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Contribuição ao estudo das síndromes mielodisplásicas por meio das técnicas de citogenética (2015)

  • Autor:
  • Autor USP: VELLOSO, ELVIRA DEOLINDA RODRIGUES PEREIRA - FM
  • Unidade: FM
  • Sigla do Departamento: MCM
  • Subjects: LEUCEMIA; CITOGENÉTICA; CARIOTIPAGEM; CÉLULAS-TRONCO; HIBRIDIZAÇÃO; LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
  • Language: Português
  • Abstract: As síndromes mielodisplásicas (SMD) são neoplasias de células hematopoéticas, heterogêneas, que cursam com citopenias, hipercelularidade medular, risco de transformação leucêmica e afetam faixa etária preferencial acima dos 60 anos. Podemos reconhecer três diferentes entidades na SMD: SMD de novo (sem fator etiológico bem definido), as SMD/neoplasias mieloides (NM) secundárias (a quimio e/ou radioterapia e após outras doenças não neoplásicas como aplasia medular) e as SMD familiares (sindrômicas e puras). No ambulatório de SMD de adultos do Serviço de Hematologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SH-HCFMUSP), entre 1987 e 2012 foram cadastrados 589 pacientes. Destes, 90% eram portadores de SMD de novo (mediana de idade: 68 anos), 10% de Neoplasias mieloides (NM) secundárias (mediana: 53 anos) e 8 casos com SMD familiares (4 sindrômicas e 4 puras, mediana de 27 anos). Paralelamente, de 1985 a 2010, estudamos do ponto de vista citogenético pacientes com menos de 18 anos, com suspeita ou diagnóstico de SMD, dentro do grupo cooperativo brasileiro de SMD pediátricas (GCB-SMD-PED). As SMD se caracterizam por ganho e perda de material genômico. Esta característica foi reconhecida pela primeira vez, em 1974 pelo Dr. Van den Berghe, com a deleção do braço longo do cromossomo 5, que se mostra até hoje como a mais prevalente na doença. As técnicas citogenéticas, como a citogenética convencional (CC, cariótipo), a molecular (fluorescente in situ hybridization - FISH) e a citogenômica (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification- MLPA, Comparative genomic hybridization- CGH e Single nucleotide polymophism SNP-arrays) têm sido muito importantes para definir diagnóstico, prognóstico, entendimento fisipatológico e orientação terapêutica.Nossos estudos em SMD de novo mostram que a frequência e distribuição das anormalidades clonais, envolvendo principalmente os cromossomos 5, 7 e 8 são semelhantes ao de grupos europeus; os subtipos genéticos definidos pelo International prognostic score system (IPSS) e o IPSS revisado (R-IPSS) foram validados em nosso meio e em casuística sul-americana. Os sistemas de escore mais utilizados na literatura como IPSS, WHO classification-based Prognostic Scoring System (WPSS) e R-IPSS que utilizam variáveis citogenéticas também foram validados. Dados do nosso serviço nas NM secundárias são concordantes com os da literatura em relação a sua agressividade, mostrando sobrevida global muito curta e dependente dos achados citogenéticos e de expressão de p53. Pacientes jovens com SMD são candidatos ao estudo de síndromes cromossômicas e de Anemia de Fanconi e a screening para SMD familiares puras. O estudo por CGH-array em pacientes de uma mesma família com trombocitopenia e leucemias agudas mostrou deleção constitutiva do gene RUNX1, em mecanismo interessante e já descrito de haploinsuficiência nas SMD. O cariótipo foi muito importante no diagnóstico de síndromes cromossômicas e no diagnóstico diferencial das SMD pediátricas com outras neoplasias hematológicas como as LMA com t(8;21), LMC e NML com eosinofilia. Em um caso a detecção de uma rara translocação envolvendo PDGFRB foi fundamental para tratamento bem sucedido com mesilato de imatinibe. Em nosso meio, particularmente em serviços públicos, estudos citogenéticos são pouco disponibilizados e com alta taxa de falha no cariótipo.Em nosso laboratório reconhecemos que seu insucesso é dependente de variáveis pré-analíticas. O estudo por FISH em SMD e outras NM confirma sua importância em casos de insucesso na CC. As técnicas de citogenômica (MLPA, CGH) são interessantes para estudo de ganho e perda de material genético. Na família com plaquetopenia familiar e propensão a neoplasia mieloide o CGH-array fez diagnóstico de deleção críptica do RUNX1, assim como auxiliou no diagnóstico de monossomia 7 em SMD pediátricas que não tinham realizado estudo por CC e FISH. As técnicas de SNP-array e Next-generation sequency (NGS) auxiliaram muito no entendimento fisiopatológico da doença, mostrando perda de heterozigose, dissomia uniparental e mutações em genes relacionados às vias de splicessomo, metilação, transcrição, tradução de sinal e ciclo celular. Acreditamos que a CC e técnicas genômicas devam ser exames iniciais para pacientes com suspeita ou diagnóstico de SMD. O estudo de painéis gênicos, ou mesmo sequenciamento total do exoma ou genoma por NGS, deve ser individualizado, particularmente em casos de portadores de SMD mais jovens, com anormalidades citogenéticas raras ou quadro clínico não usual. O lema “Do Leito para a bancada”, ou seja, a medicina personalizada deve se tornar a busca de todos os profissionais que lidam com doenças raras e/ou de prognóstico reservado
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 23.06.2015

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    • ABNT

      VELLOSO, Elvira Deolinda Rodrigues Pereira. Contribuição ao estudo das síndromes mielodisplásicas por meio das técnicas de citogenética. 2015. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. . Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Velloso, E. D. R. P. (2015). Contribuição ao estudo das síndromes mielodisplásicas por meio das técnicas de citogenética (Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Velloso EDRP. Contribuição ao estudo das síndromes mielodisplásicas por meio das técnicas de citogenética. 2015 ;[citado 2024 abr. 19 ]
    • Vancouver

      Velloso EDRP. Contribuição ao estudo das síndromes mielodisplásicas por meio das técnicas de citogenética. 2015 ;[citado 2024 abr. 19 ]


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