Exportar registro bibliográfico

Mulheres na Polícia Militar do Estado de São Paulo: a difícil mudança de paradigma (2010)

  • Authors:
  • Autor USP: BARREIRAS, MARIANA BARROS - FD
  • Unidade: FD
  • Sigla do Departamento: DPM
  • Subjects: POLÍCIA MILITAR (FEMININO); SEGURANÇA PÚBLICA; POLÍCIA (FEMININO); VIOLÊNCIA POLICIAL
  • Language: Português
  • Abstract: A presente pesquisa debruça-se sobre o componente feminino da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP). Antes de analisar a realidade paulista, no entanto, o estudo busca demonstrar como se fazem presentes as origens francesas e, portanto, militares do nosso policiamento ostensivo. Com isso, fica evidenciado que nossas polícias se preparam para a guerra e desejam que seus componentes sejam viris, fortes, corajosos e, preferencialmente, másculos. Impera, assim, o militarismo e o ethos guerreiro masculino, ambos a dificultar o ingresso e a ascensão das mulheres na carreira. A pesquisa demonstra que os valores dominantes de nossa sociedade são os valores do homem branco heterossexual, e que os traços associados à feminilidade costumam ser olhados com desconfiança. Assim é que, quando as mulheres entraram para o policiamento paulista, em 1955, foram destacadas para realizar um trabalho assistencial, que em tudo se distanciava das atividades realizadas pelos colegas homens. Com isso, tinham controle de atividades periféricas e não ameaçavam a hegemonia masculina. Após algumas décadas, as mulheres foram incorporadas à tropa e passaram a desempenhar os mesmos papéis que os homens, em todas as áreas do policiamento. Pesquisas internacionais e dados nacionais demonstram que as mulheres policiam tão bem quanto seus colegas homens e se envolvem com menor frequência em episódios de uso excessivo da força. A literatura demonstra, ademais, que o festejado policiamento comunitário, adotado oficialmente pela PMESP desde 1997, para ser bem executado depende de policiais com características historicamente consideradas femininas, como a propensão ao diálogo, ao encontro de soluções negociadas e ao cuidado com o outro. Percebe-se, assim, que, sempre com o cuidado de não confinar as mulheres tão somente ao policiamento comunitário, as policiais trazem benefícios à PMESP. Nãoobstante, a corporação disponibiliza a elas apenas 10% de seus cargos e as impede de chegar ao comando da instituição, deixando fora de perigo a dominação e a hegemonia masculinas, perpetuando uma cultura de autoritarismo e perdendo a oportunidade de ser uma polícia menos violenta e mais representativa e próxima de sua população
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 19.04.2010

  • How to cite
    A citação é gerada automaticamente e pode não estar totalmente de acordo com as normas

    • ABNT

      BARREIRAS, Mariana Barros. Mulheres na Polícia Militar do Estado de São Paulo: a difícil mudança de paradigma. 2010. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. . Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Barreiras, M. B. (2010). Mulheres na Polícia Militar do Estado de São Paulo: a difícil mudança de paradigma (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Barreiras MB. Mulheres na Polícia Militar do Estado de São Paulo: a difícil mudança de paradigma. 2010 ;[citado 2024 abr. 23 ]
    • Vancouver

      Barreiras MB. Mulheres na Polícia Militar do Estado de São Paulo: a difícil mudança de paradigma. 2010 ;[citado 2024 abr. 23 ]

    Últimas obras dos mesmos autores vinculados com a USP cadastradas na BDPI:

    Digital Library of Intellectual Production of Universidade de São Paulo     2012 - 2024