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O enigma do espelho: a retórica do silêncio nas Confissões de Agostinho de Hipona (2014)

  • Authors:
  • Autor USP: TAURISANO, RICARDO REALI - FFLCH
  • Unidade: FFLCH
  • Sigla do Departamento: FLF
  • Subjects: FILOSOFIA PATRÍSTICA; RETÓRICA
  • Keywords: Discurso apofático; Figuras retóricas; Inefável; Obliquidade; Oximoro; Apophatic discourse; Ineffable; Obliquity; Oxymoron; Rhetorical figures
  • Language: Português
  • Abstract: Três eram as principais tarefas da retórica clássica: instruir, deleitar e mover as almas à ação. Nas Confissões, contudo, percebe-se que elas são excedidas por um emprego nada convencional dos recursos da ars, de que rhetor Agostinho era mestre, a fim de perse-guir finalidade filosófica ulterior: dizer o indizível. Trata-se do uso duma palavra retórica que se quer circular, tautócrona, oblíqua, poética, oracular e paradoxal, em sua eloquência silenciosa. Numa primeira parte, pretende-se ressaltar a circularidade e tautocronia dessa palavra retórica que quer invocar, louvar e conhecer o incognoscível, mas que não prescinde da fé, tampouco da inteligência daquilo em que pretende crer e que quer apregoar, o que se faz por meio duma leitura analítica dos dois primeiros parágrafos do livro inaugural (Conf. 1,1,1-2). Na sequência, procura-se analisar os mecanismos elocutórios, de modo especial o oximoro, da palavra retórica com que Agostinho pretende dar conta da própria Palavra divina, Verbum que se fez carne. De duas maneiras se destacam essas ferramentas retóricas. Primeiro, por sua obliquidade, própria a uma linguagem que busca incessantemente extrapolar seus limites, encontrando um certo modo novo de dizer com arte, segundo a definição de figura de Quintiliano. Depois, por seu inusitado silêncio, próprio dum dizer que nada diz, em sua pretensão de exprimir o inexprimível, e que nesse não dizer diz mais do que se tivesse dito muito. Trata-se, pois, duma retórica do silêncio, que não se conforma em não dizer o indizível, pretendendo superar os limites impostos por um discurso de gênero redutor, que nega qualquer possibilidade de dizer aquilo que se tem por inefável, o Ser supremo, ainda que se veja reduzida a fazê-lo através dum espelho, em enigma (1Cor 13,12). Logo, desenvolve-se neste trabalho um estudo filosófico das técnicas retóricas utilizadas pelo pensador deHipona, de modo especial as figuras de elocução, que se utilizam como meio de ultrapassar os limites duma linguagem estritamente apofática, a fim de que se cumprisse a missão cristã da pregação do Verbo encarnado
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 19.09.2014
  • Acesso à fonte
    How to cite
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    • ABNT

      TAURISANO, Ricardo Reali. O enigma do espelho: a retórica do silêncio nas Confissões de Agostinho de Hipona. 2014. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-04022015-102818/. Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Taurisano, R. R. (2014). O enigma do espelho: a retórica do silêncio nas Confissões de Agostinho de Hipona (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-04022015-102818/
    • NLM

      Taurisano RR. O enigma do espelho: a retórica do silêncio nas Confissões de Agostinho de Hipona [Internet]. 2014 ;[citado 2024 abr. 23 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-04022015-102818/
    • Vancouver

      Taurisano RR. O enigma do espelho: a retórica do silêncio nas Confissões de Agostinho de Hipona [Internet]. 2014 ;[citado 2024 abr. 23 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-04022015-102818/

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