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Investigação da ocorrência de perda auditiva unilateral em pacientes com fissura labiopalatina (2004)

  • Authors:
  • Autor USP: FENIMAN, MARIZA RIBEIRO - FOB
  • Unidade: FOB
  • Subjects: PERDA AUDITIVA; FISSURA LÁBIOPALATINA
  • Language: Português
  • Abstract: Por acarretar importantes conseqüências ao desenvolvimento global do indivíduo, a deficiência auditiva uni ou bilateral, entre os distúrbios da comunicação, tem sido enfaticamente estudada sob diversos prismas e nas mais diferentes populações. No que se refere à perda auditiva unilateral, a literatura específica estima que muitos indivíduos têm algum grau desse tipo de perda, e que a ocorrência para crianças, em idade escolar, de grau acima de 45dB é de 3:1000, podendo esta ser de 13:1000 com a inclusão de perdas condutivas (BESS; THARPE, 1984). A presença de perdas condutivas, bilaterais em sua maioria, são freqüentemente encontradas em indivíduos com fissuras labiopalatinas (FLP), decorrente da otite média, devido a um mau funcionamento do músculo tensor do véu palatino, responsável pelo mecanismo de abertura e fechamento da tuba auditiva, ocasionando uma ventilação inadequada na orelha média, deixando-a mais susceptível às infecções. Objetivo: Verificar a ocorrência de perda auditiva unilateral em indivíduos com fissura labiopalatina, visando a caracterização audiológica dos indivíduos nos quais esta perda for identificada. Métodos: Levantamento aleatório de 500 prontuários de pacientes diagnosticados com FLP e, uma análise cuidadosa da avaliação audiológica e otorrinolaringológica presentes nesses prontuários. Resultados: Dos 500 prontuários, foram encontrados 55(11,00%) com perda auditiva unilateral. Em relação ao tipo de fissura, foram encontrados 11(20,00%)prontuários com fissura de palato pós-forame incisivo, 4(7,27%) com fissura de palato pré-forame incisivo unilateral, 2(3,64%) com fissura pré-forame incisivo bilateral, 26(47,27%) transforame incisivo unilateral e 10(18,18%) bilateral e 2(3,64%) com fissura submucosa, de acordo com a classificação de SPINA et al (1972). Quanto ao gênero, foram encontrados 27(49,10%) prontuários de pacientes do gênero masculino e, 28(50,90%) do gênero feminino. No ) que se refere à faixa etária, 26(47,27%) prontuários eram de pacientes que se encontravam enquadrados na faixa etária de 0 a 11 anos, 14 (25,46%) de 12 a 20 anos, 15 (27,27%) de 21 a 40 anos. Quanto à lateralidade da perda auditiva, 18(32,73%) indivíduos apresentaram perda auditiva na orelha direita e 37(67,27%) na orelha esquerda. Com relação ao tipo de perda auditiva, 40(72,73%) prontuários apresentaram perda do tipo condutiva, 5(9,09%) do tipo mista e 10(18,18%) do tipo neurossensorial. Quanto ao grau da perda auditiva, foi constatada a ocorrência de 33(60,00%) com perda de grau leve, 20(36,36%), de grau leve a moderado, 1(1,82%) de grau leve a severo e 1(1,82%) de grau moderado a severo. No que diz respeito à configuração audiométrica, foram encontradas 5(9,09%) perdas com configuração horizontal, 10(18,18%) com configuração ascendente, 7(12,73%) em “U” invertido, 16(29,09%) com configuração irregular, 12(21,82%) em rampa de ski e 5(9,09%) entalhe. Referente à curva timpanométrica, constatou-se ocorrência de9(16,36%) prontuários apresentando curva tipo C, 22(40,00%) tipo B e 18(32,73%) com curva tipo A, um (1,82%) com curva tipo Ar. Não foi encontrada curva timpanométrica do tipo Ad. Em 5(9,09%) prontuários não foram encontrados os resultados da timpanometria, pois um indivíduo apresentava membrana timpânica perfurada, dois haviam sido submetidos a uma timpanomastoidectomia e duas avaliações não foram realizadas, devido a problemas técnicos com o equipamento. Em relação ao tipo de queixa audiológica e otorrinolaringológica, em 4(7,27%) prontuários foi relatada presença de hipoacusia na orelha com perda e em 2(3,63%) não foi referida a orelha, em 2(3,63%) otalgia na orelha com perda e em 1(1,82%) na orelha sem perda, em 1(1,82%) plenitude auricular, não sendo referida a orelha, em 1(1,82%) otite com otorréia na orelha com perda e em 2(3,64%) sem referência quanto à orelha, em 1(1,82%) otalgia ) na orelha com perda e em 1(1,82%) na orelha sem perda, em 1(1,82%) plenitude auricular, não sendo referida a orelha, em 1(1,82%) otite com otorréia na orelha com perda e em 2(3,64%) sem referência quanto à orelha, em 1(1,82%) otalgia, hipoacusia e otorréia na orelha com perda, em 1(1,82%) otalgia e hipoacusia na orelha com perda, em 1(1,82%) zumbido sem referência quanto à orelha, em 2(3,64%) hipoacusia, otite e otorréia na orelha com perda, e em 37(67,27%) prontuários não foi relatada a presença de queixas. Em 29(52,73%) prontuários foi encontrada otoscopia normalbilateral, em 4(7,27%) opacificação timpânica bilateral, em 2 (3,63%) otorréia na orelha com perda, em 1(1,82%) cerúmen na orelha com perda, em 1(1,82%) perfuração timpânica na orelha com perda, em 1(1,82%) retração timpânica bilateral, em 1(1,82%) encontrou-se perfuração timpânica na orelha com perda auditiva e, retração timpânica e timpanosclerose na orelha sem perda, em 1(1,82%) foi encontrado perfuração timpânica e otorréia na orelha com perda e timpanosclerose na orelha sem perda, em 1(1,82%) foi encontrado retração timpânica e opacificação na orelha com perda, e retração timpânica na orelha sem perda, e em 14(25,45%) prontuários não foram encontrados dados referentes à otoscopia realizada, não podendo ser relatados. Dos 55 prontuários, em 19(34,55%) foi constatada a ocorrência de microcirurgia otológica, sendo 13(23,64%) bilateral, 5(9,09%) na orelha com perda auditiva e em um (1,82%) não foi referida a orelha. Na análise dos prontuários, buscou-se encontrar possíveis etiologias para as perdas auditivas unilaterais: 22(40,00%) dos com perda condutiva apresentaram histórico de otite, sendo 5 bilateral; um (1,82%) apresentou disfunção tubária; 3(5,45%) apresentaram patologias como parotidite, sarampo e rubéola; um (1,82%) apresentou icterícia neonatal, hemangioma plano occipital e uso de medicamentos pela mãe no período ) gestacional; 9(16,36%) apresentaram patologias associadas ao histórico de otite como sarampo/rubéola/parotidite/varicela,varicela/sarampo, varicela, rubéola, problemas hormonais, hepatite/icterícia neonatal, parotidite; um (1,82%) apresentou histórico de otite e consangüinidade; um (1,82%) apresentou histórico de otite, consangüinidade e permanência na incubadora ao nascer com a utilização de oxigênio; um (1,82%) apresentou histórico de otite e história familial de deficiência auditiva; e um (1,82%) apresentou histórico isolado de consangüinidade. Dos com perda mista, um (1,82%) apresentou histórico de sangramento materno no oitavo mês gestacional; 2(3,63%) apresentaram histórico de otite bilateral; um (1,82%) apresentou histórico de exposição ao ruído e um (1,82%), etiologia idiopática. Dois (3,64%) dos com perda neurossensorial apresentaram histórico de otite, sendo a perda de etiologia idiopática; 4(7,27%) apresentaram patologias como parotidite, parotidite/sarampo, sarampo/varicela, viroses da infância, mas não relatou quais; um (1,82%) apresentou histórico de trauma na região temporal homóloga ao lado da perda auditiva, sem queixas auditivas anteriores ao trauma; um (1,82%) apresentou histórico de exposição ao ruído; e 2(3,63%), etiologia idiopática. Conclusão: Pôde-se constatar que a perda auditiva bilateral é a de maior ocorrência na população estudada, entretanto a perda auditiva unilateral também se mostrou presente, embora em menor incidência. Quanto ao tipo de perda auditiva, restringindo-se às perdas unilaterais, a prevalência foi do tipo condutiva, o que estáem concordância com a literatura pesquisada e, em menor ocorrência, perdas neurossensoriais e mistas. A perda auditiva unilateral foi mais freqüente nos indivíduos com faixa etária de 0 a 11 anos, com igual proporção em gênero, na amostra utilizada. O tipo de ) de fissura encontrado em maior número foi a fissura transforame incisivo unilateral. Ressalta-se que é de grande importância o diagnóstico da perda auditiva unilateral, visto que a integridade auditiva monoaural não suporta uma escuta normal para todos os propósitos práticos. Geralmente, pessoas com deficiência auditiva unilateral têm dificuldade em entender a fala e localizar estímulos auditivos em ambientes quietos e ruidosos, com o ruído sendo o maior fator contribuinte nas situações de dificuldade e, em ambientes quietos, a distância constitui o fator causal mais comum das dificuldades. Além disso, podem ter reduzida a inteligibilidade da mensagem falada, dificultando a interpretação apurada e, conseqüentemente, a aprendizagem, o que é muito importante, principalmente ao se considerar a população infantil
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  • Conference titles: Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia

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    • ABNT

      VENTURA, Luzia Maria Pazzabom et al. Investigação da ocorrência de perda auditiva unilateral em pacientes com fissura labiopalatina. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. São Paulo: SBFa. . Acesso em: 24 abr. 2024. , 2004
    • APA

      Ventura, L. M. P., Ventura, L. M. P., Oliveira, C. F. de, & Feniman, M. R. (2004). Investigação da ocorrência de perda auditiva unilateral em pacientes com fissura labiopalatina. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. São Paulo: SBFa.
    • NLM

      Ventura LMP, Ventura LMP, Oliveira CF de, Feniman MR. Investigação da ocorrência de perda auditiva unilateral em pacientes com fissura labiopalatina. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 2004 ; 9[citado 2024 abr. 24 ]
    • Vancouver

      Ventura LMP, Ventura LMP, Oliveira CF de, Feniman MR. Investigação da ocorrência de perda auditiva unilateral em pacientes com fissura labiopalatina. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 2004 ; 9[citado 2024 abr. 24 ]


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