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Avaliação do metabolismo mineral ósseo de pacientes com a Síndrome de Resistência ao Hormônio Tireoidiano (2012)

  • Autores:
  • Autor USP: CARDOSO, LUDMILLA FERREIRA - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RCM
  • Assuntos: HORMÔNIOS TIREOIDIANOS (RESISTÊNCIA); METABOLISMO MINERAL; OSSO E OSSOS; DENSITOMETRIA ÓSSEA
  • Idioma: Português
  • Resumo: A Resistência ao Hormônio Tireoidiano (RHT) é uma doença rara que se caracteriza bioquimicamente por elevação de hormônios tiroidianos (HT) e concentrações não suprimidas de TSH. Os principais achados clínicos são bócio e taquicardia sem outros sintomas usuais decorrentes do excesso de HT. Em 85% dos casos, relaciona-se a mutações do gene TR‘beta’ Até o momento, há poucos estudos avaliando o metabolismo mineral ósseo de humanos com RHT, bem como suas possíveis implicações clínicas. Os objetivos deste estudo foram comparar parâmetros clínicos, bioquímicos e densitométricos relevantes ao metabolismo osteomineral de pacientes com RHT em relação a indivíduos-controle pareados para idade, sexo e indico de massa corpórea. Para tanto, foram selecionados 14 indivíduos com RHT (grupo RHT - GRHT) que estão em seguimento na Divisão de Endocrinologia do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e um grupo controle (GC). O diagnóstico de RHT foi feito em bases clínicas, laboratoriais e moleculares; em todos os indivíduos estudados foi identificado o códon mutado no gene TR‘beta’. Os indivíduos foram submetidos à antropometria, à coleta de uma amostra de sangue e urina de 24 horas, à densitometria óssea com foco em corpo total (CT), coluna lamber (CL), quadril total (QT), colo femural (CF) e terço distal do antebraço não dominante (AB 1/3). Naqueles com idade inferior a 18 anos, foi acrescentada radiografia de mão e punho esquerdos para avaliação da maturação óssea. Foram realizadas dosagens séricas de TSH, ‘T IND. 4’ livre, ‘T IND. 3’ livre, cálcio total (CaT), albumina, fósforo inorgânico (Pi), uréia, creatinina, fosfatase alcalina, PTH osteocalcina, 25-hidroxivitamina D e fator de crescimento de fibroblastos-23 (FGF-23), dosagens urinarias de cálcio, fósforo e creatinina e estimativas do limiar de perda renal defósforo (RTPC). Foram aplicados testes não paramétricos, e os resultados revelaram maiores concentrações de CaT (p = 0,04*) e cálcio sérico corrigido para as concentrações de albumina (p = 0,01*), menores concentrações de Pi (p = 0,04*) e menor RTPC (p = 0,03*) no GRHT em relação ao GC. As concentrações de FGF-23 foram maiores no GRHT somente entre as crianças (p = 0,04*). Houve correlação negativa estatisticamente significativa, em ambos os grupos, entre PTH vs. CaT (p= 0,02*, r= -0,60 no GRHT; p = 0,02*, r= -0,48 no GC), Pi (p = 0,007*, r= -0,68 no GRHT; p = 0,0009*, r = -0,63 no GC) e RTPC (p = 0,03*, r= -0,57 no GRHT; p = 0,003*, r= -0,57 no GC). Houve correlação positiva estatisticamente significativa somente no GRHT entre FGF23 vs. Pi (p = 0,02*, r= 0,60) e RTPC (p = 0,01*, r= 0,65). A densitometria óssea demonstrou, entre os adultos, menor massa óssea no GRHT na avaliação de CT (p = 0,02*), CL (p = 0,05*) e CF (p = 0,05*). Os Z-scores do GRHT foram menores em QT (p = 0,04*) e CF (p = 0,05*). Na avaliação da maturação óssea, houve variabilidade nos achados, com algumas crianças com idade óssea superior e outras inferior à cronológica, mas a diferença não foi acima de 2 SD em nenhum` caso. A baixa estatura, definida por estatura corporal abaixo do percentil 3, teve prevalência de 13,3% dos indivíduos com RHT em nossa casuística. De maneira geral, pudemos observar que as alterações do metabolismo mineral foram mais evidentes na infância, faixa etária que apresentou, isoladamente, além de mais elevadas concentrações de CaT (p = 0,02*) e redução nas concentrações séricas de Pi (p = 0,05*), elevação estatisticamente significativa nas concentrações séricas de FGF-23 (p = 0,04*). Contudo, o impacto na massa óssea ocorreu na vida adulta. Em que pese a ampla variabilidade fenotípica encontrada nos pacientes com RHT, tanto entre as famílias como dentro de uma mesma família,a análise conjunta dos dados assinala a presença de maiores concentrações de CaT e menores concentrações de Pi séricos e menor RTPC globalmente, maiores concentrações de FGF-23 nas crianças e menor massa óssea nos adultos do GRHT, apontando para repercussões evidentes no metabolismo mineral ósseo no GRHT associadas a prejuízo da massa óssea na idade adulta. Tais resultados superem que os indivíduos com RHT exibiram fenótipo ósseo tireotóxico. Todavia, não foi possível apontar um mecanismo fisiopatológico único que justifique todas as alterações simultaneamente
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 26.10.2012

  • Como citar
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    • ABNT

      CARDOSO, Ludmilla Ferreira. Avaliação do metabolismo mineral ósseo de pacientes com a Síndrome de Resistência ao Hormônio Tireoidiano. 2012. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2012. . Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Cardoso, L. F. (2012). Avaliação do metabolismo mineral ósseo de pacientes com a Síndrome de Resistência ao Hormônio Tireoidiano (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Cardoso LF. Avaliação do metabolismo mineral ósseo de pacientes com a Síndrome de Resistência ao Hormônio Tireoidiano. 2012 ;[citado 2024 abr. 19 ]
    • Vancouver

      Cardoso LF. Avaliação do metabolismo mineral ósseo de pacientes com a Síndrome de Resistência ao Hormônio Tireoidiano. 2012 ;[citado 2024 abr. 19 ]

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