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Terra, território e recursos naturais: cultura, sociedade e política para os povos autóctones (2000)

  • Authors:
  • Autor USP: BARBOSA, CARLA GONÇALVES ANTUNHA - FFLCH
  • Unidade: FFLCH
  • Sigla do Departamento: FLG
  • Subjects: TERRA (PLANETA); TERRITÓRIO; RECURSOS NATURAIS; GEOGRAFIA; DIREITO; ANTROPOLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: O trabalho visa estudar, a partir da visão multidisciplinar do direito, da geografia e da antropologia, a maneira pela qual os povos autóctones vêm alcançando maior visibilidade e respeito. Analisamos como esse processo de reconhecimento dos direitos indígenas tem sido possível dentro da própria sociedade ocidental, que foi a que mais agiu com preconceito em relação a eles. A partir do encontro de civilizações diferentes, inúmeros processos de convivência aconteceram. Entretanto, todos esses processos foram marcados pela idéia de realização de progresso, a partir de uma única perspectiva, a ocidental, tecnológica, de produção cumulativa material e principalmente pela idéia de que as terras, territórios e recursos naturais das regiões "descobertas" eram terras virgens, sem donos, ou que não precisavam ter respeitadas as ocupações já existentes, porque os habitantes eram indígenas, logo considerados inferiores, pela qualidade de sua diferença não ser caracterizada, prioritariamente, por essa idéia de progresso ocidental. A partir dos estudos antropológicos iniciados no final do século XIX e começo do século XX e principalmente pelo fenômeno então em curso das lutas pela emancipação colonial especialmente da África e Ásia que o mundo ocidental sobretudo, passou a ter conhecimento da existência e do valor dos povos diferentes, os povos autóctones ou indígenas que sempre, pelos séculos e séculos passados e até hoje mantêm a relação com as terras,territórios e recursos naturais no sentido da sua não transformação, ao menos não na escala e moldes da sociedade ocidental, mas de sua preservação, com respeito não só à natureza em si, sua sacralidade, provedora dos recursos que os mantém, como também por respeito às futuras gerações, para que tenham as mesmas condições de vida que tiveram seus ascendentes. Essa diferença de atitude com relação às terras, territórios e recursos que existe entre as concepções dos povos ) ocidentais e dos povos autóctones é o que interessa e sobre a qual procuramos tratar, para entender as razões, as mecânicas e os caminhos que cada um poderá dar na construção do futuro. Nessa análise consideramos importante reconhecer que a perspectiva ocidental, que prioriza a tecnologia e a exploração dos recursos naturais para fins econômicos em benefício de uns e em detrimento de outros, na verdade não considera de maneira responsável a fragilidade e mesmo a pouca durabilidade em termos de tempo que esses recursos podem ter, se forem simplesmente explorados, sem qualquer tipo de reverência. Apresentamos então a visão dos povos autóctones, que vêm há séculos procurando mostrar qual é a sua maneira de interagir com as terras, territórios e recursos naturais, sendo inclusive essa maneira que possibilitou estarem essas terras praticamente intactas, sem terem perdido seu conteúdo de totalidade, quando houve o encontro com os outros povos, apesar de sempre ocupadas por eles. Veremos que tem sidoprincipalmente no plano internacional, a partir das Liga das Nações, da OIT - Organização Internacional do Trabalho, da ONU e de inúmeros outros órgãos e organizações internacionais que os povos autóctones têm alcançado visibilidade no mundo contemporâneo, através de suas declarações de princípios e de direitos, com condição de influir nas políticas dos Estados, com suas contribuições, pelo menos, nas questões de preservação de recursos naturais e da biodiversidade. Procuram fazer-nos compreender que é a partir da natureza, onde a humanidade toda se realiza, portanto a partir da geografia e por meio da linguagem jurídica, pois valorizam muito as instâncias internacionais do diálogo jurídico, como local privilegiado de realização da interação respeitosa das difrenças, e por intermédio da comunicação em benefício da vida que deve se iniciar o diálogo e a cooperação entre as sociedades. Contribuem assim, ) também, para o avanço do pluralismo jurídico. Suas concepções filosóficas nesse contexto podem ser enquadradas no plano da modernidade
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 21.12.2000

  • How to cite
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    • ABNT

      BARBOSA, Carla Gonçalves Antunes. Terra, território e recursos naturais: cultura, sociedade e política para os povos autóctones. 2000. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. . Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Barbosa, C. G. A. (2000). Terra, território e recursos naturais: cultura, sociedade e política para os povos autóctones (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Barbosa CGA. Terra, território e recursos naturais: cultura, sociedade e política para os povos autóctones. 2000 ;[citado 2024 abr. 23 ]
    • Vancouver

      Barbosa CGA. Terra, território e recursos naturais: cultura, sociedade e política para os povos autóctones. 2000 ;[citado 2024 abr. 23 ]

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