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Reprodução social, trabalho materno e nutrição infantil (2000)

  • Authors:
  • Autor USP: ORTEGA, LUISA DOLORES SALDAÑA - EE
  • Unidade: EE
  • Sigla do Departamento: ENS
  • Subjects: ENFERMAGEM EM SAÚDE COMUNITÁRIA; DESNUTRIÇÃO
  • Language: Português
  • Abstract: Enquanto sub-projeto de uma investigação mais ampla, este estudo tomou como objeto a relação do estado nutricional de crianças < 7 anos com as formas de reprodução social de suas famílias - formas de trabalhar e de viver, intermediadas pela inserção materna no trabalho remunerado - nos diferentes grupos/estratos sociais homogêneos da população residente na área de abrangência do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. Através de amostragem casual-estratificada-proporcional, foram selecionadas 349 famílias, 80 delas com crianças menores de 7 anos, representando um total de 108 crianças. A partir de um modelo teórico hierarquizado, centrado na categoria da Reprodução Social foramcompostos os perfís de reprodução social - utilizando-se de uma base teórico-metodológica-operacional que pré-definiu três grupos sociais homogêneos (GSH´s) - e dimensionadas as atividades produtivas maternas (trabalho qualificado e não qualificado). Através de diagnóstico antropométrico no momento da entrevista, obteve-se as variáveis peso (P), altura (A) e idade (I) e classificou-se o estado nutricional das crianças segundo critérios de Sawaya, que utiliza os níveis de corte para Z score propostos por Frisancho: desnutrição crônica (A/I <-1,645 e P/A <-1,645), desnutrição aguda (A/I >OU=-1,645, P/A<-1,645), desnutrição pregressa (A/I<-1,645, P/A >OU=-1,645 a <OU=+1,645), eutrofia (A/I <OU=-1,645, P/A >OU=-1,645 a<OU=+1,645), sobrepeso com nesnutrição pregressa (A/I<-1,645, P/A>+1,645) e sobrepeso (A/I >OU=-1,645, P/A>+1,645). Os resultados, evidenciaram que 84,3% da amostra estudada de crianças foi constituída por famílias com formas de reprodução social desqualificadas: 48,2% componentes do GSH2, que pareceram lutar pela sua integração na vida social, enfrentando a exclusão social relativa às suas formas de viver ou de trabalhar e, 36,1% do GSH3, que ao apresentarem as mais precárias formas de reprodução, tanto no ) momento da produção como de consumo, se evidenciaram como as mais profundamente excluídas da integração social. Os 15,7% de famílias que compuseram o GSH1 preencheram os atributos para inserção qualificada na produção se mostrando protegidas da precarização no trabalho, com um padrão diferenciado de consumo e de representação coletiva e com possibilidade de uso do espaço geo-social. As formas de trabalhar maternas acompanharam este padrão de reprodução social podendo ser consideradas como um indicador potencial de como as famílias se inseriram no processo produtivo: verificou-se que do total de 56,5% de mães inseridas no trabalho remunerado (maior porcentagem nos GSH2 e GSH3), 54,1% apresentaram formas de trabalho não qualificado, sendo quase a totalidade agregadas ao GSH3, conformando um grupo de inseridas nos serviços domésticos (66,6%, P<0,05), no trabalho informal, onde 90,9% não usufruíam de benefícios do trabalho e 61,1% não possuíam carteira profissional assinada, além de apresentar um renda mensal <OU= 3SM (P<0,05). Os resultados também reiteraram a associação entre desnutrição e exclusão social (P<0,05), pois no GSH3, grupo onde se concentram a maioria das características de exclusão social, refletidas na relação trabalho/vida das famílias que o compuseram, verificou-se a maior ocorrência de desnutrição (17,9%) e apenas 3,6% de sobrepeso, enquanto no GSH1, não foram encontradas crianças desnutridas, sendo 88,5% eutróficas e 11,5% com sobrepeso. O GSH2 permaneceu como grupo intermediário, apresentando 7,4% de desnutridos, 83,3% de eutróficos e 9,3% de crianças com sobrepeso. A partir desses resultados, pode-se inferir que arelação da nutrição infantil com o trabalho materno inserido está implícita na articulação destes indicadores nos diferentes grupos/estratos sociais, que se distinguem pelas suas formas de trabalho/vida a nível familiar, em um dado espaço geo-político-social, os seus ) diferentes perfis de reprodução social determinando diferentes perfis de fortalecimento ou desgaste em suas crianças. Entretanto, dada a limitação do delineamento metodológico do presente estudo, novas investigações com base populacional e amostra equiprobabilistica são necessárias para comprovar empiricamente essa relação
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 06.09.2000

  • How to cite
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    • ABNT

      SALDAÑA ORTEGA, Luisa Dolores. Reprodução social, trabalho materno e nutrição infantil. 2000. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. . Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Saldaña Ortega, L. D. (2000). Reprodução social, trabalho materno e nutrição infantil (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Saldaña Ortega LD. Reprodução social, trabalho materno e nutrição infantil. 2000 ;[citado 2024 abr. 23 ]
    • Vancouver

      Saldaña Ortega LD. Reprodução social, trabalho materno e nutrição infantil. 2000 ;[citado 2024 abr. 23 ]

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