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Movimentos telúricos (2014)

  • Authors:
  • Autor USP: NAGAOKA, ROGÉRIO TANIZAKA - ECA
  • Unidade: ECA
  • Sigla do Departamento: CAP
  • Subjects: FOTOGRAFIA (ENSAIOS); FOTOGRAFIA; LINGUAGEM FOTOGRÁFICA
  • Language: Português
  • Abstract: Meu trabalho investiga relações simbólicas da fotografia aprofundando o conhecimento sobre o fenômeno da luz, a formação da imagem e a subjetividade dos elementos que as constituem. Feito com câmeras artesanais construídas a partir de uma caixa de fósforos de papel cartão e seguindo orientações do fotógrafo Miguel Chikaoka, estas câmeras produzem imagens fotográficas por meio de uma técnica conhecida como "pin hole" ou estenopeica. O filme passa de uma bobina para outra entre o papelão da caixa externa e da caixa interna que realiza a função de recortar o frame da imagem. A captação da luz é feita por orifício na parte frontal após tudo estar vedado com fita isolante. O modo como utilizo estas câmeras e a escolha de produzir imagens em processos alternativos da fotografia, possibilitou a descoberta de uma dupla captura da luz na película fotográfica. Faço a captação da imagem em dois momentos. No primeiro, fotografo a paisagem por orifício (parte frontal). No segundo, faço uma forma de gravação na parte de trás da caixa que incorpora um desenho trazendo o aspecto translúcido ao corpo da câmera. Sobreponho à luz da perspectiva uma impressão sobre seu resultado. Desenho e fotografia, densidade e imaterialidade, memória e observação, tornam-se motivos entre a ação do corpo e a ação da luz que ocorrem no interior da câmera. O resultado gera uma tensão entre o processo de captação da foto somado ao registro da luz na estrutura do aparelho. Existe uma necessidade de incorporar o processo de trabalho nessa construção de procedimentos, como se fosse um emaranhado de técnicas e símbolos que se misturam. As imagens que revelo são a soma destes processos internos. Resultado construído em camadas de densidade e ação da luz sobre a matéria. A luz projetada que passa através do olho da câmera funde-se à uma outra luz, aquela que ultrapassa a matéria e deixa marcas naimagem, desenho no corpo do aparelho. Penso, que os processos da fotografia estão carregados de simbologia e sua diversidade de técnicas, seus desdobramentos acompanham no decorrer da minha vida. Entendo que, as relações na fotografia são inversamente proporcionais. Representam o equilíbrio entre obturador, diafragma e sensibilidade. Para mim, também significa o balanço entre a tradição, a sintaxe e o experimental no fotográfico. Meu olhar sobre o signo da imagem, é inspirado pela ampliação de sua natureza romântica e seu efetivo atual. O trilho de arraste representa a bagagem da fotografia analógica em um contexto de intensa produção no universo digital. Prefiro janelas entreabertas às escancaradas para refletir o mundo. Quero mostrar a presença da indústria no desenvolvimento histórico da fotografia e procuro uma síntese poética sobre as imagens e utilizo os signos dessa história. Parte desta intenção constitui transformar o real no irreal das imagens partindo da captação. As imagens representam um intro-retrato romântico. Inspiração e expiração dos estados interiores incubados. A densidade dos elementos ou das paisagens, que partem de espaços reais e apropriações de fotografias do meu acervo pessoal, são elas que se alternam em consistência e nitidez em um jogo perceptivo entre o que pode ser concreto ou só efeito da luz. Construo um ensaio aberto mergulhado na minha própria subjetividade. Essa proposta de trabalho passa pela reunião de diversos processos artísticos e técnicos da fotografia e apontam convergências para estar e produzir juntos, proporcionar o encontro. Meu olhar procura surpreender-se ao captar a luz em suportes químicos combinados aos eletrônicos para estabelecer uma singularidade visual. Viés em que imagens escapam ao previsível, privilegio sua irregularidade particular. Quando produzo fotografias, realizo um conjunto de ações sociais envolvendooutras pessoas que colaboram para a composição da imagem. Relaciono isso a uma ação performativa que coloca artistas num estado de "performatividade". Isto se torna um acontecimento social sobre a experiência e é parte dessa construção que busca ampliar e imprimir um reflexo interior. Sendo assim, apesar de todas as formas tecnológicas existentes atualmente, Movimentos Telúricos prestigia e mantém uma linha de trabalho que parte do primitivo, investigo procedimentos e técnicas aliados. Proponho formas de combinar modos de produção a partir de câmeras artesanais e entendo que o importante para o trabalho é o processo de construção da imagem e o que seu registro propõe. Trago a importância da síntese fotográfica, na busca de um aprofundamento sobre a matéria, o grão, o pixel e o signo das imagens reais-irreais. Submersas no sentido e imersas em significado, estas imagens acariciam seus limites visuais. O discurso está na imagem. Sigo o instinto que brota da observação e seleção do meio ambiente escolhido para cada imagem
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 14.11.2014
  • Acesso à fonte
    How to cite
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    • ABNT

      NAGAOKA, Rogério Tanizaka. Movimentos telúricos. 2014. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-04022015-160736/. Acesso em: 03 jun. 2024.
    • APA

      Nagaoka, R. T. (2014). Movimentos telúricos (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-04022015-160736/
    • NLM

      Nagaoka RT. Movimentos telúricos [Internet]. 2014 ;[citado 2024 jun. 03 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-04022015-160736/
    • Vancouver

      Nagaoka RT. Movimentos telúricos [Internet]. 2014 ;[citado 2024 jun. 03 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-04022015-160736/

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