Evolução crustal dos terrenos granito-greenstone de Manica, região centro-oeste de Moçambique (2011)
- Autores:
- Autor USP: SUMBURANE, ESTEVÃO INÁCIO - IGC
- Unidade: IGC
- Sigla do Departamento: GMG
- Assuntos: GEOCRONOLOGIA; ROCHAS SEDIMENTARES
- Idioma: Português
- Resumo: O presente trabalho procurou identificar e definir os principais eventos geológicos sobre a evolução crustal dos terrenos granito-greenstone de Manica, região centro-oeste de Moçambique. O distrito de Manica localiza-se no centro-oeste de Moçambique entre as latitudes 18°50’S – 19°00’S e as longitudes 32°45’E-32°55’E. É predominantemente constituída por terrenos da assembléia granito-greenstone belts de idade Arqueana e representa o prolongamento para leste do Cráton do Zimbabwe. O Greenstone belt de Manica é composto por uma sequência de metavulcanitos máficos e ultramáficos (Formação de Macequece) sobre a qual assenta em discordância uma sucessão metassedimentar clástica (Formação de Vengo). Foram coletadas e analisadas isotopicamente pelos métodos U-Pb (zircão), empregando as técnicas convencionais (TIMS) e LA-HR-ICP-MS, Rb-Sr, Sm-Nd, e k-Ar, amostras de granitóides do tipo TTG, rochas vulcânicas félsicas e máficas e ultramáficas e rochas sedimentares. Foram também estudadas as mineralizações de dois depósitos (Monarch e Mundoguara) associados a esses terrenos, com a aplicação das técnicas Pb-Pb e da plumbotectônica. Para os granitóides foram obtidas pelos métodos U-Pb (zircão) as idades de 2,9 Ga para os TTG do extremo sul do greenstone belt (Mundonguara e Complexo de Vumba), 2,7 Ga para os granitóides internos, 2,8 Ga para os granitóides do extremo norte e 2,6 Ga para as amostras da região de Messica. Obtiveram-se ainda as idades Rb-Sr de 2.7 Ga e 2,8 Ga com razões iniciais ‘ANTPOT.87 Sr’/’ANTPOT.86 Sr’ de 0,7015 e 0,7021 para as amostras de Mundonguara e Vumba. A idade máxima de deposição das rochas sedimentares da Formação do Vengo é definida como sendo de 2,65 Ga. Para as rochas vulcânicas obteve-se uma idade U-Pb (zircão) pelo método convencional de 2,9 Ga para as rochas félsicas e para as ultramáficas uma idade isocrônica Sm-Nd de referência de ~3,2 Ga. Para as rochasmáficas obtiveram-se idade isocrônicas Sm-Nd de 2,0 para os metabasaltos, de 2,0 e 0,8 Ga para os doleritos. Assumindo extração da crosta a partir de manto empobrecido (DePaolo, 1981), obtiveram-se as idades-modelo ‘T IND.DM’ dentro do intervalo de tempo de 2,8 a 3,1 Ga para os granitóides, 3,2 Ga para as rochas ultramáficas, 2,9 a 3,1 Ga para as rochas vulcânicas ácidas, 2,3 Ga para os metabasaltos e para os doleritos duas épocas distintas de 2,5 a 2,4 Ga e de 1,1 Ga. Esta última inclui os gabros. Os granitóides apresentaram valores de ‘épsilon’’IND.Nd’ calculados para 2,9 e 2,7 Ga de entre -5,15 a 0,79, mostrando que foram originados a partir de processos de fusão parcial de rochas crustais com participação subordinada de magmas mantélicos. Algumas rochas máficas e ultramáficas, embora tenham fracionado a razão Sm-Nd, apresentam valores de 'épsilon"IND.Nd' (T) positivo, sugerindo que os seus magmas mantélicos parentais não sofreram contaminação crustal. As rochas fracionadas podem ter sofrido metassomatismo no manto superior através da adição de material crustal, o que justificaria os valores de ‘épsilon’’IND.Nd’ (T) negativos. As idades K-Ar (522 – 519 Ma) obtidas em biotitas indicam a ocorrência de fenômenos de aquecimento térmico na borda do Cráton do zimbabwe, região de Manica, durante o Pan-africano, por ação do Cinturão de Dobramentos de Moçambique a leste da área de estudo. As composições isotópicas de Pb revelam que os dois principais depósitos minerais do distrito de Manica têm composições isotópicas distintas, sendo o depósito de Cu de Mundonguara mais radiogênico que o de ouro de Monarch. Tanto um como o outro mostram contribuições significativas de Pb proveniente de rochas da crosta continental superior. Com base nos dados geocronológicos obtidos pode-se admitir para ambas as mineralizações uma origem primária para os metais em cerca de 3,0 Ga, com uma posteriorremobilização e concentrações dos metais em épocas mais tardias provavelmente relacionadas ao final do arqueano. Finalmente podemos considerar que os terrenos arqueanos de Manica evoluíram a partir de um crosta continental com cerca de 3,2 Ga, que sofreu um rifteamento, produzindo adelgaçamento da crosta, ascensão da astenosfera e vulcanismo bimodal formando rochas vulcânicas ácidas e máficas/ultramáficas entre 2,9 e 3,1 Ga. Essas rochas com sedimentação associada, quando metamorfizadas durante o fechamento da bacia, produziram as sequências do tipo greenstone belt. Posteriormente ocorreram intrusões de corpos graníticos, o último dos quais à cerca de 2,6 Ga.O modelo de rifting intracontinental é o que melhor enquadra para a evolução dos terrenos de Manica
- Imprenta:
- Data da defesa: 27.07.2011
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ABNT
SUMBURANE, Estêvão Inácio. Evolução crustal dos terrenos granito-greenstone de Manica, região centro-oeste de Moçambique. 2011. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-11112015-145408/. Acesso em: 28 mar. 2024. -
APA
Sumburane, E. I. (2011). Evolução crustal dos terrenos granito-greenstone de Manica, região centro-oeste de Moçambique (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-11112015-145408/ -
NLM
Sumburane EI. Evolução crustal dos terrenos granito-greenstone de Manica, região centro-oeste de Moçambique [Internet]. 2011 ;[citado 2024 mar. 28 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-11112015-145408/ -
Vancouver
Sumburane EI. Evolução crustal dos terrenos granito-greenstone de Manica, região centro-oeste de Moçambique [Internet]. 2011 ;[citado 2024 mar. 28 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-11112015-145408/
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