Programa de fonoterapia intensiva em indivíduos com fissura labiopalatina: resultados parciais (2016)
- Autores:
- Autores USP: DUTKA, JENIFFER DE CASSIA RILLO - FOB ; KROOK, MARIA INES PEGORARO - FOB
- Unidade: FOB
- Assuntos: FONOTERAPIA; FISSURA LÁBIOPALATINA; INSUFICIÊNCIA VELOFARÍNGEA
- Idioma: Português
- Resumo: Introdução: O tratamento da disfunção velofaríngea (DVF) decorrente da fissura labiopalatina (FLP) é constituído por procedimentos físicos (cirurgia ou obturador faríngeo) e/ou funcional (fonoterapia). De forma geral, há poucos estudos na literatura que investigaram a eficácia da fonoterapia em crianças com FLP. A fonoterapia é necessária para prevenir ou eliminar as alterações de fala decorrentes da DVF em indivíduos com FLP. Em muitos países industrializados, os serviços de Fonoaudiologia são acessíveis desde a infância até a adolescência em escolas públicas. Contudo, ainda há países em que a área da Fonoaudiologia é escassa, sendo necessário treinamento de agentes da saúde. A literatura preconiza programas de fonoterapia intensiva para diversas patologias como voz, gagueira e disartria por exemplo. Contudo, ainda são poucos os trabalhos que descrevem tais programas voltados para a reabilitação de fala de indivíduos com FLP. Objetivos: Verificar a efetividade de um PFI especialmente desenvolvido para indivíduos com FLP. Métodos: A casuística foi composta por 10 adultos (4 homens e 6 mulheres), com idades entre 20 e 43 anos (média = 25 anos) que permaneceram com DVF, após a palatoplastia primária. Desse total 4 (40%) apresentava inteligibilidade prejudicada apenas pela hipernasalidade e 6 (60%) pela hipernasalidade mais articulações compensatórias. Apesar de todos utilizarem obturador faríngeo, este não era suficiente para corrigir a hipernasalidade, uma vez que apresentavam hipodinamismo das paredes faríngeasPor esta razão, foram submetidos ao tratamento de fala por meio de um PFI de 3 semanas (3 sessões ao dia), constituído pelas seguintes etapas: 1) percepção e controle da pressão/fluxo intraoral; 1) quantificação da pressão intraoral; 3) redução da pressão aérea nasal e aumento da pressão intraoral; 4) aproximação do som alvo; 5) treino articulatório com pressão intraoral para produção do som alvo; 6) autocorreção dos sons alvo sem pistas facilitadoras e 7) automatização dos sons alvo em fala dirigida e espontânea. A avaliação perceptivoauditiva da ocorrência da hipernasalidade e/ou articulação compensatória, pré e pósPFI, foi realizada pelo julgamento consensual das amostras gravadas (23 frases com recorrência de todas as consoantes do Português Brasileiro, contagem de 120 e fala espontânea), de três fonoaudiólogas experientes. Os escores de nasalância, pela técnica de nasometria, pré e pósPFI, foram obtidos a partir da leitura de 5 sentenças contendo apenas sons orais, utilizandose como limite de normalidade o escore de 27%. Valores abaixo deste escore são considerados como ausência de hipernasalidade e acima deste como presença de hipernasalidade. Resultados: De acordo com o julgamento perceptivoauditivo da hipernasalidade, 4 (40%) indivíduos a eliminaram e 6 (60%) não a eliminaram. Já no julgamento da ocorrência de articulação compensatória, dos 6 (100%) que a apresentavam, 5 (83%) a corrigiram e apenas 1 (17%) não. Quanto resultados da nasometria, 7 (70%) eliminaram a hipernasalidade (escores abaixo de 27%) e 3 (30%) não a eliminaram (escores acima de 27%), sendo esta diferença estatisticamente significante (Teste t, p=0,020). Conclusão: O PFI proposto mostrouse efetivo para corrigir as alterações de fala decorrentes da fissura labiopalatina
- Imprenta:
- Editora: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia
- Local: São Paulo
- Data de publicação: 2016
- Fonte:
- Título do periódico: Anais
- Nome do evento: Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia
-
ABNT
FERREIRA, G. Z. et al. Programa de fonoterapia intensiva em indivíduos com fissura labiopalatina: resultados parciais. 2016, Anais.. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2016. . Acesso em: 29 mar. 2024. -
APA
Ferreira, G. Z., Guerra, T. A., Andrade, L. K. F. de, Pinto, M. D. B., Whitaker, M. E., Dutka, J. de C. R., & Pegoraro-Krook, M. I. (2016). Programa de fonoterapia intensiva em indivíduos com fissura labiopalatina: resultados parciais. In Anais. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. -
NLM
Ferreira GZ, Guerra TA, Andrade LKF de, Pinto MDB, Whitaker ME, Dutka J de CR, Pegoraro-Krook MI. Programa de fonoterapia intensiva em indivíduos com fissura labiopalatina: resultados parciais. Anais. 2016 ;[citado 2024 mar. 29 ] -
Vancouver
Ferreira GZ, Guerra TA, Andrade LKF de, Pinto MDB, Whitaker ME, Dutka J de CR, Pegoraro-Krook MI. Programa de fonoterapia intensiva em indivíduos com fissura labiopalatina: resultados parciais. Anais. 2016 ;[citado 2024 mar. 29 ] - Modalidades de avaliação da nasalidade na reabilitação de fala nas fissuras labiopalatinas
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