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Depressão e sistema cardiovascular (2010)

  • Autor:
  • Autor USP: FRAGUAS JUNIOR, RENERIO - FM
  • Unidade: FM
  • Sigla do Departamento: MPS
  • Subjects: DEPRESSÃO (ETIOLOGIA;TERAPIA;QUIMIOTERAPIA); CORONARIOPATIA (COMPLICAÇÕES;TERAPIA;QUIMIOTERAPIA); SISTEMA CARDIOVASCULAR (FISIOPATOLOGIA); INSUFICIÊNCIA CARDÍACA; IDOSOS
  • Language: Português
  • Abstract: Nossa linha de pesquisa tem investigado a relação entre depressão e o sistema cardiovascular. Um braço importante dessas pesquisas enfoca especificamente a existência de características da depressão como irritabilidade, raiva e ativação simpática, que indicassem um subtipo de depressão com maior morbidade cardiovascular. No que diz respeito ao estudo das relações entre depressão em geral e o sistema cardiovascular desenvolvemos os seguintes trabalhos: (1) investigamos a frequência do diagnóstico de depressão em 101 pedidos de interconsulta psiquiátrica do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Manuscrito (1) - Interconsulta psiquiátrica em cardiologia. Estudo de 101 casos). A prevalência de depressão nesses pacientes, 27% dos casos, foi superior àquela encontrada nas avaliações de interconsulta em pacientes internados em todo Hospital das Clínicas, 3,6% dos casos. Este resultado reforçou a necessidade de pesquisas para estudar a depressão em pacientes com transtornos cardiovasculares; (2) investigamos a associação entre depressão em idosos com insuficiência cardíaca e alterações de substância branca cerebral utilizando a técnica de imagem por ressonância magnética (Manuscrito (2) - Late-life depression, heart failure and frontal white matter hyperintensity: a structural magnetic resonance imaging study). A gravidade de sinais de hiperintensidades em substância branca na região frontalperiventricular se associou com a gravidade da depressão em pacientes com depressão e insuficiência cardíaca, sugerindo uma origem vascular para esta depressão; (3) investigamos a associação entre sintomas da depressão em idosos com insuficiência cardíaca e fluxo sanguíneo cerebral regional utilizando a tomografia por emissão de fóton simples (Manuscrito (3) - Association between major depressive ) symptoms in heart failure and impaired regional cerebral blood flow in the medial temporal region: a study using 99m Tc-HMPAO single photon emission computerized tomography). Pacientes com transtorno depressivo maior e insuficiência cardíaca apresentaram redução do fluxo sanguíneo cerebral em regiões do hipocampo e giro parahipocampal quando comparados a pacientes com insuficiência cardíaca sem depressão e controles sem depressão e sem insuficiência cardíaca. Esses achados também oferecem suporte para a origem vascular desta depressão; (4) investigamos a associação entre depressão em idosos com insuficiência cardíaca e marcadores inflamatórios com a mensuração ultra-sensível da Proteína C-Reativa, do Fator de Necrose Tumoral e da Interleucina-6 (Manuscrito (4) - Major depressive disorder and inflammatory markers in elderly patients with heart failure) Pacientes com insuficiência cardíaca e transtorno depressivo maior apresentaram maiores níveis de Proteina C-Reativa emrelação ao aos controles sem depressão e sem insuficiência cardíaca, sugerindo a participação defatores inflamatórios na fisiopatologia no transtorno depressivo maior associado à insuficiência cardíaca; (5) investigamos o possível efeito preditivo da taxa de variabilidade de freqüência cardíaca para a resposta ao tratamento antidepressivo utilizando a análise espectral da taxa de variabilidade da freqüência cardíaca (Manuscrito (5) - Autonomic reactivity to induced emotion as potential predictor of response to antidepressant treatment). A taxa de variabilidade da freqüência cardíaca foi medida em duas condições antes do tratamento: uma em estado de repouso e outra sob a lembrança de eventos de vida que provocassem quatro estados emocionais (raiva, ansiedade, depressão e lembranças neutras). Quanto maior a mudança na taxa de variabilidade de freqüência cardía (Cntinuação) entre o estado de repouso e o estado emocional produzido, maior foi a melhora da depressão com o tratamento com fluoxetina. Resultados que sugerem que a resposta antidepressiva pode estar associada à capacidade de mudança do controle autônomo cardiovascular; (6) investigamos a eficácia e segurança do uso do citalopram, um inibidor seletivo de recaptura de serotonina, no tratamento do transtorno depressivo maior em pacientes idosos com insuficiência cardíaca (Manuscrito (6) - A Double-blind, Placebo-controlled Treatment Trial of Citalopram for Major Depressive Disorder in Older Patients with Heart Failure: The Relevance of the Placebo Effect and Psychological Symptoms). Ospacientes foram submetidos a um ensaio terapêutico duplo cego, randomizado, comparativo com placebo por 8 semanas. Encontramos uma resposta placebo em 56% dos pacientes e tendência para eficácia do citalopram em relação ao placebo apenas na escala de Montgomery Asberg para depressão. A utilização do citalopram se mostrou segura nesta amostra. Esses resultados sugerem a utilização de escalas focadas em sintomas psicológicos, que o citalopram é seguro, e a intervenção psicoterápica pode ser um procedimento inicial para estes pacientes com depressão de gravidade moderada.Investigando a existência de um subtipo de depressão (com raiva e irritabilidade) com maior morbidade cardiovascular, realizamos os seguintes trabalhos: (7) investigamos a prevalência e características psicopatológicas da depressão em pacientes que se submeteram a cirurgia de revascularização do miocárdio. Entrevistamos 50 pacientes de modo prospectivo no pré e pós-operatório com o Inventario de Entrevista Clínica (Clinical Interview Schedule-CIS) (Manuscrito (7) - Depression with irritability in patients undergoing coronary artery bypass graft surgery: the cardiologist's role).A prevalência de depressão foi 22% ) no pré e 21% no pós-operatório. Irritabilidade estava presente em 73% e 70% dos pacientes com depressão respectivamente no pré e no pós-operatório. Esses dados sugerem que a irritabilidade possa ser uma peculiaridade psicopatológica da depressão associada à doença coronariana. Estes resultadosofereceram suporte para o desenvolvimento da linha de pesquisa investigando se a presença de irritabilidade ou outra peculiaridade psicopatológica poderia ser indicativa de um subtipo de depressão com maior morbidade cardiovascular; (8) investigamos a existência de associação de irritabilidade com doenças cardíacas, vasculares e outras variáveis na avaliação pré tratamento em 1456 pacientes ambulatoriais com transtorno depressivo maior do estudo de Alternativas Seqüenciais de Tratamento para Aliviar a Depressão (Sequenced treatment Alternatives to Relieve Depression - STAR*D) (Manuscrito (8) - Prevalence and clinical correlates of irritability in major depressive disorder: a preliminary report from the Sequenced Treatment Alternatives to Relieve Depression). De acordo com o Inventário de Sintomatologia Depressiva pacientes com irritabilidade apresentaram uma razão de chance de 1,43 vezes de ter doença vascular do que aqueles sem irritabilidade. Resultado que oferece suporte para a hipótese da depressão com irritabilidade ser uma variante depressiva com maior morbidade vascular e/ou, a depressão com irritabilidade possuir uma origem vascular; (9) investigamos a associação entre depressão com ataques de raiva e níveis séricos de homocisteína, um fator de risco cardiovascular (Manuscrito (9) - Anger attacks in major depressive disorder and serum levels of homocysteine) em 192 pacientes ambulatoriais com transtorno depressivo maior. Níveis séricos de homocisteína secorrelacionavam positivamente com a gravidade da depressão em pacientes com ataques de ) raiva, mas não em pacientes sem ataques de raiva. Resultados estes que indicam que a presença de ataques de raiva pode atuar como um fator moderador na relação entre a gravidade da depressão e intensidade de um fator de risco cardiovascular; no caso, níveis séricos de homocisteína; (10) investigamos a associação entre depressão com ataques de raiva e presença de lesões de substância branca cerebral utilizando neuroimagem por ressonância magnética. Comparamos pacientes com transtorno depressivo maior e ataques de raiva com dois grupos de pacientes; um grupo constituído por pacientes com transtorno depressivo maior com características melancólicas e outro constituído por pacientes com transtorno depressivo maior com características atípicas (Manuscrito (10) - Major depressive disorder with anger attacks and subcortical MRI white matter hyperintensities). Pacientes com depressão e ataques de raiva apresentaram significativamente mais lesões de substância branca sugerindoque a presença de ataques de raiva pode indicar uma origem vascular da depressão e/ou conferir um maior risco vascular para pacientes com esta peculiaridade da depressão; (11) investigamos a associação entre depressão com ataques de raiva e fatores de risco cardiovascular com a mensuração do colesterol sérico total, glicemia, pressão arterial e tabagismo (Manuscrito (11) - Major depressive disorder withanger attacks and cardiovascular risk factors). Encontramos associação entre a presença de ataques de raiva e níveis mais elevados de colesterol total, sugerindo que a presença de ataques de raiva possa conferir um maior risco cardiovascular através do aumento de fatores de risco cardiovascular; no caso, níveis de colesterol sérico total; (12) investigamos a associação entre doença cardíaca e psicopatologia depressiva em 4.041 pacientes com transtorno depressivo maior ) no estudo do STAR*D (Manuscrito (6) - Major Depressive Disorder and Comorbid Cardiac Disease: Is There a Depressive Subtype with Greater Cardiovascular Morbidity? Results from the STAR*D Study). Pacientes com transtorno depressivo maior e com doença cardíaca apresentaram significativamente mais insônia terminal e sintomas de ativação simpática (arousal) do que aqueles sem doença cardíaca, sugerindo que esses sintomas possam ser marcadores de um subtipo de depressão com maior morbidade cardíaca
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 03.02.2010

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    • ABNT

      FRAGUAS JUNIOR, Renerio. Depressão e sistema cardiovascular. 2010. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. . Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Fraguas Junior, R. (2010). Depressão e sistema cardiovascular (Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Fraguas Junior R. Depressão e sistema cardiovascular. 2010 ;[citado 2024 abr. 24 ]
    • Vancouver

      Fraguas Junior R. Depressão e sistema cardiovascular. 2010 ;[citado 2024 abr. 24 ]


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