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Metástases hepáticas de câncer colorretal: estudo do impacto prognóstico das vias de disseminação tumoral e da presença de mucina em pacientes submetidos à ressecção hepática com intenção curativa (2015)

  • Autores:
  • Autor USP: LUPINACCI, RENATO MICELLI - FM
  • Unidade: FM
  • Sigla do Departamento: MGT
  • Assuntos: NEOPLASIAS COLORRETAIS; METÁSTASE LINFÁTICA; METÁSTASE NEOPLÁSICA; ADENOCARCINOMA; PROGNÓSTICO
  • Palavras-chave do autor: Adenocarcinoma mucinous; Adenocarcinoma mucinoso; Colorectal neoplasms; Lymphatic metastasis; Metástase neoplásica; Neoplasm metastasis; Prognosis
  • Idioma: Português
  • Resumo: INTRODUÇÃO: A ressecção de metástases hepáticas (MH) do câncer colorretal (CCR) é considerada segura e potencialmente curativa. Apesar dos avanços no diagnóstico e nas estratégias cirúrgicas até 70% dos pacientes operados vão apresentar recidiva. Os critérios prognósticos clínico-patológicos disponíveis são insuficientes e a utilidade de modelos prognósticos é considerada inconsistente. Deste modo, torna-se necessário o desenvolvimento de novos critérios que se apoiam em outras variáveis biológicas. A disseminação intra-hepática de metástases de câncer colorretal pode ocorrer através de diferentes vias: linfática, sanguínea (vasos portais), através dos sinusóides ou de ductos biliares. Embora estas vias tenham sido bem descritas, o valor prognóstico de cada uma após a ressecção hepática não está completamente definido. O adenocarcinoma colorretal mucinoso (ACM) é um subtipo de carcinoma colorretal com importante produção mucina, e que está associado clinicamente a tumores proximais, estágio avançado no momento do diagnóstico, instabilidade de microssatélites e mutação do gene BRAF. Há controvérsias sobre o impacto prognóstico da histologia mucinosa nos tumores colorretais primitivos e o seu papel nas lesões metastáticas hepáticas permanece desconhecido. O objetivo do nosso estudo foi determinar a frequência e elucidar o impacto prognóstico de quatro vias diferentes de disseminação intra-hepática assim como da histologia mucinosa em uma série consecutiva de pacientes operadospor MH de CCR. PACIENTES E MÉTODOS: Os prontuários de 132 pacientes submetidos à ressecção cirúrgica de MH de CCR entre dezembro de 1999 e janeiro de 2010 foram revisados. Os pacientes que faleceram por complicações pós-operatórias (n= 3), aqueles com ressecções incompletas (R2; n= 2), ou nos quais não havia material disponível para o estudo (n= 14) foram excluídos. Os 113 pacientes restantes tiveram suas variáveis clínico-patológicas e resultados (recidiva e sobrevida) avaliados. Os espécimes cirúrgicos foram submetidos à avaliação histológica de rotina e agrupados de acordo com o conteúdo mucinoso da maior lesão hepática da seguinte forma: ACM >50 %; adenocarcinoma mucinoso intermediário (AIM) com componente mucinoso < 50 %; não-MAC (NMA) se ausência de componente mucinoso. A disseminação intra-hepática foi analisada por hematoxilina e eosina e imuno-histoquímica através dos anticorpos anti-D2-40 (vasos linfáticos), anti-CD34 (vasos sanguíneos), anti-CK-7 (epitélio biliar) e anti-CK-20 (epitélio colorretal). RESULTADOS: O tempo médio de seguimento após a ressecção foi de 37 meses. Recidivas foram observadas em 76 pacientes, com um intervalo médio de 13 meses após a ressecção. As porcentagens de sobrevida global e de sobrevida livre de doença (SLD) após a hepatectomia em 3 e 5 anos foram de 62 e 56 %, e 26% e 24%, respectivamente. A disseminação intra-hepática foi classificada em quatro categorias distintas avaliadas separadamente: invasão da veia porta, invasão dos sinusóides, através dos ductos biliares, e através dos vasos linfáticos/espaço perineural. Encontrou-se invasão microscópica intravenosa portal em 49 pacientes, sinusoidal em 43,biliar em 20 e linfática em 33 pacientes. A disseminação intra-hepática através dos vasos linfáticos foi a única via de disseminação independentemente associada ao risco de recidiva hepática (OR= 2,75) e de menor SLD (p= 0,006). Os focos tumorais de invasão angiolinfática intra-hepática foram detectados em um raio de 2mm de distância da lesão principal. As lesões com componente mucinoso (MAC e AIM) estiveram relacionadas à localização proximal do tumor primário e ao sexo feminino. A análise multivariada revelou que as lesões de tipo ACM apresentavam prognóstico desfavorável (RR= 3,13; IC95% 1,30 - 6,68; p= 0,011) quando comparadas às lesões de componente mucinoso < 50% (NMA e AIM). CONCLUSÃO: A presença de invasão angiolinfática intra-hepática é um importante fator prognóstico após a ressecção de MH de CCR. As outras vias de disseminação intra-hepática, embora observadas com freqüência, não estão relacionadas à recidiva da doença ou sobrevida, sugerindo que o sistema linfático possa ser a principal via de disseminação de MH de CCR. Além disso, o uso da imuno-histoquímica na detecção da invasão angiolinfática intra-hepática parece trazer benefícios na prática clínica. As MH de CCR com componente mucinoso > 50% (ACM) estão associadas a um pior prognóstico quando comparadas às lesões sem componente mucinoso (NMA). A presença de mucina pode, em um futuro próximo,influenciar a estratégia terapêutica e deve se tornar um ponto importante para discussão e investigação futuras
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 04.08.2015
  • Acesso à fonte
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    • ABNT

      LUPINACCI, Renato Micelli. Metástases hepáticas de câncer colorretal: estudo do impacto prognóstico das vias de disseminação tumoral e da presença de mucina em pacientes submetidos à ressecção hepática com intenção curativa. 2015. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-27102015-120903/. Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Lupinacci, R. M. (2015). Metástases hepáticas de câncer colorretal: estudo do impacto prognóstico das vias de disseminação tumoral e da presença de mucina em pacientes submetidos à ressecção hepática com intenção curativa (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-27102015-120903/
    • NLM

      Lupinacci RM. Metástases hepáticas de câncer colorretal: estudo do impacto prognóstico das vias de disseminação tumoral e da presença de mucina em pacientes submetidos à ressecção hepática com intenção curativa [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 24 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-27102015-120903/
    • Vancouver

      Lupinacci RM. Metástases hepáticas de câncer colorretal: estudo do impacto prognóstico das vias de disseminação tumoral e da presença de mucina em pacientes submetidos à ressecção hepática com intenção curativa [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 24 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-27102015-120903/

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