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Influência da quantidade de recursos alimentares no comportamento de oviposição e na performance dos imaturos de Ascia monuste(Lepidoptera Pieridae) (2002)

  • Authors:
  • Autor USP: BARROS, HELEN CRISTINA HABENCHUS - FFCLRP
  • Unidade: FFCLRP
  • Sigla do Departamento: 592
  • Subjects: ENTOMOLOGIA; LEPIDOPTERA
  • Language: Português
  • Abstract: As fêmeas de Ascia monuste orseis (Godart, 1819) apresentaram "erros" de oviposição que mostram contradições na capacidade de seleção de hospedeiro para a prole. As conseqüências desses "erros" podem levar a uma alta mortalidade larval e, também, a situações de canibalismo, privação de alimento, competição intraespecífica; etc. Porém, não é porque chamamos de "erros" que estes comportamentos são sempre infrutíferos. O fitness funcional da seleção de hospedeiros deve ser avaliado tanto pela perspectiva materna como pela perspectiva de sua prole; uma situação que deve ser analisada é quando a prole pode se mover de uma planta para outra com facilidade, como é o caso de A. monuste. Devido a isto, o presente trabalho teve como objetivos principais: 1) relacionar a quantidade de ovos colocados pelas fêmeas de A. monuste em plantas de diferentes tamanhos com a sobrevivência dos imaturos, avaliando a oviposição das fêmeas; 2) analisar o comportamento dos imaturos frente à oviposição materna, como por exemplo, a viabilidade da migração larval para uma nova planta-hospedeira; 3) estudar os efeitos da competição intraespecífica larval e da privação de alimento na performance da espécie em laboratório, sendo que, estas situações podem ocorrer na natureza, como conseqüências de "erros" de oviposição; e 4) avaliar a importância do comportamento de ingerir o corion dos ovos e sua relação com o canibalismo no início da fase imatura. Alguns experimentos de comportamento deoviposição e sobrevivência da prole foram realizados em gaiolas de alumínio (10 x 10 x 4 cm), e outros experimentos foram realizados numa horta, onde não se aplicou nenhum tipo de agrotóxico, localizada próxima ao bloco F do Departamento de Biologia/Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) de Ribeirão Preto, USP (SP) (21º 05'S, 47º 50'W). As borboletas utilizadas neste experimento foram originadas de ovos obtidos em folhas de couve ) (Brassica oleracea varo Acephala L.), principal hospedeiro da presente espécie. Em geral, as plantações de couve ocorrem em áreas extensas, proporcionando uma abundância de recurso alimentar para a espécie estudada. Os parâmetros principais indicadores de performance utilizados foram: Tempo para pupação (dias), Mortalidade larval, Peso do imago (fêmea e macho/mg), Número de adultos por caixa, Número de ovos por fêmea e Eclosão. Os parâmetros não são sempre correlacionados positivamente e índices diferentes podem originar resultados distintos de performance, por isso vários índices foram utilizados. Algumas vezes também realizou-se uma avaliação digestória através dos índices: DA (Digestibilidade Aproximada), ECI (Eficiência na Conversão do alimento Ingerido) e ECD (Eficiência na Conversão do alimento Digerido). DA = [(Ingestão - Fezes)/ Ingestão] x 100, ECI = (Biomassa/ Ingestão) x 100 e ECD = [(Biomassa/ (Ingestão - Fezes)] x 100. Os índices digestórios, em geral, foram medidos durante todo o 5º ínstar (˜ 3dias). Na presente espécie, foi observado que as fêmeas colocaram um número maior de ovos em plantas maiores, apesar de que não houve diferença estatística significativa na preferência de oviposição entre plantas de diferentes tamanhos. As fêmeas de A. monuste, também, colocaram ovos em plantas isoladas em campo, o que diminuiu a sobrevivência dos imaturos, pois a migração larval ficou prejudicada. No experimento de comportamento da prole (20 lagartas) em plantas de três diferentes tamanhos, a migração foi sempre necessária. A performance dos imaturos foi diferente entre os grupos, e as lagartas provenientes da planta menor migraram mais cedo no desenvolvimento, apresentaram maior mortalidade larval, maior tempo de pupação e menor número de adultos emergentes. O tamanho das posturas realizadas em couve na natureza foi maior do que o tamanho das posturas obtidas em experimentos em gaiolas. ) Obteve-se posturas na natureza com aproximadamente 40 ovos, sendo a taxa de sobrevivência das lagartas de 36,5 % (152/416), quando a migração larval era viável. A predação foi a principal causa da mortalidade larval, e ocorreu em freqüência alta em imaturos alimentando-se em sua planta de origem, ou seja, em imaturos nos primeiros ínstares larvais. A competição intraespecífica por alimento afetou aspectos reprodutivos e de sobrevivência em A. monuste. Efeitos evidentes da competição intraespecífica por alimento no estágio imaturo de A. monuste foram o aumento do período dedesenvolvimento e da mortalidade larval. A privação alimentar em A. monuste ocorre quando as lagartas precisam migrar em busca de uma nova planta-hospedeira (alimento), e seu sucesso depende do local onde a planta localiza-se e da idade das lagartas. A capacidade de migração das lagartas jovens é restrita, mas das lagartas no final da fase imatura é alta. Para lagartas jovens de A. monuste, a privação de alimento por 24 h levou a um aumento da duração da fase imatura, o que expõe os indivíduos, por mais tempo, à ação de parasitas, predadores e também a condições abióticas negativas na natureza. Para lagartas do 4º ínstar, a privação alimentar por 24 h levou a um efeito negativo em seu sucesso reprodutivo, ou seja, a diminuição do número de ovos. Porém, tanto as lagartas jovens como as do 4º ínstar foram resistentes à falta de alimento por 24 h, realizando compensação alimentar por ingestão durante o 5º ínstar e mostrando uma emergência total alta. A ingestão do corion (proteína animal) é um comportamento característico das lagartas recém-eclodidas de A. monuste e, segundo os resultados obtidos, afetou positivamente a performance dos indivíduos que o realizam. Além disso, o presente comportamento acarretou uma vantagem nutricional logo no início da fase larval. Os experimentos realizados com corion esterilizados apoiaram ) a hipótese acima, mostrando que o efeito positivo não está relacionado com a presença de microorganismos. Observou-se, também, o canibalismo de ovos emlagartas recém-eclodidas de A. monuste, inclusive na natureza. Uma condição para isto ocorrer foi o intervalo de tempo de eclosão das lagartas, ou seja, se um grupo de lagartas eclodir muito antes de outro, depois de ingerir o corion de seus ovos, há uma tendência delas praticarem o canibalismo
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 08.08.2002

  • How to cite
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    • ABNT

      BELLANDA, Helen Cristina Habenchus Barros. Influência da quantidade de recursos alimentares no comportamento de oviposição e na performance dos imaturos de Ascia monuste(Lepidoptera Pieridae). 2002. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2002. . Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Bellanda, H. C. H. B. (2002). Influência da quantidade de recursos alimentares no comportamento de oviposição e na performance dos imaturos de Ascia monuste(Lepidoptera Pieridae) (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Bellanda HCHB. Influência da quantidade de recursos alimentares no comportamento de oviposição e na performance dos imaturos de Ascia monuste(Lepidoptera Pieridae). 2002 ;[citado 2024 abr. 23 ]
    • Vancouver

      Bellanda HCHB. Influência da quantidade de recursos alimentares no comportamento de oviposição e na performance dos imaturos de Ascia monuste(Lepidoptera Pieridae). 2002 ;[citado 2024 abr. 23 ]

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