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Geocronologia das glaciações criogenianas do Brasil Central (2011)

  • Autor:
  • Autor USP: BABINSKI, MARLY - IGC
  • Unidade: IGC
  • Sigla do Departamento: GMG
  • Subjects: GEOCRONOLOGIA; GLACIAÇÃO; DIAMICTITO; DEPOSIÇÃO DE SEDIMENTOS
  • Language: Português
  • Abstract: Mudanças climáticas drásticas ocorreram durante o Neoproterozoico e seu registro pode ser encontrado em vários continentes. De acordo com a literatura, durante o Criogeniano pelo menos dois eventos glaciais podem ter ocorrido, um no Criogeniano Médio (ca. 720 Ma) e outro no Criogeniano Superior (ca. 636 Ma). Neste trabalho serão apresentados dados geocronológicos obtidos em sucessões sedimentares que foram depositadas durante estes dois eventos. Foram estudados diamictitos da Formação Bebedouro e carbonatos da Formação Sete Lagoas, no cráton do São Francisco, e rochas do Grupo Macaúbas, na Faixa Araçuaí. As idades U-Pb determinadas em cristais de zircão detríticos recuperados de diamictitos que afloram tanto na região cratônica quanto na Faixa Araçuaí, mostram idades máximas de deposição de 874‘+OU-‘ 9 Ma e 900‘+OU-‘ 21 Ma, respectivamente, as quais são similares dentro do erro analítico. Estes dados, associados à idade isocrômica Pb-Pb de 740‘+OU-’22 Ma obtida nos carbonatos de capa da base da Formação Sete Lagoas, sugerem que os depósitos glaciais das formações Bebedouro, Jequitaí, Carrancas, Serra do Catuni e Chapada Acauã, foram depositados durante o evento glacial do Criogeniano Médio, também conhecido como Sturtiano. Além disso, a similaridade das idades máximas de deposição obtidas neste trabalho com aquelas reportadas na literatura para o Grupo Vazante (900-930 Ma) reforçam a possibilidade que os depósitos glaciais que ocorrem na Formação Santo Antônio do Bonito também sejam Sturtianos. No Cráton Amazônico foram amostrados carbonatos de capa da Formação Mirassol d’Oeste e na Faixa Paraguai Sul foram coletados diamictitos da Formação Puga. Estes diamictitos possuem zircões com idades U-Pb entre 706 Ma e 2100 Ma (apenas 2 cristais arqueanos foram encontrados). As idades variam em função do local amostrado. Diamictitos provenientes do Morrodo Puga, área tipo da formação, forneceram zircões com idades entre 970 e 2100 Ma, enquanto que os diamictitos coletados na região da Serra da Bodoquena possuem zircões com idades entre 706 e 1990 Ma, sendo que a principal fonte (mais de 70% dos grãos) tem idade de 1760 Ma. Esses dados permitem sugerir que as rochas coletadas no Morro do Puga tem sua proveniência ligada às rochas do Cráton Amazônico, enquanto que as da Serra da Bodoquena tiveram suas áreas-fontes no Bloco Rio Apa. A origem da fonte mais jovem, de 700 Ma, ainda é desconhecida. Adicionalmente, os grãos de zircão mais jovens limitam a idade de deposição dos diamictitos da Formação Puga em 706‘+OU-‘ 9 Ma. Carbonatos de capa depositados diretamente sobre os diamictitos da Formação Puga afloram na borda sudoeste do Cráton Amazônico. Estes carbonatos pertencem à Formação Mirassol d’Oeste e forneceram uma idade isocrônica Pb-Pb de 633‘+OU-‘ 25 Ma, a qual é interpretada como a época de deposição. A associação destes dados permite sugerir que os diamictitos da Formação Puga e os carbonatos de capa associados foram depositados durante a Glaciação Marinoana (Criogeniano Superior). Considerando a tríade das glaciações neoproterozoicas, é importante ressaltar que os principais intervalos de tempo de cada evento glacial são precariamente definidos, principalmente pela carência de rochas adequadas à datação. Se forem considerados os dados mais precisos e com melhor controle estratigráfico disponíveis na literatura, é possível observar que a Glaciação Criogeniana Média (Sturtiana) ocorreu há ca. 716 Ma e que a Glaciação Criogeniana Superior (Marinoana) ocorreu há ca. 636 Ma. Embora os resultados obtidos neste estudo sejam concordantes com estes intervalos, é difícil, com o número restrito de dados disponíveis, sugerir que os eventos glaciais tenham sido de fato globais. Em suma, é obvia anecessidade de um maior número de dados radiométricos em sucessões glaciogênicas, além de relações estratigráficas claras e melhor definidas, para promover um melhor entendimento sobre o número, duração, sincronia (ou não), extensão, causas e consequências das glaciações neoproterozoicas, principalmente as criogenianas.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 14.12.2011
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    • ABNT

      BABINSKI, Marly. Geocronologia das glaciações criogenianas do Brasil Central. 2011. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/44/tde-26072013-151419/. Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Babinski, M. (2011). Geocronologia das glaciações criogenianas do Brasil Central (Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/44/tde-26072013-151419/
    • NLM

      Babinski M. Geocronologia das glaciações criogenianas do Brasil Central [Internet]. 2011 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/44/tde-26072013-151419/
    • Vancouver

      Babinski M. Geocronologia das glaciações criogenianas do Brasil Central [Internet]. 2011 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/44/tde-26072013-151419/


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