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Alterações no gene MLL (11q23) em linfócitos de pacientes pacientes que receberam tratamento para leucemiaLinfóide aguda na infância (2006)

  • Authors:
  • Autor USP: ANNICHINI, MARIA SOL BRASSESCO - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RGE
  • Subjects: GENES (ALTERAÇÃO); LINFÓCITOS; LEUCEMIA (TRATAMENTO); INFÂNCIA
  • Language: Português
  • Abstract: As terapias atuais utilizadas no tratamento da Leucemia Linfóide Aguda em crianças têm permitido índices de cura superiores a 75%, mas estas a custas da exposição dos pacientes a altas doses de radiação ionizante e a combinações de quimioterápicos, cujos efeitos mutagênicos são bem conhecidos. Assim, os pacientes já tratados para doenças neoplásicas apresentam um risco aumentado de desenvolver câncer secundário. Dependendo das doses administradas, entre 1 e 15% dos pacientes tratados com inibidores de Topoisomerase II e/ou agentes alquilantes desenvolvem Leucemia Mielóide Aguda relacionada ao tratamento (t-LMA), caracterizada por translocações em 11q23. O objetivo do presente trabalho foi a detecção de rearranjos no gene MLL, por meio da aplicação de métodos citogenéticos e moleculares em linfócitos periféricos de pacientes submetidos anteriormente à quimioterapia na infância para o tratamento de LLA. Paralelamente, foram conduzidos experimentos in vitro que caracterizassem o potencial clastogênico do Etoposide (VP-16), a fim de estabelecer comparações com os resultados obtidos nas análises dos pacientes previamente submetidos a diferentes drogas, inclusive o VP-16. Foram analisadas preparações cromossômicas de 49 pacientes e de 49 indivíduos normais (grupo controle), empregando-se a sonda comercial LSI MLL (Vysis), que permite a detecção de diferentes translocações na região cromossômica 11q23. O grupo de pacientes foi dividido em doissubgrupos, dependendo da inclusão ou não de inibidores de Topoisomerase II (VM-26 e/ou VP-16) no protocolo de tratamento. A análise estatística revelou diferenças significativas (p=0,00875) quando as freqüências de translocações envolvendo o gene MLL entre os dois subgrupos de pacientes e o grupo de controles foram comparadas. Da mesma forma, diferenças significativas (p=0,00598) entre o grupo total de pacientes (independentemente da inclusão ou não de inibidores de Topo II no tratamento) e o de indivíduos controles foram observadas. As freqüências de translocações apresentadas pelos pacientes também foram testadas quanto ao tipo de tratamento, mas as diferenças entre os dois subgrupos não foram estatisticamente significativas (p=0,709). Similarmente, não houve diferenças entre os grupos quanto à presença de sinais extras para o gene MLL (p=0,328). O emprego do método de fiber-FISH permitiu detectar diversos rearranjos intragênicos, sendo que as freqüências destes não diferiram significativamente (p = 0,679). o tratamento in vitro de linfócitos de indivíduos controles com VP-16 (0,25, 0,5, e 1 mg/ml, em pulso de 1 hora e tratamento contínuo) induziu um aumento estatisticamente significativo nas freqüências de aberrações cromossômicas (detectadas por coloração convencional e por FISH com sondas específicas para os cromossomos 8 e 11) e de células com alterações em relação aos controles negativos (p<0,05). A ocorrência dealterações em 11q23 nas culturas tratadas (detectadas pela aplicação de sonda específica para o gene MLL) foi significativamente elevada (p=0,0000209). Contrariamente, a aplicação da sonda específica para o gene IgH (14q32) não revelou diferenças significativas entre os tratamentos. Por outro lado, a técnica de PCR-inversa permitiu detectar diversas translocações envolvendo o gene MLL nas culturas tratadas: t(3;11), t(4;11), t(7;11), t(8;11), t(9;11), t(11; 12), t(11; 16) e t(11; 17); estas foram identificados após clonagem e seqüenciamento. Também foram analisadas amostras de 43 pacientes que apresentaram LLA na infância e amostras de 100 indivíduos controles, sendo detectadas várias translocações putativas. Entre os pacientes, 35 (81%) apresentaram translocações putativas, enquanto que nos controles, tais translocações foram detectadas em 49% dos indivíduos. Em ambos os grupos, as translocações putativas apareceram como três, duas ou uma única banda por individuo. No grupo de pacientes foi mais freqüente a presença de duas ou três bandas em relação aos controles; a aplicação do teste estatístico revelou diferenças significativas (p<0,05). No primeiro grupo, 91 % (30) das translocações identificadas corresponderam a t(4;11)(q21;q23) e os 3 clones restantes foram identificados como t(11;X), t(8;11)(q23;q23) e t(11;16). Nos controles, a análise por seqüenciamento revelou uma distribuição de translocações similar à detectada nasculturas tratadas com VP-16. As translocações mais freqüentes foram t(4;11)(q21 ;q23) e t(9;11), 66% e 20%, respectivamente, sendo que as de menor freqüência (14%) Se corresponderam com a t(1;11), t(2;11), t(11;12) e a t(11;19)(q23;p13). Por outro lado, os estudos in vitro caracterizaram a atividade clastogênica do Etoposide em termos de sítios de ação, mesmo em concentrações baixas (inferiores às relatadas em pacientes sob tratamento) durante curtos períodos de exposição. Além disso, observou-se uma indução preferencial de danos provocados por este inibidor de Topo II no gene MLL, e conseqüentemente, no cromossomo 11, comparativamente ao gene IGH e o cromossomo 8. Os resultados da presente pesquisa indicaram freqüências elevadas de translocações no gene MLL em pacientes submetidos ao tratamento de LLA na infância. Este aumento poderia estar relacionado à prévia exposição a drogas antitumorais, independentemente da inclusão de inibidores de Topoisomerase II no tratamento. Embora o significado biológico de tais rearranjos não seja claro, estes são indicadores de instabilidade genômica e dos efeitos tardios das terapias, tornando importante o acompanhamento citogenético e/ou molecular dos pacientes em remissão clínica completa
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 10.10.2006

  • How to cite
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    • ABNT

      ANNICHINI, María Sol Brassesco. Alterações no gene MLL (11q23) em linfócitos de pacientes pacientes que receberam tratamento para leucemiaLinfóide aguda na infância. 2006. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2006. . Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Annichini, M. S. B. (2006). Alterações no gene MLL (11q23) em linfócitos de pacientes pacientes que receberam tratamento para leucemiaLinfóide aguda na infância (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Annichini MSB. Alterações no gene MLL (11q23) em linfócitos de pacientes pacientes que receberam tratamento para leucemiaLinfóide aguda na infância. 2006 ;[citado 2024 abr. 23 ]
    • Vancouver

      Annichini MSB. Alterações no gene MLL (11q23) em linfócitos de pacientes pacientes que receberam tratamento para leucemiaLinfóide aguda na infância. 2006 ;[citado 2024 abr. 23 ]


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