Monitoração toxicológica do pescado comercializado nos municípios de São Sebastião e Caraguatatuba, SP (2007)
- Authors:
- Autor USP: STRANGHETTI, BRUNO GARCIA - IB
- Unidade: IB
- Sigla do Departamento: BIF
- Subjects: TOXICOLOGIA; PESCADO; CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS
- Language: Português
- Abstract: As toxinas do envenenamento paralisante por moluscos (Paralytic Shellfish Poisoning - PDP) são compostos naturais bioativos conhecidos devido ao consumo acidental de frutos do mar contaminados. Estas moléculas, das quais a mais potente é a saxitoxina (STX), são uma classe de alcalóides neurotóxicos que possuem diferentes análogos e diferentes toxicidades, e são produzidas por algumas cianobactérias e algumas espécies de dinoflagelados do gênero Alexandrium, Gymnodinium e Pyrodinium. As toxinas paralisantes são neurotoxinas solúveis em água que agem sobre células nervosas e musculares através do bloqueio dos canais de sódio dependentes de voltagem, desta maneira, impedindo a condução do sinal no neurônio o que leva a uma paralisia muscular. Em casos graves, pode ocorrer morte por insuficiência respiratória. O envenenamento diarréico por moluscos (Diarrheic Selfish Poisoning - DSP) é caracterização por problemas gastrointestinais com sintomas como diarréia, náusea, vômito, dor de cabeça, calafrios e dores abdominais. DSP é conseqüência do consumo de mariscos contaminados que ingeriram dinoflagelados do gênero Dynophyisis e Prorocentrun através de sua alimentação por filtração da água. Contaminação de frutos do mar por toxinas PSP ou DSP coloca-se como sério problema para a indústria pesqueira e para a saúde pública. Neste estudo, estabeleceu-se um programa de monitoração para mexilhões (Perna perna) e para peixes (Sardinella brasiliensis, Anchoviellalepidentostole e Brevoortia aurea) coletados em peixarias e entrepostos de pesca no municípios de Caraguatatuba e São Sebastião, São Paulo. Os extratos para PSP foram preparados de duas maneiras: de acordo com a AOAC (Association of Official Analyticas Chemists), através do aquecimento por 5 min de uma mistura de 100 g de tecidos homogeneizados com ácido acético 0,1 N; ou a partir da concentração de extratos etanólicos de músculo + pele dos peixes. Os bioensaiois ) com camundongos para PSP consistem na injeção intraperitonial de 1 mL do extrato ácido em cada um dos três camundongos ('DA ORDEM DE' 20g). O animal é observado quanto aos sintomas clássicos de PSP e o tempo de morte é anotado e então a toxicidade é determinada (em mouse units, MU) pela tabela de Sommer. Para as toxinas causadoras de DSP, os extratos foram preparados pela extração com acetona do homogeneizado das glândulas digestivas, e a determinação da presença destas toxinas é feita através da injeção intraperitonial em camundongos. Nos bioensaios com os extratos prpearados segundo o método da AOAC, não houve casos positivos. Para o bioensaio realizado com extratos etanólicos obtiveram-se resultados positivos para 77,8% dos extratos testados. A média de MU de todas as amostras, neste caso, foi de 0,147 MU/g. Nos bioensaios para DSP, três amostras resultaram em sinais que evidenciam a presença destas toxinas, pois os camundongos injetados apresentaram quadro diarréico. Os extratosetanólicos, com positividade para as toxinas de PSP, foram fracionados usando-se colunas Sep-Pak 'C IND.18'. A primeira eluição, com ácido acético 0,1 M, foi analisada usando-se o método de pré-derivatização e cromatografia líquida de alta eficiência com detecção de fluorescência. As analises em CLAE indicaram a presença de compostos semelhantes às toxinas paralisantes de PSP, confirmando os bioensaios. Portanto, pela primeira vez no Brasil demonstrou-se que as espécies S. brasiliensis, A. lepidentostole e B. aurea são portadoras de toxinas paralisantes, semelhantes às PSP, em pequenas concentrações e que um programa de monitoração é necessário em nosso país para verificação da presença dessas toxinas em organismos que são usados como alimento pela população
- Imprenta:
- Data da defesa: 10.09.2007
-
ABNT
STRANGHETTI, Bruno Garcia. Monitoração toxicológica do pescado comercializado nos municípios de São Sebastião e Caraguatatuba, SP. 2007. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-06112007-180200/. Acesso em: 28 mar. 2024. -
APA
Stranghetti, B. G. (2007). Monitoração toxicológica do pescado comercializado nos municípios de São Sebastião e Caraguatatuba, SP (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-06112007-180200/ -
NLM
Stranghetti BG. Monitoração toxicológica do pescado comercializado nos municípios de São Sebastião e Caraguatatuba, SP [Internet]. 2007 ;[citado 2024 mar. 28 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-06112007-180200/ -
Vancouver
Stranghetti BG. Monitoração toxicológica do pescado comercializado nos municípios de São Sebastião e Caraguatatuba, SP [Internet]. 2007 ;[citado 2024 mar. 28 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-06112007-180200/
How to cite
A citação é gerada automaticamente e pode não estar totalmente de acordo com as normas