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Representações Sociais sobre o "louco" e a "loucura": concepções e práticas de profissionais da atenção básica (2015)

  • Authors:
  • Autor USP: SARTORI, NELY REGINA - EERP
  • Unidade: EERP
  • Sigla do Departamento: ERP
  • Subjects: ASSISTÊNCIA AO PACIENTE (SERVIÇOS DE SAÚDE); SAÚDE MENTAL; ATENÇÃO PRIMÀRIA À SAÙDE; ENFERMAGEM
  • Keywords: Assistência ao Paciente; Atenção Básica; Conhecimentos Atitudes e Prática em Saúde; Health Knowledge Attitudes Practice; Mental Health; Nursing; Patient Care; Primary Health Care
  • Language: Português
  • Abstract: A "loucura" e o "louco", ao longo dos tempos, tiveram sua concepção compreendida, pensada e teorizada de diversas maneiras, em diferentes momentos históricos. No Brasil, a atenção à saúde mental é marcada pela perspectiva asilar e centrada na doença, fragmentando o indivíduo e suas necessidades. No âmbito das políticas públicas, relevante atenção ocorre para o estabelecimento de medidas para articular os serviços que dispensam cuidados a pessoa com transtorno mental, substitutivos ao modelo hospitalocêntrico, ficando evidente o esforço empreendido de não se reduzir a Reforma Psiquiátrica à desospitalização, colocando em pauta ações na atenção básica como componente essencial à desinstitucionalização do cuidado a pessoas com transtorno mental. Objetivou-se com este estudo conhecer e descrever as representações sociais de profissionais de saúde da atenção básica do município de Marília acerca do transtorno mental e da assistência prestada ao doente mental. Tratou-se de um estudo exploratório-descritivo de campo, cujo referencial teórico de investigação foi a Teoria das Representações Sociais (TRS). Os locais de estudo foram as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades Saúde da Família (USF) da cidade de Marília. Fizeram parte desse estudo 12 profissionais de saúde. Elegemos a entrevista semi estruturada como instrumento de coleta de dados e para análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo. No presente estudo duas categoriasemergiram: Representações sociais sobre o "louco" e a "loucura" e Práticas de Saúde e Atenção Básica. Identificamos que as Representações Sociais (RS) sobre o "louco" estão ancoradas na desrazão, na periculosidade, agressividade, incapacidade de relacionamentos interpessoais, com comprometimento familiar e de trabalho. A visão estigmatizante e excludente esteve presente nos discursos de forma implícita e explicita. Alguns profissionais conseguem conceber conviver com a pessoa portadora de transtorno mental em espaços sociais, mas não em espaços privados. Falta de autonomia esteve vinculada à figura da pessoa portadora de transtorno mental, pois o transtorno mental leva a dependência, incapacidade das escolhas e possibilidade de superação. A "loucura" foi representada como de origem psicológica, biológica, espiritual, hereditária, social ou multicausal. A abordagem terapêutica concebida, pela maioria, como eficaz e possível nas UBS e USF foi a prescrição medicamentosa. A figura médica, a medicalização e alienação dos sujeitos, o estigma e a falta de capacitação foram as fragilidades apontadas por este estudo, por outro lado a escuta terapêutica e o acolhimento dos profissionais de saúde constituíram-se aspectos de potencialidades. Em relação à UBS e USF essas foram concebidas como sendo espaços inadequados a cuidar da pessoa portadora de transtorno mental, pois esses indivíduos além de possuírem uma complexidade no atendimento, geram sobrecarga detrabalho e uma demanda afetiva-técnica específica. Muitos conceberam que os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são os espaços dentro da Atenção Básica destinados e adequados à essa população e que a Saúde Mental não faz parte das estratégias abordadas pelas Atenção Básica. Pudemos concluir com este estudo que o estigma é a maior barreira para a conquista de autonomia e cidadania da pessoa portadora de transtorno mental e que as práticas profissionais estão ancoradas em nossas representações sociais, só sendo possível transformar os processos sociais e nossas práticas quando admitirmos que nossas representações concebem esses indivíduos como diferentes, excluídos e marginalizados
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 14.10.2015
  • Acesso à fonte
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    • ABNT

      SARTORI, Nely Regina. Representações Sociais sobre o "louco" e a "loucura": concepções e práticas de profissionais da atenção básica. 2015. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-01022016-153145/. Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Sartori, N. R. (2015). Representações Sociais sobre o "louco" e a "loucura": concepções e práticas de profissionais da atenção básica (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-01022016-153145/
    • NLM

      Sartori NR. Representações Sociais sobre o "louco" e a "loucura": concepções e práticas de profissionais da atenção básica [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-01022016-153145/
    • Vancouver

      Sartori NR. Representações Sociais sobre o "louco" e a "loucura": concepções e práticas de profissionais da atenção básica [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-01022016-153145/


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