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Petrologia e geoquímica das suites carbonatíticas do Mato Preto (PR) e da Barra de Itapirapuã (PR-SP) (1998)

  • Autor:
  • Autor USP: RUBERTI, EXCELSO - IGC
  • Unidade: IGC
  • Sigla do Departamento: GMP
  • Subjects: PETROLOGIA; GEOQUÍMICA; CARBONATITOS
  • Language: Português
  • Abstract: As intrusões carbonatíticas de Mato Preto e da Barra de Itapirapuã estão localizadas na região do médio-vale do Rio Ribeira, nos limites dos Estados de São Paulo e Paraná. Os carbonatios do complexo-carbonatítico de Mato Preto (município de Cerro Azul, PR) afloram na forma de brechas, veios, diques e plugs. O complexo carbonatítico da Barra do Itapirapuã, a 2 km da associação alcalina de Itapirapuã, município de Ribeira, PR-SP, constitui-se de um plug subcircular e pequenas chaminés laterais intrusivos nas rochas fenitizadas do granito Três Córregos. Os carbonatitos de Mato Preto compõem-se de calcita, carbonatos da série ankerita, opacos, apatita e pirocloro, além de minerais tardimagmáticos presentes em veios milimétricos que se infiltram não somente nessas rochas como também nas encaixantes graníticas fenitizadas. Apresentam, em geral, cores claras e textura granular média e xenomórfica. Os carbonatitos da Barra do Itapirapuã têm coloração clara e granulação média e grossa, sendo comuns também variedades finas com texturas de fluxo e por vezes portiríticas. Compõem-se de dolomita e/ou ankerita e, em menor quantidade, de opacos, apatita, pirocloro e calcita. Quimicamente, Mato Preto é representado por calciocarbonatitos e restritos ferrocarbonatitos, apresentando Rb, Sr, Ba, Y e Nb inferiores às concentrações médias dos carbonatitos do mundo, e razão Sr/Ba entre 7,9 e 13,3. Já na Barra do Itapirapuã, as rochas são, na maioria, magnesiocarbonatitos eferrocarbonatitos, estando os calciocarbonatos restritos a algumas das rochas finas. Os calciocarbonatitos de Mato Preto são mais ou menos enriquecidos em ETR e Nb e, com freqüência, portam pirocloro idiomórfico. O padrão de distribuição de elementos de terras raras é típico de rochas carbonatíticas, com forte enriquecimento dos leves e razões La/Yb sempre altas. Os teores de ETR são bastante variáveis dentro dos calciocarbonatos, crescendo até os ) ferrocarbonatitos e alcançando os valores mais altos nos carbonatitos com infiltrações tardias. As rochas dos dois grupos texturais (média-grossa e fina-muito fina) da Barra do Itapirapuã mostram fortes variações composicionais. As variedades de granulação média-grossa apresentam mudanças contínuas nos teores de Mg e totais de FeO e MnO, com pequenas oscilações de CaO. Já nas finas-muito finas essas mudanças estão mais restritas aos teores de CaO e totais de FeO e MnO, com gradações entre os magnesiocarbonatitos e os calciocarbonatitos. Esse grupo textural exibe teores de Si'O IND.2', 'Al IND.2''O IND.3', 'K IND.2'O e Ti'O IND.2' em geral maiores do que o anterior em razão da maior abundância de minerais silicáticos presentes (flogopta, piroxênio/anfibólio), além de possíveis xenocristas de feldspato ou veios de quartzo. Os teores de 'P IND.2''O IND.5', Rb, Sr, Ba, Y e Nb oscilam em ambos os grupos texturais da Barra do Itapirapuã. Os calciocarbonatos apresetam os mais baixos conteúdos de Nb, Ba, Sr e ETR dasuíte, indicando uma fonte já exaurida nesses elementos, possivelmente tardia. Os magnesiocarbonatos e ferrocarbonatitos de granulação média/grossa são, ao microscópio, similares, salvo pelo carbonato mais ferruginoso e pela maior freqüência de minerais acessórios nos ferrocarbonatitos. A composição dos carbonatos é muito ampla, com variações nos conteúdos de MgO, FeO, MnO, CaO e SrO devidas à coexistência freqüente de dolomita com ankerita, além de zoneamentos químicos. Os desenvolvimento magmático de Mato Preto ocorreu com pequena precipitação de apatita e opacos, concentrando nas fases finais F, ETR, Sr, Ba, U, Th etc., tendo-se processado, ainda na fase tardia, o refluxo de soluções de baixa temperatura responsáveis pela alteração das rochas e precipitação de quartzo, fluorita, barita e minerais de terras raras. Os carbonatos de Mato Preto são calcitas quase puras, com teores de SrO ) oscilando desde valores baixos (<0,02%) até bastante elevados (2,5%), feições essas compatíveis com magmas cristalizados entre os estágios I (final) e/ou II (inicial) de Hogarth. Os ferrocarbonatitos pertencem ao estágio III. Os carbonatitos da Barra do Itapirapuã representam magmas carbonatíticos evoluídos comparáveis aos dos estágios II (final) e III de Hogarth (1989). O padrão de distribuição de elementos de terras raras indica forte enriquecimento nos leves, crescendo a partir das rochas finas (Ca<Mg<Fe-carbonatitos) para as de granulação média/grossa(Mg<Fe-carbonatitos) até atingir valores máximos nas rochas tardiamente venuladas e razões La/Yb geralmente altas. A atividade carbonatítica concentrou nos estágios finais principalmente F (além de outros voláteis) e ETR leves, em virtude da precipitação inexpressiva de apatita durante a evolução magmática. O estágio tardio foi marcado pela precipitação generalizada de fluorita, fluorcarbonatos de terras raras, apatita, barita e quartzo, além de outros minerais menos expressivos. Nesse estágio, parte das rochas magmáticas sofreram transformações texturais de baixa temperatura e enriquecimento em elementos incompatíveis. Segundo os dados isotópicos, apenas 15% das amostras de Mato Preto mostram composição primária, com 'ômega POT.18'O'POR MIL' entre 8 e 10 e 'ômega POT.13'C'POR MIL' entre -7,5 e -4,5; tendo as demais sido reequilibradas em condições hidrotermais ou intempéricas, com 'ômega POT.18'O'POR MIL' entre 10 e 16 e 'ômega POT.13'C'POR MIL' entre -4,5 e +2. Já os dados isotópicos O-C na Barra do Itapirapuã confirmam que mais de 80% das amostras de carbonatitos têm composição isotópica de cristalização primária, sob temperaturas entre '650 GRAUS'C e '500 GRAUS'C, com valores de 'ômega POT.18'O'POR MIL' entre 8 e 10 e de 'ômega POT.13'C'POR MIL' entre -7,5 e 4,5. O restante mostra composição compatível com o campo de reequilíbrio hidrotermal ) (T entre '375 GRAUS'C e '80 GRAUS'C) ou intempérico, com 'ômega POT. 18'O'POR MIL' entre 12 e 19 e 'ômegaPOT.13'C'POR MIL' entre +2 e -2
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 24.07.1998
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    • ABNT

      RUBERTI, Excelso. Petrologia e geoquímica das suites carbonatíticas do Mato Preto (PR) e da Barra de Itapirapuã (PR-SP). 1998. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/44/tde-29042013-151400/. Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Ruberti, E. (1998). Petrologia e geoquímica das suites carbonatíticas do Mato Preto (PR) e da Barra de Itapirapuã (PR-SP) (Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/44/tde-29042013-151400/
    • NLM

      Ruberti E. Petrologia e geoquímica das suites carbonatíticas do Mato Preto (PR) e da Barra de Itapirapuã (PR-SP) [Internet]. 1998 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/44/tde-29042013-151400/
    • Vancouver

      Ruberti E. Petrologia e geoquímica das suites carbonatíticas do Mato Preto (PR) e da Barra de Itapirapuã (PR-SP) [Internet]. 1998 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/44/tde-29042013-151400/


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