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Políticas públicas (2004)

  • Autor:
  • Autor USP: BEVILACQUA, MARIA CECILIA - FOB
  • Unidade: FOB
  • Subjects: POLÍTICAS PÚBLICAS; FONOAUDIOLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: O desenvolvimento tecnológico atual coloca à disposição da Fonoaudiologia a precisão do diagnóstico e a efetividade do tratamento dos distúrbios fonoaudiológicos em todas as faixas etárias. Embora o conhecimento do homem esteja cada vez mais ligado ao rápido desenvolvimento tecnológico em muitos segmentos das ciências da saúde, o choque entre atualização e estagnação ainda é latente. Especificamente, em caráter de exemplificação, podemos citar que a área da Audiologia em nosso país revela fragilidade, tanto no que se refere à formação de recursos humanos, quanto ao acesso da população ao atendimento especializado. Algumas regiões do país são carentes em profissionais especializados, muitas vezes privando pacientes de se beneficiarem de tratamentos. Em muitas regiões a população necessita percorrer longas distâncias para ter acesso a algum tratamento, e isto gera dificuldades e transtornos de natureza econômica e social. Grande parte da população depende de assistência financeira das prefeituras locais para se deslocar para os serviços especializados, e isto também acarreta maior esforço e maior quantidade de verba dispensada, aumentando os gastos públicos. Ressalta-se, ainda, que o processo de globalização, de um lado facilita e auxilia na conexão entre as várias nacionalidades, porém, coloca-nos em confronto com grupos de interesse que tendem a tornar e igualar a informação em massa, dificultando a compreensão de um número ilimitado deinformações.Hoje, inúmeras ações voltadas aos distúrbios fonoaudiológicos têm sido realizadas colaborando com o esforço social de trilhar um caminho na direção da democratização do conhecimento para os profissionais da saúde, por meio da educação continuada junto aos serviços de saúde que atendem diretamente a nossa população. Isto se refletirá na atuação de um profissional mais capacitado junto à população, conquistando, assim, melhorias na transmissão de informações.Trilhar ) um caminho na direção da democratização do conhecimento para os profissionais da saúde não significa perder a identidade fonoaudiológica. Ensinar outros profissionais sobre o que é a Fonoaudiologia, ensinar quais são os seus métodos ou quais são as suas técnicas não ameaça o saber Fonoaudiológico. Muito pelo contrário, possibilita que profissionais de outras áreas consigam valorizar o profissional da fonoaudiologia. Possibilita que outros profissionais consigam detectar mais prontamente as alterações de audição, de fala e de linguagem, viabilizando o encaminhamento mais rapidamente do paciente para o profissional adequado. Quem lucra com isso? Em primeiro lugar o próprio paciente que consegue um melhor atendimento, em segundo lugar a própria ampliação do mercado de trabalho do fonoaudiólogo. A doutrina do medo, da ameaça da profissão só traz desvantagens para a evolução da nossa profissão. Democratizar o conhecimento no campo fonoaudiológico é mais uma conquista de uma área quenão se sente ameaçada e demonstra ter o seu conhecimento consolidado e seu campo profissional bem definido.Cabe ressaltar que a divulgação e a transferência do conhecimento da saúde fonoaudiológica, por meio de orientações básicas, transformam as pessoas em geral, e principalmente os pais de jovens crianças, em importantes aliados na prevenção dos distúrbios fonoaudiológicos e na busca da intervenção clínica especializada. As ações de saúde fonoaudiológica, bem como a intervenção clínica complementam-se, e tornam-se inseparáveis quando se almeja construir um serviço de qualidade, atingindo diversos segmentos da população, delineado a partir de circunstâncias específicas do grupo que se quer atingir.Paralelamente às ações básicas, a sofisticada tecnologia atual na área da informação e da comunicação tem repercutido diretamente na comunidade, especialmente na área da saúde. O uso de tele-tecnologia avançada tem ) possibilitado melhores condições de acesso a serviços de saúde, educação e integração à distância. Esforços estão sendo empreendidos para que ocorra esta interação, envolvendo a comunicação de áudio e vídeo, ao vivo, entre pacientes e profissionais, e o envio de dados da própria casa do paciente para um hospital ou clínica, por exemplo. As tele-conferências, a transmissão de imagens entre um profissional que atua na atenção primária a saúde e um especialista, entre outros, são exemplos de como superar algumas dificuldades na transferência do conhecimento. Autilização da tecnologia e a revisão dos Cursos de Graduação buscando inserir o conhecimento do Sistema Público de Saúde, como é o Programa Aprender SUS, com certeza criará condições para que o jovem profissional já termine sua graduação com melhor integração ao mercado de trabalho, conseguindo se adaptar mais rapidamente à realidade deste mercado, e capaz de propor alternativas bem fundamentadas que possibilitam mudar o seu meio exercendo seu potencial plenamente e com um maior aproveitamento dos jovens talentos Paralelamente ao uso da alta tecnologia em saúde, ainda se fazem necessários estudos para conhecer a prevalência dos diferentes transtornos fonoaudiológicos que ocorrem na nossa população. Estudo com base populacional ainda são importantes para um melhor delineamento das pesquisas e intervenções adequadas à nossa realidade. Só assim será possível oferecer informações aos gestores, planejadores e responsáveis pelos serviços e políticas públicas na área da saúde para que possam priorizar, programar e alocar recursos. Indiscutivelmente é urgente a necessidade de se criar um banco de dados nesta área para uma análise aprofundada dessas necessidades. Em caráter de exemplificação, a experiência do Centro de Pesquisas Audiológicas pode colaborar para inspirar futuros estudos em outros grupos. O Centro de Pesquisas Audiológicas (CPA) é um ) um grupo de pesquisa do CNPq vinculado ao Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) e ao Departamento deFonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da Universidade de São Paulo, campus Bauru. Neste Centro é desenvolvido um amplo trabalho de ensino, de pesquisa e de extensão na área da ciência da audição. Está vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), o qual tem estruturado programas que atendem a população de deficientes auditivos de maneira sistemática dentro da rede pública de saúde. Esta experiência tem gerado o que temos chamado de atendimento fonoaudiológico com forte base humanista. Em 2004 esta experiência foi relatada na Organização Mundial da Saúde, enfocando o papel da Universidade na ampliação do acesso da população aos Serviços de Audiologia (diagnóstico, indicação e adaptação de aparelho de amplificação sonora individual) em países em desenvolvimento. Nesta reunião ocorrida em Genebra, foi criada uma nova iniciativa global denominada "World Wide Hearing Care for Developing Countries" - WWHearing. A meta do WWHearing é de promover melhorias no tratamento da deficiência auditiva por meio do fornecimento de apropriados serviços de diagnóstico e adaptação de aparelhos auditivos nos países em desenvolvimento, no que se refere ao atendimento às pessoas menos favorecidas. Um dos princípios norteadores deste projeto é a parceria com diversos centros em diferentes países, com o intuito de proporcionar melhor qualidade de atendimento ao deficiente auditivo, de modo a satisfazer suas necessidades. No contexto nacional o Sistema Único de Saúde (SUS) temestruturado programas que têm auxiliado o desenvolvimento na área da saúde auditiva, mais precisamente, no atendimento à população de deficientes auditivos de maneira sistemática dentro da rede pública de saúde, tendo aumentado significativamente a partir de 2000. O faturamento do SUS dos últimos anos pode ) ser considerado um desses indicadores. No entanto, outros indicadores de qualidade dos serviços oferecidos têm que ser estabelecidos juntamente com o benefício e satisfação dos seus usuários, uma vez que todos os esforços para melhoria do sistema têm como principal meta alcançar um serviço de qualidade para os seus beneficiários. Assim, compreende-se a necessidade de reflexão e análise crítica quanto às medidas de políticas públicas na área da Fonoaudiologia. Isto se faz necessário para a delimitação de ações concretas e eficazes, resultantes do trabalho coletivo fonoaudiológico, auxiliado por parcerias formadas e capacitadas pela nossa própria área
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  • Conference titles: Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia

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    • ABNT

      BEVILACQUA, Maria Cecília. Políticas públicas. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. São Paulo: SBFa. . Acesso em: 23 abr. 2024. , 2004
    • APA

      Bevilacqua, M. C. (2004). Políticas públicas. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. São Paulo: SBFa.
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      Bevilacqua MC. Políticas públicas. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 2004 ; 9[citado 2024 abr. 23 ]
    • Vancouver

      Bevilacqua MC. Políticas públicas. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 2004 ; 9[citado 2024 abr. 23 ]


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