ponto A e de 0,99 a 1,59 µM no ponto B. Os valores de N-amoniacal mostram valores altos indicando fonte de origem antrópica. A cl-a no ponto A (3,67 a 8,22 mg m-3) foi 4 vezes maior que a obtida no ponto B (34,05 a 38,69 mg m-3), indicando maior riqueza no estuário superior, o que pode ser responsável pelas menores concentrações de nitrato neste setor. Agradecimentos ao Instituto do Milênio Estuários (CNPq N°: 450.050/2005-1) e ao Programa de Bolsas Amazônia Azul (Capes N°: 130632/2005-8).
- Imprenta:
- Conference titles: Simpósio Brasileiro de Oceanografia, 4
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ABNT
ESCHRIQUE, Samara Aranha e BRAGA, Elisabete de Santis e MARTINS, Rozane Valente. Distribuição espacial e temporal dos nutrientes dissolvidos e da clorofila no estuário do Jaguaribe, Ceará - Brasil. 2008, Anais.. São Paulo: Iousp, 2008. . Acesso em: 19 abr. 2024. -
APA
Eschrique, S. A., Braga, E. de S., & Martins, R. V. (2008). Distribuição espacial e temporal dos nutrientes dissolvidos e da clorofila no estuário do Jaguaribe, Ceará - Brasil. In . São Paulo: Iousp. -
NLM
Eschrique SA, Braga E de S, Martins RV. Distribuição espacial e temporal dos nutrientes dissolvidos e da clorofila no estuário do Jaguaribe, Ceará - Brasil. 2008 ;[citado 2024 abr. 19 ] -
Vancouver
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