Transtorno do espectro autístico e deficiência auditiva profunda materna: relações entre linguagem, comportamento e estimulação (2015)
- Autores:
- Autor USP: HERRERA, SIMONE APARECIDA LOPES - FOB
- Unidade: FOB
- Assuntos: AUTISMO; DEFICIÊNCIA AUDITIVA; LINGUAGEM; COMPORTAMENTO; ESTIMULAÇÃO
- Idioma: Português
- Resumo: Introdução: Os Transtornos do Espectro Autístico (TEA) fazem parte de um grupo de doenças neuropsiquiátricas da infância. São condições que interferem no desenvolvimento neuropsicológico e se caracterizam por prejuízos na capacidade de interação social, comunicação verbal e não-verbal, padrões estereotipados, repetitivos de comportamentos e interesses. Sabe-se que a verbalização de indivíduos com TEA pode ocorrer por meio de fragmentos da fala do adulto, assim cabe aos pais da criança fornecer modelos de interação oral para estes indivíduos. Contudo, pouco se sabe acerca a importância da ausência de estímulo oral materno no desenvolvimento da linguagem de indivíduos com TEA, caso esta mãe tenha uma deficiência auditiva profunda. Objetivo: Descrever as características da linguagem e comportamentais de uma criança com hipótese diagnóstica de TEA, com mãe deficiente auditiva. Método: estudo de caso de criança de 3 anos e 3 meses de idade, gênero masculino, mãe biológica tem deficiência auditiva profunda congênita, não apresentando linguagem oral. Foi realizada avaliação da linguagem, por meio de observação do comportamento comunicativo e pela aplicação de dois protocolos para rastreamento do TEA com o pai (Autism Behavior Checklist – ABC e o Modified Checklist for Autism in Toddlers - MCHAT), além do levantamento do histórico de estimulação da criança até aquela idade perante ao fato da mãe ter deficiência auditiva. Após a avaliação fonoaudiológica, visando à estimulação global da criança elaborou-se como programa de intervenção, a terapia intensiva da linguagem, conforme modelo implantado na Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.Desta forma, foram inicialmente realizadas 3 sessões por semana, com duração de 1 hora e 45 minutos cada, durante 5 semanas consecutivas, com inicio em Junho de 2015, com intenso trabalho de orientação dos pais, num total aproximado de 30 horas de intervenção intensiva. Resultados: Na avaliação observou-se que a criança apresenta intenção comunicativa assistemática, não inicia diálogo, nomeação, responde apenas às situações imediatas e concretas. Realizou jargões e gestos simbólicos. Após a intervenção, a criança apresentou melhoras no direcionamento da atenção, com evolução na capacidade em manter a atenção por um período de tempo maior a cada sessão. Observou-se discreta expansão de vocabulário, uma vez que os jargões aumentaram durante as atividades lúdicas propostas na intervenção. Notou-se ainda que a criança conseguiu manipular os objetos de forma adequada e fazer jogos de encaixe. Conclusão: Os dados obtidos permitiram concluir que - mesmo com a ausência de verbalizações que emergem a partir do comportamento verbal materno - observou-se após as 30 horas de terapia intensiva melhora nas habilidades comunicativas, linguísticas e comportamentais. Estudos futuros que caracterizem melhor a relação mãe-paciente, assim como uma análise mais refinada considerando o tempo de intervenção em crianças com TEA, contribuiria para uma discussão mais robusta dos dados preliminares aqui reportados.
- Imprenta:
- Editora: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia
- Local: São Paulo
- Data de publicação: 2015
- ISBN: 978-85-89902-04-5
- Fonte:
- Título do periódico: Anais
- Nome do evento: Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia
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ABNT
AZEVEDO, Natally Crepaldi et al. Transtorno do espectro autístico e deficiência auditiva profunda materna: relações entre linguagem, comportamento e estimulação. 2015, Anais.. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2015. . Acesso em: 23 abr. 2024. -
APA
Azevedo, N. C., Souza, C. O. e, Martins, B. C., Ganthous, G., Guarnieri, C., Gonçalves, B. R. L., & Lopes-Herrera, S. A. (2015). Transtorno do espectro autístico e deficiência auditiva profunda materna: relações entre linguagem, comportamento e estimulação. In Anais. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. -
NLM
Azevedo NC, Souza CO e, Martins BC, Ganthous G, Guarnieri C, Gonçalves BRL, Lopes-Herrera SA. Transtorno do espectro autístico e deficiência auditiva profunda materna: relações entre linguagem, comportamento e estimulação. Anais. 2015 ;[citado 2024 abr. 23 ] -
Vancouver
Azevedo NC, Souza CO e, Martins BC, Ganthous G, Guarnieri C, Gonçalves BRL, Lopes-Herrera SA. Transtorno do espectro autístico e deficiência auditiva profunda materna: relações entre linguagem, comportamento e estimulação. Anais. 2015 ;[citado 2024 abr. 23 ] - Análise do processo de construção de projeto político-pedagógico: avaliando o passado e o presente para definir o futuro
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