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Espessura tumoral como fator prognóstico de pacientes tratados cirurgicamente por carcinoma espinocelular da cavidade oral e orofaringe (2014)

  • Autor:
  • Autor USP: MATOS, LEANDRO LUONGO - FM
  • Unidade: FM
  • Sigla do Departamento: MOT
  • Subjects: TRAUMATISMOS DA MEDULA ESPINHAL; ERITROPOIETINA; GÂNGLIOS ESPINHAIS DE ANIMAL; COMPRESSÃO DA MEDULA ESPINHAL; MEDULA ESPINHAL; RATOS WISTAR
  • Language: Português
  • Abstract: Nas últimas décadas, houve um aumento na incidência de carcinoma espinocelular da cavidade oral e da orofaringe (respectivamente CECCO e CECOF). Essas neoplasias apresentam um prognóstico ruim devido a alta taxa de recidiva local e regional, especialmente em pacientes com doença avançada. Nos pacientes que apresentaram recidiva a literatura demonstra curto intervalo livre de doença (recidiva precoce ou persistência de doença) o que está associado a alta probabilidade de óbito. Recentemente, foi relatado que entre as recidivas observadas em pacientes tratados cirurgicamente por CECCO em São Paulo, Brasil, cerca de 93% ocorrem ainda no primeiro ano após a cirurgia. Muitos artigos tem demonstrado a relação entre a espessura tumoral (ETU) e o prognóstico de pacientes com carcinoma espinocelular (CEC) de cabeça e pescoço, especialmente a sua associação com o desenvolvimento de metástases linfonodais, mas também como um fator adverso de menor sobrevivência global e doença-específica. Dessa forma, o objetivo do presente estudo é realizar um texto sistematizado com quatro artigos para se determinar se a espessura tumoral é um fator relacionado ao desenvolvimento de metástases linfonodais ocultas e sobrevivência em pacientes tratados cirurgicamente por CECCO e CECOF. O primeiro artigo incluiu quarenta pacientes com CECCO submetidos a ressecção do tumor primário e esvaziamento cervical eletivo. Foi observado que dez casos (25%) apresentaram metástases linfonodais. Dentre as variáveis estudadas, a invasão perineural e angiolinfática e também a espessura tumoral foram estatisticamente associadas com o desenvolvimento de metástases cervicais. Entretanto, somente a invasão angiolinfática foi identificada na regressão logística como um fator de risco independente para o desenvolvimento de metástases linfonodais ocultas (OR=39,3; p=0,002).Não foi encontrada relação entre a presença de metástase linfonodal oculta e sobrevivência global e livre de doença. O segundo trabalho envolveu 57 pacientes com CECCO (excluindo-se os carcinomas de lábio e os pacientes submetidos a algum tratamento prévio). Os resultados demonstraram que a espessura tumoral superior a 10 mm (p=0,034), assim como invasão angiolinfática (p=0,001), invasão perineural (p=0,041) e a presença de metástases linfonodais (p=0,021) foram associadas a menor sobrevivência livre de doença em 12 meses. Na análise multivariada, ETU > 10 mm foi identificada como um fator de risco independente de recidiva precoce nos tumores da cavidade oral (HR=3,4, IC95%: 1,005-11,690; p=0,049). A radioterapia adjuvante parece ser um fator protetor de recidiva precoce nesses pacientes (p=0,017; HR=0,32, IC95%: 0,12-0,87, p=0,026). O terceiro estudo comparou a espessura do tumor primário com a frequência de metástases cervicais em pacientes com CEC de língua oral. Nenhum dos pacientes com ETU ≤ 7 mm apresentou metástases linfonodais, enquanto que 25 casos com ETU > 7 mm (51,0%) as desenvolveram (p<0,0001). A análise multivariada demonstrou que ETU > 7 mm foi um fator de risco para metástases linfonodais ocultas (OR=8,7; p=0,002) sendo um teste diagnóstico com 81,9% de acurácia.. ETU > 10 mm foi identificada com um fator preditivo de menor sobrevivência livre de doença nesses pacientes (HR=12,2; p=0,003). O quarto manuscrito incluiu 42 pacientes submetidos a cirurgia como tratamento primário para CECOF. ETU > 10 mm e invasão angiolinfática foram estabelecidos como fatores de risco independentes para menor sobrevivência livre de doença (SLD), e invasão angiolinfática foi ainda identificada como fator de risco para menor sobrevivência global. Quando ETU > 10 mm foi analisada como um teste diagnóstico para menor SLD apresentou sensibilidade de 92,3%, especificidade de 53,6%, valor preditivo positivo de 50% e valor preditivo negativo de 93,7%. Radioterapia adjuvante foi identificada como um fator protetor resultando em melhores taxas de SLD e de sobrevivência global. As conclusões deste texto sistematizado foram: (A) espessura tumoral superior a 10 mm é um fator adverso independente de recidiva precoce em pacientes tratados cirurgicamente por CECCO; (B) em pacientes com CEC de língua oral, ETU superior a 7 mm é um fator preditivo de maior incidência de metástases linfonodais e ETU > 10 mm é um fator preditivo de menor SLD; e (C) ETU > 10 mm é um fator preditivo de menor SLD em pacientes com CECOF. Terapias adjuvantes, em especial a radioterapia pós-operatória, podem ser indicadas para esse grupo de pacientes, independentemente da coexistência de outros fatores histológicos de risco bem estabelecidos
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 06.11.2014

  • How to cite
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    • ABNT

      MATOS, Leandro Luongo. Espessura tumoral como fator prognóstico de pacientes tratados cirurgicamente por carcinoma espinocelular da cavidade oral e orofaringe. 2014. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. . Acesso em: 12 jun. 2024.
    • APA

      Matos, L. L. (2014). Espessura tumoral como fator prognóstico de pacientes tratados cirurgicamente por carcinoma espinocelular da cavidade oral e orofaringe (Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Matos LL. Espessura tumoral como fator prognóstico de pacientes tratados cirurgicamente por carcinoma espinocelular da cavidade oral e orofaringe. 2014 ;[citado 2024 jun. 12 ]
    • Vancouver

      Matos LL. Espessura tumoral como fator prognóstico de pacientes tratados cirurgicamente por carcinoma espinocelular da cavidade oral e orofaringe. 2014 ;[citado 2024 jun. 12 ]


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