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Avaliação citogenética e molecular de trabalhadores intoxicados pelo benzeno (2012)

  • Autores:
  • Autor USP: SANTOS, DEISE NASCIMENTO CRISPIM DOS - FM
  • Unidade: FM
  • Sigla do Departamento: MPT
  • Assuntos: BENZENO (CONTAMINAÇÃO); BIOMARCADORES; HIBRIDIZAÇÃO; POLIMORFISMO (GENÉTICA); EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL
  • Palavras-chave do autor: Benzene; Biological markers; Fluorescence in situ hybridization; Hibridização in situ por fluorescência; Marcadores biológicos; Occupational exposure; PML/RAR alfa translocation; Polimorfismo genético; Polymorphism genetic; Translocação PML/RAR alfa
  • Idioma: Português
  • Resumo: O benzeno é um hidrocarboneto aromático produzido pela combustão de produtos naturais. A exposição ocupacional ao benzeno é caracterizada por ambientes industriais que o empregam em seus processos produtivos. Nos laboratórios de indústria do petróleo ele é utilizado em forma pura para análise, e está presente como contaminante em derivados, como gasolina, hexano, querosene, tolueno, entre outros. No Brasil o valor recomendado pela legislação como limite de exposição ambiental ao benzeno é de 1ppm. O câncer hematológico é considerado um dos principais fatores de risco para a saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno e a utilização de biomarcadores no monitoramento destes profissionais tem sido sugerida em diferentes países. O presente trabalho teve como objetivo avaliar diferentes biomarcadores em sangue periférico de trabalhadores homens, cronicamente expostos ao benzeno em refinarias e siderurgia (18 deles com diagnóstico de intoxicação), que estavam afastados de suas funções por períodos que variaram de cinco meses a 27 anos, com idade média de 46,8 ± 9,33 anos comparado com um grupo controle composto também de 20 homens, selecionados em Bancos de Sangue (idade média de 45,7 ± 8,00 anos), com diferentes ocupações não correlacionadas ao agente em estudo. Em ambos os grupos foram realizados hemograma completo, teste do micronúcleo em linfócitos com bloqueio da citocinese (CBMN), teste de FISH em linfócitos para a translocação t(15;17), bem como testes moleculares para avaliação de polimorfismos em genes envolvidos na metabolização do benzeno (MPO, NQO1, CYP1A1 e CYP2E1) e na eliminação de xenobióticos (GSTM1/GSTT1). Quanto ao hemograma à análise estatística realizada pelo teste t-Student revelou que os expostos ao benzeno apresentavam leucopenia com diferença altamente significante na contagem de leucócitos (p<0,001), neutrófilos (p<0,001), segmentados(p<0,001), linfócitos (p=0,013) e monócitos (p=0,010). A avaliação da série eritrocitária também revelou diferenças estatísticas entre os grupos para os índices de RDW-CV (p= 0,031) e RDW-SD (p=0,008), assim como para o VPM (p=0,001). Não foi verificada diferença entre os grupos quanto à frequência de polimorfismos nos genes CYP1A1, CYP2E1, MPO, NQO1, GSTM1, GSTT1. No teste do CBMN a contagem de células com MN e pontes núcleoplasmáticas foi três vezes maior nos expostos (1,95 ± 2,37) que nos controles (0,65 ± 0,75), diferença essa considerada estatisticamente significante (t=2,33; 38gl; p=0,024). Na análise de FISH para o rearranjo PML/RAR? os trabalhadores expostos também apresentaram frequência três vezes maior de células com pelo menos uma fusão gênica (9,79 ± 9,54) em comparação aos controles (3,95 ± 3,17), diferença essa considerada estatisticamente significante pelo teste t-Student (p=0,019). Os resultados obtidos na presente investigação parecem estar de acordo com os dados da literatura que revelam alteração nas células primordiais da medula, decorrente da exposição ocupacional ao benzeno, bem como ação genotóxica, identificada pelos testes do CBMN e FISH em linfócitos de sangue periférico. Embora o número de trabalhadores estudados seja reduzido, e a exposição ocupacional possivelmente inclua outros agentes potencialmente genotóxicos que não só o benzeno é interessante ressaltar que os resultados positivos foram observados após em média nove anos de afastamento profissional. A utilização do teste do CBMN e o estudo de outras translocações, que não só a PML/ RAR?, em linfócitos de trabalhadores expostos pode representar um biomonitoramento importante e menos invasivo no acompanhamento destes trabalhadores. A análise de um grupo maior de trabalhadores, inclusive expostos a baixas concentrações de benzeno pode ser fundamental na validação destes biomarcadores.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 09.11.2012
  • Acesso à fonte
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    • ABNT

      SANTOS, Deise Nascimento Crispim dos. Avaliação citogenética e molecular de trabalhadores intoxicados pelo benzeno. 2012. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-22012013-153716/. Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Santos, D. N. C. dos. (2012). Avaliação citogenética e molecular de trabalhadores intoxicados pelo benzeno (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-22012013-153716/
    • NLM

      Santos DNC dos. Avaliação citogenética e molecular de trabalhadores intoxicados pelo benzeno [Internet]. 2012 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-22012013-153716/
    • Vancouver

      Santos DNC dos. Avaliação citogenética e molecular de trabalhadores intoxicados pelo benzeno [Internet]. 2012 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-22012013-153716/

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