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Avaliação do padrão de expressão de marcadores celular-específicos em modelo de displasia cortical induzida por criolesão cortical perinatal em ratos (2014)

  • Autores:
  • Autor USP: FERNANDES, ARTUR - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RFI
  • Assuntos: DOENÇAS CEREBRAIS; CÓRTEX CEREBRAL (LESÕES); PERÍODO PERINATAL; EPILEPSIA; RATOS
  • Idioma: Português
  • Resumo: As epilepsias são a desordem neurológica mais comum, acometendo entre 1 e 3% da população mundial. Embora a maioria dos casos responda ao tratamento farmacológico, cerca de 30% de todos os pacientes são refratários às drogas sendo, então, candidatos a cirurgia para remoção do foco epileptogênico. Enquanto em adultos a principal causa da necessidade deste tipo de intervenção é a epilepsia do lobo temporal, em crianças são as displasias corticais. Apesar das divergências existentes quanto à classificação das displasias, são achados comuns em exames histopatológicos a desorganização laminar e colunar, a presença de células imaturas, células em balão, neurónios dismórficos e citomegálicos, alteração na conectividade da rede neural cortical, diferenças na estrutura, densidade e afinidade de receptores aos seus ligantes. Ainda não são conhecidos os mecanismos que levam ao surgimento de lesões displásicas, no entanto sabe-se que falhas na proliferação, migração, diferenciação e maturação celular no sistema nervoso durante a vida intra-útero e perinatal promovem o surgimento de lesões displásicas, muitas vezes com características de hiperexcitabilidade levando à ocorrência de crises epilépticas. Experimentalmente é possível induzir a formação de um microgiro cortical a partir do congelamento de pequenas pontos (1 mm²) do córtex de ratos neonatos. Cerca de 7 dias após o procedimento de congelamento cortical o microgiro de 4 camadas está formado com características morfológicas displásicas e hiperexcitabilidade periférica à cicatriz. Apesar de não apresentarem crises espontâneas a exposição destes animais a um segundo insulto (second hit) como febre ou hipertermia leva ao surgimento daquelas, o que torna este modelo uma ferramenta muito útil para o estudo das displasias corticais. A fim de melhor compreender os mecanismos pelos quais o tecido normal se tornadisplásico e hiperexcitável propomos no presente projeto a análise imunohistoquimica de tecidos obtidas a partir do modelo proposto em fase aguda e semi-crônica. Serão avaliadas características morfológicas através da técnica de Nissl, bem como através de ensaios imunohistoquimicos para proteínas tipo celular-especificas a fim de determinarmos qual a provável função daquelas células no contexto de urna circuitaria normal. Desta forma acreditamos ser possível contribuir para a compreensão dos mecanismos que promovem o desbalanço excitação/inibição que leva ao surgimento de hiperexcitabilidade e, finalmente, crise. É conhecido que as lesões displásica são a principal causa de epilepsias infantis refratárias ao tratamento farmacológico, levando à necessidade de intervenção cirúrgica. As principais causas da - emergência deste tipo de lesão variam de fatores puramente genéticos à ambientais ou a somatório de múltiplos fatores. Em roedores é possível modelar tais lesões com o uso de técnicas como a criolesão cortical perinatal, estabelecida como um modelo de geração de microgiria cortical, com hiperexcitabilidade associada, no entanto, sem crises espontâneas. Os mecanismos subjacentes à hiperexcitabilidade encontrada neste modelo ainda não estão estabelecidos, mas é sabido que lesões em laminas corticais profundas, desorientação dos processos celulares, conexões mal formadas nas circuitarias locais e nas projeções tálamo-corticais são cruciais para o surgimento da hiperexcitabilidade. Observando a variabilidade de lesões encontradas em pacientes, para o melhor entendimento de como alterações na circuitaria cortical culminam com a geração de crises, o uso de marcadores celulares especificas tem sido proposto como ferramenta para a caracterização morfológica de lesões displásicas distintas. Neste trabalho foram utilizados 43 filhotes de ratos provenientesdo Biotério Central da USPRP, que foram divididos em 30 experimentais e 13 controles. O protocolo consistiu na anestesia por frio pro 12 minutos, exposição da calota craniana e toque de um aparato metálico com três pontos de cantata (1 mm de diâmetro, separados por 1 mm cada) resfriado em Nitrogênio liquido, por dez segundos sobre o osso em formação. Animais controle foram submetidos ao mesmo protocolo, com o aparato metálico em temperatura ambiente. Suturas foram feitas com Dermabond e após reestabelecimento da temperatura corporal os animais foram devolvidos às suas mães. Os animais foram sacrificados dois e seis meses após o insulto inicial, tiveram os tecidos processados para histologia e imunohistoquimica com cortes seriais em 40 micrômetros. Foram feitos ensaios para Neu-N, GFAP, Parvalbumina e ER81 (marcador de lamina V). Coincidentemente com o que ocorre na patologia humana, pudemos observar grande variação anatómica no padrão lesional entre os animais. Assim, fizemos descrições individuais das alterações corticais, com 22/27 (três animais morreram antes do tempo de sacrifício) animais experimentais desenvolvendo lesões displásicas, divididos em leve (10/22), com alterações superficiais na laminação cortical e graves (12/22), com lesões extensas de grande variabilidade nos três eixos. Todas as lesões estão localizadas em córtices motores e somatossensoriais. Animais controle não apresentam sinais de lesão. A análise anatómica do grupo leve mostra que somente laminação superficial foi afetada, sem sinais de formação de microgiro. Foram observadas curvaturas claras em laminas 11/11, sem, no entanto, afetarem laminas profundas ou levarem à invaginação de lamina I. No grupo grave, usualmente foram encontradas invaginações das lamina superficiais com consequente dano às laminas profundas, especialmente lamina V, com formação de cicatriz glial originada de lamina lou substância branca, variando em forma e tamanho. Há diminuição na expressão de PV em neuropilo no interior das cicatrizes. Diferentemente do usualmente reportado na literatura, nossos animais apresentaram ampla gama de padrões lesionais displásicos, sendo que a formação do microgiro clássico foi um evento raro. A maior parte das lesões não foi continua ao longo do eixo anteroposterior, estando presente como focos de tecido alterado
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 20.08.2014

  • Como citar
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    • ABNT

      FERNANDES, Artur. Avaliação do padrão de expressão de marcadores celular-específicos em modelo de displasia cortical induzida por criolesão cortical perinatal em ratos. 2014. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2014. . Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Fernandes, A. (2014). Avaliação do padrão de expressão de marcadores celular-específicos em modelo de displasia cortical induzida por criolesão cortical perinatal em ratos (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Fernandes A. Avaliação do padrão de expressão de marcadores celular-específicos em modelo de displasia cortical induzida por criolesão cortical perinatal em ratos. 2014 ;[citado 2024 abr. 24 ]
    • Vancouver

      Fernandes A. Avaliação do padrão de expressão de marcadores celular-específicos em modelo de displasia cortical induzida por criolesão cortical perinatal em ratos. 2014 ;[citado 2024 abr. 24 ]


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