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Síndrome das pernas inquietas em crianças: prevalência, características, impacto no sono e na qualidade de vida no município de Cássia dos Coqueiros, São Paulo, Brasil (2009)

  • Authors:
  • Autor USP: SANDER, HAIDI HAUEISEN - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RNP
  • Subjects: SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS; CRIANÇAS; EPIDEMIOLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: Introdução: Estudos epidemiológicos da Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) em crianças são escassos, especialmente os que utilizaram os critérios do Grupo Internacional de Estudo de SPI (GIESPI). Recentemente nosso grupo determinou a prevalência de 7,7% de SPI em uma população adulta brasileira. O estudo PEDS-REST encontrou a prevalência de 2% em crianças. Nosso objetivo foi determinar a prevalência de SPI, qualidade de vida, qualidade de sono e caracterizar a apresentação da síndrome em crianças. População e Métodos: O estudo foi conduzido no município de Cássia dos Coqueiros, uma cidade no interior do estado de São Paulo, Brasil. O estudo constou de duas fases: transversal e caso-controle. A população total, urbana e rural, era de 2706 habitantes, havendo 478 estudantes matriculados no ensino fundamental, com idade entre 5 e 17 anos no ano de 2007. As crianças regularmente matriculadas no ensino fundamental foram incluídas no estudo. As entrevistas foram realizadas por neurologista com experiência em medicina do sono entre janeiro e junho de 2008. O estudo epidemiológico consistiu de aplicação de questionário semi-estruturado, face-to-face incluindo dados demográficos. A SPI foi diagnosticada quando os critérios clínicos essenciais para SPI definitiva para crianças do GIESPI foram preenchidos. A prevalência de SPI foi calculada pela presença dos sintomas, a avaliação de sonolência excessiva diurna foi avaliada através da escala de Epworth modificada para crianças (SDE); a qualidade do sono através da aplicação do Questionário de Comportamento no Sono (QCS); a qualidade de vida através do Questionário sobre Qualidade de Vida em saúde - Pediatric Quality of Life \2018Inventory POT. TM\2019 (\2018PedsQL POT. TM\2019). A intensidade dos sintomas foi avaliada pela aplicação do Questionário de Dor para Crianças -(\2018PedsQL POT. TM\2019 pain questionnaire),avaliação da presença de dor do crescimento (DC) pelo inquérito dos critérios de Peterson. Foi realizado exame clinico e neurológico, dosagem sérica de ferritina e exames bioquímicos. Um grupo controle de estudantes, pareado por idade e sexo, selecionado por sorteio aleatório, foi submetido ao mesmo protocolo de investigação, exceto a realização de exames bioquímicos e dosagem de ferritina. Resultados: Foram entrevistados 383 indivíduos (taxa de participação de 80,12%), 50,1% meninas, 50% brancos, idade entre 5 e 16 anos. A prevalência de SPI encontrada foi de 6,3% (24 crianças); sexo feminino foi mais afetado (67%), (RP=1,99). As crianças com SPI tinham média de idade superior à da população geral (11,5+2,32 vs 9,98+2,52, p<0,005). O diagnóstico de dor do crescimento (DC) no grupo de SPI foi semelhante ao da população geral (p<0,52). Quando comparados os grupos SPI e controle, as crianças com SPI apresentaram maiores escores na SDE (6,86+2,90 vs 4,82+4,55, p<0,089), QCS (53,91 +9,38 vs 47,6+10,88, p<0,047), com maior dificuldade em reconciliar o sono após despertar a noite por mais de 30 minutos (p<0,037), mais movimentação excessiva durante o sono (p<0,0001) e maior dificuldade em permanecer acordado conversando com alguém pela manhã (p<0,063) e menores escores no \2018PedsQL POT. TM\2019(69,76+14,80 vs 81,91+10,44, p<0,003). A avaliação da intensidade dos sintomas de SPI pelo \2018PedsQL POT. TM\2019PQ mostrou que 63% das crianças apresentavam-se assintomáticas no momeno da entrevista. Os valores de ferritina sérica foram abaixo de 75 ngidl em 19/21 casos das crianças com SPI. Houve uma correlação negativa entre os valores de ferritina e os escores na escala de Epworth (r= -0,59, p< 0,01). A história familiar para SPI foi positiva em 92% dos pacientes. Conclusão: O presente estudo permitiu concluir que em uma cidade brasileira, com população mista(rural de 30% e urbana de 60%), entre crianças de 5 a 16 anos de idade, a prevalência da SPI foi de 6,3%, sendo que as meninas foram duas vezes mais afetadas do que os meninos. Também observou-se uma pior qualidade de sono, pior qualidade de vida, a associação entre hereditariedade e baixos níveis de ferritina nas crianças portadoras de SPI. Estudos populacionais maiores são necessários para melhor caracterização de SPI na população pediátrica
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 16.12.2009

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    • ABNT

      SANDER, Heidi Haueisen. Síndrome das pernas inquietas em crianças: prevalência, características, impacto no sono e na qualidade de vida no município de Cássia dos Coqueiros, São Paulo, Brasil. 2009. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2009. . Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Sander, H. H. (2009). Síndrome das pernas inquietas em crianças: prevalência, características, impacto no sono e na qualidade de vida no município de Cássia dos Coqueiros, São Paulo, Brasil (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Sander HH. Síndrome das pernas inquietas em crianças: prevalência, características, impacto no sono e na qualidade de vida no município de Cássia dos Coqueiros, São Paulo, Brasil. 2009 ;[citado 2024 abr. 19 ]
    • Vancouver

      Sander HH. Síndrome das pernas inquietas em crianças: prevalência, características, impacto no sono e na qualidade de vida no município de Cássia dos Coqueiros, São Paulo, Brasil. 2009 ;[citado 2024 abr. 19 ]


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